Uma mulher tratou por seis anos uma metástase óssea que nunca existiu e teve como sequelas vários problemas de saúde e psicológicos. O diagnóstico errado feito por uma empresa médica de São Paulo acende a importante discussão sobre prevenir o erro médico, tendo em vista que ele é capaz de fragilizar a saúde e até mesmo levar à morte.
O caso repercutiu nas redes sociais e a empresa foi condenada a pagar R$ 200 mil de indenização à mulher. A advogada especialista em direito na saúde, Nilza Sacoman, explica que não é uma situação isolada, “O erro médico é um problema crônico não só no Brasil, mas em todo mundo. Existem alguns conceitos-chave de classificação internacional da segurança do paciente da Organização Mundial da Saúde, como evento adverso, incidente, risco e dano, que ajudam a identificar o tipo da falha, pois são muitas que podem ocorrer”, diz.
O dano, por exemplo, é entendido como comprometimento da estrutura ou função do corpo, que pode resultar em lesão, sofrimento ou morte. O ideal, segundo a especialista, é que se o paciente desconfiar ter sido vítima de erro médico, faça uma denúncia no Conselho Regional de Medicina.
No ano de 2022, o Brasil registrou 292 mil incidentes na assistência à saúde, de acordo com dados da Anvisa agrupados pela Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e da Segurança do Paciente (Sobrasp).
Cerca de 6 mil notificações são identificadas como “never events”, falhas que não deveriam acontecer, ou seja, colocam o paciente em grave risco de sequelas ou morte.
Aproximadamente 2,6 milhões de pessoas morrem anualmente no mundo por conta de erros médicos. “São cinco pacientes por minutos que poderiam ter sobrevivido caso falhas fossem evitadas”, explica Nilza.
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