Marina Silva deixa audiência após ataque e ofensas de senador

Episódio ocorreu na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado

Fonte: Fabíola Sinimbú* - Repórter da Agência Brasil/Foto: © Lula Marques/Agência Brasil - Publicada em 27 de maio de 2025 às 17:07

Marina Silva deixa audiência após ataque e ofensas de senador

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, deixou a audiência na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado após ser atacada pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM).

O tucano pediu a palavra para fazer uma pergunta, mas acabou afirmando que, como ministra, ela não merecia respeito.  

“Estou falando com a ministra e não com a mulher, porque a mulher merece respeito, a ministra, não”, afirmou Plínio Valério.

A ministra estava na comissão como convidada para tratar da criação de quatro unidades de conservação marítimas no Amapá. Durante a audiência, houve calorosos debates sobre temas como a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, o Projeto de Lei do Licenciamento Ambiental e a extensão da BR-319.

Após retrucar que o convite foi feito porque ela ocupa o cargo de ministra e não por ser mulher, Marina Silva e a equipe do ministério deixaram a sessão.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) saiu em defesa da ministra.

“O debate político pode ser caloroso, pode se expressar as divergências, pontos de vistas, agora, manifestação de desrespeito é inaceitável.”

Reunião

Após reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, Marina afirmou que foi senadora por 16 anos e que está acostumada ao diálogo, mas que não aceitava que alguém dissesse que ela tinha de "se colocar no seu lugar".

"O meu lugar é o lugar da defesa da democracia, o meu lugar é o lugar da defesa do meio ambiente, do combate à desigualdade, do desenvolvimento sustentável, da proteção da biodiversidade, de projetos de infraestrutura necessários ao país", defendeu.

Ela disse ainda que solicitou desculpas por parte do parlamentar e que não foi atendida.

"O que não pode é alguém achar que porque você é mulher, é preta, vem de uma trajetória de vida humilde, que você vai dizer quem eu sou e ainda dizer que eu devo ficar no meu lugar. O meu lugar é aonde todas as mulheres devem estar."

Reincidência

Plínio Valério já havia atacado anteriormente a ministra Marina Silva, durante um discurso público em um evento no Amazonas. Naquela ocasião, o senador afirmou: “Imagine o que é tolerar a Marina seis horas e dez minutos sem enforcá-la”.

Omar Aziz

Antes do ataque verbal de Plínio Valério, o senador Omar Aziz (PSD-AM) provocou Marina Silva, atribuindo a ela culpa pela aprovação do Projeto de Lei 2.159/2021 - que muda as regras do licenciamento ambiental.

“Se essa coisa [o PL] não andar, a senhora também terá responsabilidade do que nós estamos aprovando aqui. Pode ter certeza! Pela intransigência, a falta de vontade de dialogar, de negociar, de conversar e de agilizar, mas nós iremos agilizar”, disse Aziz.

 “É não querer honrar os votos de quem os elegeu, porque quem tem um mandato de senador, de deputado, vota pelas convicções que tem, não porque alguém o obrigou a fazer alguma coisa”, rebateu a ministra.

Marina Silva concluiu ressaltando que “o licenciamento ambiental é uma conquista da sociedade brasileira e, nesse momento, só o povo brasileiro pode evitar esse desmonte que está sendo proposto.”

https://agenciabrasil.ebc.com.br/meio-ambiente/noticia/2025-05/marina-silva-deixa-audiencia-apos-ataque-e-ofensas-de-senador

Marina Silva deixa audiência após ataque e ofensas de senador

Episódio ocorreu na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado

Fabíola Sinimbú* - Repórter da Agência Brasil/Foto: © Lula Marques/Agência Brasil
Publicada em 27 de maio de 2025 às 17:07
Marina Silva deixa audiência após ataque e ofensas de senador

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, deixou a audiência na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado após ser atacada pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM).

O tucano pediu a palavra para fazer uma pergunta, mas acabou afirmando que, como ministra, ela não merecia respeito.  

