Maçaricos e batuíras migram em direção ao Ártico

Cemave monitora as aves limícolas, que foram registradas no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, litoral norte do Rio de Janeiro.

ICMBio 
Publicada em 03 de maio de 2018 às 14:28
Maçaricos e batuíras migram em direção ao Ártico

Maçaricos e batuíras de diferentes espécies foram registrados na última semana de abril no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba por pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), do NUPEM/UFRJ/RJ e equipe da unidade de conservação, no litoral norte do estado do Rio de Janeiro. A expedição registrou centenas de indivíduos que estão migrando para o norte, principalmente, maçaricos-branco, maçaricos-de-sobre-branco, maçaricos-vira-pedras, batuiruçus-de-axila preta e maçaricos-do-peito-vermelho. Boa parte deles já apresentando plumagem reprodutiva, mais colorida, e foram registrados maçaricos-do-peito-vermelho marcados com bandeirolas do Canadá, Estados Unidos e Argentina.

O maçarico-de-peito-vermelho (Calidris canutus) é considerado ameaçado de extinção, e estudos realizados na Argentina, no último verão, indicam que a população continua em acentuado declínio populacional, quase 25% no último ano, pontua Danielle Paludo, coordenadora do PAN Aves Limícolas Migratórias, do Cemave/ICMBio. "Foi uma alegria constatar indivíduos bem-sucedidos em suas longas migrações no Parque, e que essa é uma área importante de parada das limícolas, protegida e favorável para o seu descanso e alimentação", ressalta Danielle. O Parque da Restinga Jurutiba abrange um importante conjunto de lagoas costeiras ricas em invertebrados que são alimento das aves limícolas. Além disso, os cerca de 45 km de praias conservadas favorecem a parada das espécies mais costeiras, como o maçarico-branco.

Segundo a coordenadora, as aves limícolas são migratórias e anualmente partem para o Hemisfério Norte para sua reprodução, durante o verão Ártico. Aqui no Brasil elas frequentam áreas úmidas que constituem importante habitat para o seu abastecimento energético e realização das mudas. A partir de abril iniciam a sua migração em direção ao norte e o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba é importante ponto de parada das aves. Além disso, os pesquisadores registraram espécies de limícolas que não migram, como o maçarico-de-coleira e o maçarico-pernilongo se reproduzindo no parque, com comportamento de corte, com ninhos e com filhotes.

O monitoramento das aves limícolas é parte do projeto do Cemave/ICMBio com apoio do GEF/MAR e previsto no Plano Nacional para a Conservação das Aves Limícolas Migratórias. Esse PAN identificou áreas no Brasil importantes para estudos e ação de proteção dos habitats, visando a conservação das aves limícolas e desde 2017 o projeto GEF vem monitorando as migrações e invernada das aves limícolas no Parque Nacional da Lagoa do Peixe, Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e Parque Nacional do Cabo Orange. Os trabalhos contam com a participação das equipes dos Parques Nacionais e pesquisadores colaboradores do PAN, e são integrados aos trabalhos realizados nos outros países pelos quais as aves migram, através da Iniciativa Pró-Aves Limícolas Migratorias (AFSI) e do International Shorebird Surveys (ISS).

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