Nossos corpos EXIGEM respeito. Parem de nos matar!
Sofremos, denunciamos e vivemos cercadas por muito medo
Desde que as primeiras mulheres negras pisaram em solo brasileiro, nós mulheres negras resistimos aos inúmeros ataques aos nossos corpos. Sofremos, denunciamos e vivemos cercadas por muito medo. Infelizmente, essa execução sistemática do nosso povo não se dá só com arma de fogo ou faca. Ela se dá quando não temos saúde, quando não se tem casa, educação, transporte, segurança pública, qualidade de vida, respeito.
Desde que as primeiras mulheres negras pisaram em solo brasileiro, nós mulheres negras resistimos aos inúmeros ataques aos nossos corpos. Sofremos, denunciamos e vivemos cercadas por muito medo. Infelizmente, essa execução sistemática do nosso povo não se dá só com arma de fogo ou faca. Ela se dá quando não temos saúde, quando não se tem casa, educação, transporte, segurança pública, qualidade de vida e respeito.
A desigualdade de gênero é fator extremamente excludente e contribui com o aumento dos dados da violência contra a mulher no Brasil, e este quadro se agrava ainda mais com a variável do racismo, que se manifesta de forma dramática nos números de violência contra mulheres negras, com 62% das vítimas, mortas por agressão.
De acordo com dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, de 2016, cerca de 43% das mulheres negras relataram que foram assediadas na rua, transporte público ou ambiente de trabalho, quando não são abordadas agressivamente em festas e beijadas à força.
Nesta semana, um caso de violência sexual contra uma jovem negra de 21 anos, que estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Goiânia Leste, no setor Universitário em Goiânia nos deixa ainda mais revoltadas. A violência contra nossos corpos chega até onde deveríamos ser protegidas, cuidadas e tratadas. O caso assusta. A jovem deu entrada no hospital, no dia 16 de maio.
O abuso ocorreu um dia após a internação e foi registrado pela chefe de enfermagem da empresa que administra a UTI da unidade hospitalar. A paciente, por estar medicada, mantinha momentos de lucidez alternados com sedação, e em um dos momentos sóbrios relatou os abusos, que foram confirmados pelas câmeras de segurança do local. A jovem morreu nove dias após a internação.
A causa da morte não foi divulgada, e uma amiga da vítima informou que ela havia sofrido uma parada cardíaca. Ainda de acordo com a amiga, exames foram realizados para descobrir a causa da morte e o abuso foi confirmado. No entanto, os laudos com as causas do óbito ainda demoram cerca de 30 dias para ficarem prontos. A paciente foi velada e sepultada na última segunda-feira (27), no Cemitério Jardim das Palmeiras. Susy Nogueira era uma jovem estudante que cursava o 4º período do curso de Arquitetura e Urbanismo e teve seu sonho interrompido.
O técnico de enfermagem flagrado pelas câmaras e denunciado pela jovem se entregou à polícia nesta quarta-feira (29). Mais uma mulher negra morreu após uma brutalidade, que mesmo comprovada, não foi resolvida a tempo e, com certeza, tirou a vida desta jovem. Quantas vidas ainda serão perdidas para que sejamos respeitadas, para que se preocupem com a violência contra nós? Estamos acompanhando e articulando em total apoio à família, iremos cobrar punição aos violadores de direitos! Nossos corpos exigem respeito! Vidas negras importam!
É urgente que todas as instituições se posicionam a favor da pauta do enfrentamento à violência contra a mulher, com um olhar mais atento à questão racial, só assim será possível promover políticas públicas eficientes em todas as esferas de poder.
É uma questão muito séria, e precisa ser tratada como tal, ou do contrário, o caso de Susy em Goiânia, carregada de sonhos e planos, assim como outros jovens de sua idade, se tornará apenas estatísticas da violência contra a mulher negra na sociedade.
#mnu40anos
#vidasnegrasimportam
*Coordenadora Nacional do MNU/Tesoureira do Sintego
Secretária de Combate ao Racismo da CNTE/ Vice Presidente da CUT/GO
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