Mais de 940 mil m³ foram dragados do rio Madeira em 2018
O processo consiste em escavar o material que está obstruindo o canal de navegação e bombear o volume a pelo menos 250 m de distância desse canal.
A informação foi dada na última semana pelo tecnólogo naval com especialização em sistemas fluviais, Fernando Alonso Martinez, um dos responsáveis pela supervisão da atividade no rio Madeira. O representante da empresa UMI SAN, contratada pelo DNIT por meio de licitação, falou das principais peculiaridades e dificuldades da realização da obra na região durante um encontro com alunos na 2ª Jornada de Arquitetura e Engenharia, promovida pelo Centro Universitário São Lucas.
“O rio Madeira possui algumas particularidades como a variação de 10 a 14m de nível e a vazão de 24 mil m³ de água por segundo, que pode ser comparado ao rio Mississipi nos EUA, além da sua extensão, que supera os mil quilômetros.”, comentou Alonso.
A prestação de serviço durante a estiagem é importante para garantir a segurança da navegação e a capacidade logística da hidrovia em trechos críticos, que são escolhidos a partir de estudos com base em levantamentos batimétricos atuais e dados de sondagens anteriores. Além disso, o DNIT mantém um canal de comunicação aberto com os usuários da hidrovia sobre problemas e sugestões relativos a navegação no rio Madeira.
Segundo Alonso, em 2017 quando foi dado início o processo de dragagem do rio Madeira, o principal ponto escavado foi a localidade denominada Conceição, no Estado do Amazonas. Após o monitoramento realizado não foi preciso retornar a região, pois a dragagem apresentou resultados consolidados. “Em 2018, escolhemos o trecho Curicacas e Tamanduá, pertencentes ao município de Porto Velho/RO, por serem sinuosos e dificultarem bastante a navegação dos comboios de balsas de grãos. Nossa expectativa é que em 2019 não seja preciso voltar para as localidades já dragadas e podermos avançar para novos trechos críticos. É um trabalho minucioso, demorado, uma vez que todos os parâmetros de monitoramento são respeitados”, frisou Alonso.
A bióloga Caroline Vivian Smozinski, que também acompanha os serviços de dragagem, relatou aos estudantes que o monitoramento ambiental dos pontos dragados é constante, e que não foram encontrados metais pesados, uma das preocupações da equipe. “Encontramos apenas nitrito e nitrato em quantidades acima do que é preconizado pelo CONAMA, entretanto não encontramos valores significativos de mercúrio, situação que também foi observada em trechos sem a atividade de dragagem.”
Toda a atividade é acompanhada, monitorada e fiscalizada por técnicos do DNIT que avalia a execução dos serviços, garantindo a efetiva aplicação do recurso público e a melhoria significativa da navegabilidade para a economia da região.
As atividades de dragagem do rio Madeira em 2018 foram encerradas em função da elevação natural do nível do rio, que acontece neste momento. A expectativa é que as operações retornem em junho de 2019.
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