O bolsonarismo bloqueia a união nacional em torno da tragédia no RS
O Brasil da vida aguarda a libertação dos brasileiros sequestrados pelo veneno do bolsonarismo e mantidos sob o cárcere de um ódio irracional
Enchente em Porto Alegre (Foto: Ricardo Stuckert)
O desastre climático no sul ensejou - mais uma vez sob tragédia - a chance de o país depurar feridas da diferença por meio do ato básico da solidariedade. Da ajuda. Da união. Da vida.
Era o momento propício de juntar forças em busca do bem particular e coletivo através do resgate, do salvamento, da reconstrução de histórias devastadas pela ação da natureza e inação humana.
Mas o bolsonarismo bloqueou, de novo, as frestas do diálogo com o insaciável desejo de morte, desprezo e ódio a todo e qualquer sopro de esperança ventilado como aceno à cicatrização nacional.
Esse estado permanente de revolta e vigília contra um mal imaginário do sistema projetado na esquerda e nas políticas humanistas trancou a alma brasileira no escuro da insensibilidade.
Travou corpos e mentes para as janelas do afeto, da reflexão, da revalorização do relevante na rotina e na sociedade - e tudo passou a ser regido pelas mentiras e narrativas ideológicas do zap criadas para produzir atrofias politicas.
O Brasil da vida aguarda a libertação dos brasileiros sequestrados pelo veneno do bolsonarismo e mantidos sob o cárcere de um ódio tão irracional quanto inútil e perigoso – essa é a outra tragédia do nosso tempo.
Tiago Barbosa, Jornalista, pós-graduado em História e Jornalismo, com passagem por jornais de Pernambuco
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