Lava Jato diz que filho do presidente do STJ recebeu R$ 40 milhões em troca de exercer influência em processos na corte
Era uma época em que Diniz estava afastado da presidência da Fecomércio e buscava uma decisão liminar do STJ para voltar ao cargo
A Operação Lava Jato do Rio apontou que o advogado Eduardo Martins, filho do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, foi contratado por Orlando Diniz para exercer influência em ministros da corte com o objetivo de obter decisões favoráveis à permanência dele à frente da Fecomércio do Rio. Era uma época em que Diniz estava afastado da presidência da Fecomércio e buscava uma decisão liminar do STJ para voltar ao cargo.
Por meio de sucessivos contratos, o escritório de Eduardo Martins recebeu cerca de R$ 40 milhões da Fecomércio. De acordo com a Lava Jato, os contratos não foram para prestar serviços advocatícios, mas sim "a pretexto de influenciar atos praticados por magistrados do Superior Tribunal de Justiça".
Investigadores usaram a delação de Diniz para deflagrarem a operação desta quarta-feira (9). Os relatos sobre as conclusões do Ministério Público Federal no Rio foram publicados em reportagem do jornal O Globo.
De acordo com a denúncia, "os integrantes do núcleo duro da organização criminosa em comento viram em todo esse cenário mais uma oportunidade perfeita para sangrar os cofres, inicialmente da Fecomércio/RJ e, mais tarde, do SESC/RJ e SENAC/RJ, valendo-se, para tanto, de fraudulentos contratos de honorários advocatícios como forma de remunerar, a preços vultosos, EDUARDO FILIPE ALVES MARTINS, não pela prestação dessa espécie de serviços, mas sim por uma pretensa e propalada influência sua no Superior Tribunal de Justiça, derivada de sua relação filial com o ministro desta Corte Superior, Humberto Martins".
Dentre os alvos da operação, estão os advogados Cristiano Zanin Martins, defensor do ex-presidente Lula, e Frederick Wassef, que defendia a família Bolsonaro.
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