“Estou falando com a ministra e não com a mulher, porque a mulher merece respeito, a ministra, não”, afirmou Plínio Valério.

A ministra estava na comissão como convidada para tratar da criação de quatro unidades de conservação marítimas no Amapá. Durante a audiência, houve calorosos debates sobre temas como a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, o Projeto de Lei do Licenciamento Ambiental e a extensão da BR-319.

Após retrucar que o convite foi feito porque ela ocupa o cargo de ministra e não por ser mulher, Marina Silva e a equipe do ministério deixaram a sessão.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) saiu em defesa da ministra.

“O debate político pode ser caloroso, pode se expressar as divergências, pontos de vistas, agora, manifestação de desrespeito é inaceitável.”

Reunião

Após reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, Marina afirmou que foi senadora por 16 anos e que está acostumada ao diálogo, mas que não aceitava que alguém dissesse que ela tinha de "se colocar no seu lugar".

"O meu lugar é o lugar da defesa da democracia, o meu lugar é o lugar da defesa do meio ambiente, do combate à desigualdade, do desenvolvimento sustentável, da proteção da biodiversidade, de projetos de infraestrutura necessários ao país", defendeu.

Ela disse ainda que solicitou desculpas por parte do parlamentar e que não foi atendida.

"O que não pode é alguém achar que porque você é mulher, é preta, vem de uma trajetória de vida humilde, que você vai dizer quem eu sou e ainda dizer que eu devo ficar no meu lugar. O meu lugar é aonde todas as mulheres devem estar."

Reincidência

Plínio Valério já havia atacado anteriormente a ministra Marina Silva, durante um discurso público em um evento no Amazonas. Naquela ocasião, o senador afirmou: “Imagine o que é tolerar a Marina seis horas e dez minutos sem enforcá-la”.

Omar Aziz

Antes do ataque verbal de Plínio Valério, o senador Omar Aziz (PSD-AM) provocou Marina Silva, atribuindo a ela culpa pela aprovação do Projeto de Lei 2.159/2021 - que muda as regras do licenciamento ambiental.

“Se essa coisa [o PL] não andar, a senhora também terá responsabilidade do que nós estamos aprovando aqui. Pode ter certeza! Pela intransigência, a falta de vontade de dialogar, de negociar, de conversar e de agilizar, mas nós iremos agilizar”, disse Aziz.

 “É não querer honrar os votos de quem os elegeu, porque quem tem um mandato de senador, de deputado, vota pelas convicções que tem, não porque alguém o obrigou a fazer alguma coisa”, rebateu a ministra.

Marina Silva concluiu ressaltando que “o licenciamento ambiental é uma conquista da sociedade brasileira e, nesse momento, só o povo brasileiro pode evitar esse desmonte que está sendo proposto.”

https://agenciabrasil.ebc.com.br/meio-ambiente/noticia/2025-05/marina-silva-deixa-audiencia-apos-ataque-e-ofensas-de-senador

Comentários

  • 1
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    paulo 28/05/2025

    Só não vê quem é sego e não ouve quem for surdo. Porque essa senhora que diz Acreana nunca fez nada em favor de seu estado e muito menos para Rondônia. As hidroelétricas de Rondônia só saíram do papel após ela sair do Ministério e agora bate o pé e reluta de todas as formas para impedir o asfaltamento da BR-319, promessa em eleições desse atual governo federal. Acho que a birra dela é porque a BR-319 não passa pelo Acre. E muito incompetente, deveria voltar ao seu Estado para cuidar do meio ambiente de lá.

  • 2
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    paulo 28/05/2025

    Só não vê quem é sego e não ouve quem for surdo. Porque essa senhora que diz Acreana nunca fez nada em favor de seu estado e muito menos para Rondônia. As hidroelétricas de Rondônia só saíram do papel após ela sair do Ministério e agora bate o pé e reluta de todas as formas para impedir o asfaltamento da BR-319, promessa em eleições desse atual governo federal. Acho que a birra dela é porque a BR-319 não passa pelo Acre. E muito incompetente, deveria voltar ao seu Estado para cuidar do meio ambiente de lá.

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