Lula reverencia Josué de Castro ao liderar aliança pela erradicação da fome

“O geógrafo pernambucano estaria feliz em ver um presidente brasileiro mostrando que é possível erradicar a fome em escala global”, escreve Aquiles Lins

Fonte: Aquiles Lins - Publicada em 26 de julho de 2024 às 18:18

Luiz Inácio Lula da Silva na Reunião Ministerial da Força Tarefa para a Aliança Global contra a Fome e a PobrezaLuiz Inácio Lula da Silva na Reunião Ministerial da Força Tarefa para a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu durante a força-tarefa para a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, no Rio de Janeiro, que a existência da fome no mundo é uma decisão política. “A fome não resulta apenas de fatores externos, ela decorre, sobretudo, de escolhas políticas. Hoje o mundo produz alimentos mais do que suficientes para erradicá-la. O que falta é criar condições de acesso aos alimentos”, disse o presidente Lula.

Em 1946, portanto há 78 anos, quando lançou o livro Geografia da Fome, o geógrafo e médico pernambucano Josué de Castro argumentou que a fome não é simplesmente um problema de falta de alimentos, mas resulta de uma complexa rede de fatores socioeconômicos e políticos, incluindo a má distribuição de terras, a desigualdade de renda e políticas agrícolas inadequadas. Josué de Castro defendeu na obra que a fome é uma manifestação de injustiças sociais profundas e crônicas, e propõe uma abordagem integrada e multifacetada para combatê-la efetivamente, com reformas estruturais para garantir a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável.

Além de seu trabalho acadêmico, Josué de Castro teve uma carreira política significativa. Ele foi deputado federal e embaixador do Brasil junto à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Como presidente do Conselho Executivo da FAO, ele promoveu políticas internacionais para combater a fome e melhorar a segurança alimentar global. Ele foi exilado durante a ditadura militar brasileira, passando seus últimos anos de vida na França, onde continuou seu trabalho e ativismo.

Tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto Josué de Castro reconhecem a fome como um problema que exige soluções estruturais e integradas. Durante seus mandatos, Lula implementou programas como o Fome Zero e o Bolsa Família, focando na redistribuição de renda e na promoção de políticas agrícolas sustentáveis. O presidente Lula pensa como Josué de Castro. E vai além. A iniciativa do Brasil à frente da presidência do G20 estabelece um compromisso internacional para obter apoio político, recursos financeiros e conhecimento técnico para implementação de políticas públicas e tecnologias sociais comprovadamente eficazes para a erradicação da fome e da pobreza no mundo. E o Brasil tem muito conhecimento sobre o tema, experiências voltadas para os mais pobres e vulneráveis, como transferência de renda, alimentação escolar, cadastro de famílias vulneráveis, apoio à primeira infância, à agricultura familiar com compra direta para escolas e órgãos públicos, assistência social, protagonismo das mulheres e inclusão socioeconômica e produtiva.

Josué de Castro estaria feliz em presenciar um presidente brasileiro mostrando que é possível erradicar a fome em escala global a partir de um conjunto de iniciativas e decisões políticas. Executando aquilo que ele previra.

Aquiles Lins

Aquiles Lins é colunista do Brasil 247, comentarista da TV 247 e diretor de projetos especiais do grupo.

141 artigos

Lula reverencia Josué de Castro ao liderar aliança pela erradicação da fome

“O geógrafo pernambucano estaria feliz em ver um presidente brasileiro mostrando que é possível erradicar a fome em escala global”, escreve Aquiles Lins

Aquiles Lins
Publicada em 26 de julho de 2024 às 18:18

Luiz Inácio Lula da Silva na Reunião Ministerial da Força Tarefa para a Aliança Global contra a Fome e a PobrezaLuiz Inácio Lula da Silva na Reunião Ministerial da Força Tarefa para a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu durante a força-tarefa para a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, no Rio de Janeiro, que a existência da fome no mundo é uma decisão política. “A fome não resulta apenas de fatores externos, ela decorre, sobretudo, de escolhas políticas. Hoje o mundo produz alimentos mais do que suficientes para erradicá-la. O que falta é criar condições de acesso aos alimentos”, disse o presidente Lula.

Em 1946, portanto há 78 anos, quando lançou o livro Geografia da Fome, o geógrafo e médico pernambucano Josué de Castro argumentou que a fome não é simplesmente um problema de falta de alimentos, mas resulta de uma complexa rede de fatores socioeconômicos e políticos, incluindo a má distribuição de terras, a desigualdade de renda e políticas agrícolas inadequadas. Josué de Castro defendeu na obra que a fome é uma manifestação de injustiças sociais profundas e crônicas, e propõe uma abordagem integrada e multifacetada para combatê-la efetivamente, com reformas estruturais para garantir a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável.

Além de seu trabalho acadêmico, Josué de Castro teve uma carreira política significativa. Ele foi deputado federal e embaixador do Brasil junto à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Como presidente do Conselho Executivo da FAO, ele promoveu políticas internacionais para combater a fome e melhorar a segurança alimentar global. Ele foi exilado durante a ditadura militar brasileira, passando seus últimos anos de vida na França, onde continuou seu trabalho e ativismo.

Tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto Josué de Castro reconhecem a fome como um problema que exige soluções estruturais e integradas. Durante seus mandatos, Lula implementou programas como o Fome Zero e o Bolsa Família, focando na redistribuição de renda e na promoção de políticas agrícolas sustentáveis. O presidente Lula pensa como Josué de Castro. E vai além. A iniciativa do Brasil à frente da presidência do G20 estabelece um compromisso internacional para obter apoio político, recursos financeiros e conhecimento técnico para implementação de políticas públicas e tecnologias sociais comprovadamente eficazes para a erradicação da fome e da pobreza no mundo. E o Brasil tem muito conhecimento sobre o tema, experiências voltadas para os mais pobres e vulneráveis, como transferência de renda, alimentação escolar, cadastro de famílias vulneráveis, apoio à primeira infância, à agricultura familiar com compra direta para escolas e órgãos públicos, assistência social, protagonismo das mulheres e inclusão socioeconômica e produtiva.

Josué de Castro estaria feliz em presenciar um presidente brasileiro mostrando que é possível erradicar a fome em escala global a partir de um conjunto de iniciativas e decisões políticas. Executando aquilo que ele previra.

Aquiles Lins

Aquiles Lins é colunista do Brasil 247, comentarista da TV 247 e diretor de projetos especiais do grupo.

141 artigos

Comentários

    Seja o primeiro a comentar

Envie seu Comentário

 
NetBet

Envie Comentários utilizando sua conta do Facebook