Misturando o santo e o profano
Valdemir Caldas
“E a meu povo ensinarão a distinguir entre o santo e o profano e o farão discernir entre o imundo e o limpo” (Ezequiel 44:23). “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro”. (Mateus 6:24).
Quando se mistura o santo e o profano o resultado é sempre desastroso para quem assim procede. A Bíblia está repleta de exemplos de homens que misturaram o sagrado com o vulgar e se deram mal.
Deus escolheu Arão e seus filhos (Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar) para exercerem o ofício sacerdotal e os instruiu como proceder para satificá-LO (Êxodo 28:1).
Nadabe e Abiú desobedeceram a Deus, oferecendo-LHE fogo estranho, ou seja, fogo que não vinha do Alto do Sacrifício, como lhes ordenara o Senhor. E morreram por isso. Porque misturam o sagrado com o corrompido (Levítico 10:1)
Mas há, também, relatos de pessoas que se não deixaram seduzir pelas coisas do mundo. Respeitado pela sua sabedoria, inteligência e conhecimento, Daniel não se contaminou com as iguarias do rei Belsazar, separando o santo e o profano.
A política faz parte da vida do homem, tanto que Aristóteles afirmava que “o homem é um animal político por natureza”, mas dai misturá-la com as coisas de Deus, não é correto. Precisamos separar os princípios e valores bíblicos da política suja, pervertida e corrupta, praticada pelos que buscam apenas seus próprios e mesquinhos interesses.
Aqui e acolá, vemos líderes religiosos, que se autodenominam enviados de Deus, transformando os púlpitos de suas denominações em palanque eleitoral, profanando um lugar sagrado com as presenças de políticos enrolados até a medula com a justiça pela prática dos mais variados crimes.
“Dai pois a César o que de César, e a Deus o que é de Deus”. Com essa frase, Jesus deixou bem claro que política e religião não se misturam. Que o sagrado não se mistura com o profano.