MPF pede que YouTube retire do ar vídeos em que pastor anuncia sementes de feijão com supostos poderes de curar a covid-19

Valdemiro Santiago de Oliveira, líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, tem divulgado mensagens em que vende as sementes por até R$ 1 mil

Assessoria de Comunicação - PRE/SP
Publicada em 11 de maio de 2020 às 16:18
MPF pede que YouTube retire do ar vídeos em que pastor anuncia sementes de feijão com supostos poderes de curar a covid-19

O Ministério Público Federal (MPF), por meio da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) em São Paulo, enviou oficio ao presidente do Google no Brasil, responsável pela plataforma de vídeos YouTube, solicitando que retire do ar vídeos nos quais Valdemiro Santiago de Oliveira, líder da Igreja Mundial do Poder de Deus (IMPD), aparece anunciando sementes de feijão com supostos poderes de curar a covid-19.

Nos audiovisuais, o pastor incita seus fiéis a plantarem as sementes, vendidas pela agremiação religiosa no valor de R$ 100 a R$ 1.000, defendendo que tal atitude pode auxiliar na crise epidêmica atual, fazendo alusão e ligação com suposto caso concreto de pessoa que teria se curado de doença causada pelo novo coronavírus.

O MPF solicitou que, além de retirar do ar, o YouTube mantenha o material preservado e acautelado em arquivos da empresa, na íntegra, bem como o registro do quantitativo de acessos a eles, para eventuais e futuras providências de responsabilização. A empresa deve responder em cinco dias se tomou as providências requeridas.

Apuração de estelionato - O MPF também já enviou notícia-crime ao Ministério Público do estado de São Paulo (MP/SP) pedindo que apure possível prática de estelionato por parte de Valdemiro Santiago de Oliveira. Para a Procuradoria, está claro o uso de influência religiosa e da mística da religião para obter vantagem pessoal (ou em benefício da IMPD), induzindo vítimas em erro, pois não há evidência conhecida de cura da covid-19 por meio de alguma divindade nem por ingestão ou plantação de feijões mágicos.

A notícia-crime foi enviada ao MP/SP porque o crime a ser investigado é de competência da Justiça Estadual, e o MPF atua perante a Justiça Federal.

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