Operação flagra pesca ilegal e captura de quelônios
Fiscais do ICMBio e Polícia Militar realizaram a Operação Desova na Reserva Extrativistas (Resex) do Baixo Juruá, na Amazônia.
Foram apreendidos e doados pouco mais de uma tonelada de carne de Pirarucu. (Foto: Acervo/ICMBio)
Entre os dias 17 a 30 de setembro, fiscais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realizaram a operação “Desova” na Reserva Extrativista (Resex) do Baixo Juruá, no estado do Amazonas. Foram lavrados nove autos de infração, sendo cinco relacionados à pesca irregular de Pirarucu e três voltados à captura ilegal de quelônios e ovos (da espécie Podocnemis). Ao todo, foram apreendidos e doados pouco mais de uma tonelada de carne de Pirarucu, apreendidos e soltos na natureza 36 quelônios, juntamente com 221 ovos da espécie. O valor total em multas e apreensões foi de R$ 282.00,00. Além dos agentes de fiscalização do ICMBio, a operação contou com o apoio da Polícia Militar do estado do Amazonas, e também com recursos financeiros do Programa de Áreas Protegidas (ARPA). De acordo com o presidente do ICMBio, Homero Cerqueira, as ações de fiscalização são importantes para coibir as ações ilegais dentro das unidades de conservação, garantindo o cumprimento das leis ambientais e a missão do Instituto.
A fiscalização nesta época do ano é fundamental, pois neste período a Amazônia vive o ciclo das águas, diminuindo o nível dos leitos dos rios e surgindo as praias fluviais, onde os quelônios amazônicos realizam sua desova. A várzea seca, interrompendo temporariamente a conectividade entre os lagos e os rios principais, diminui o volume das águas e as áreas dos ambientes, concentrando as espécies aquáticas. Por isso, a pesca é realizada com mais facilidade e intensidade na região nesta época do ano.
São necessárias ações de fiscalização para evitar que pescadores não autorizados e comerciantes de animais silvestres explorem os recursos ambientais da unidade. Na Resex do Baixo Juruá, os quelônios do gênero Podocnemis e o Pirarucu (Arapaima gigas) são espécies alvos da conservação, e os beneficiários da unidade de conservação têm papel fundamental no uso racional destes recursos. Antes mesmo da criação da unidade em 2001, comunidades locais já cuidavam das praias de desova de quelônios, chamadas de tabuleiros, evitando que no local ocorresse a captura indiscriminada de ovos e matrizes dos “bichos de casco” da Amazônia. Para o Pirarucu, o manejo é realizado na Resex há 14 anos, onde anualmente o Ibama autoriza a cota de indivíduos para captura, com base na contagem de indivíduos do ano anterior.
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