Oportunidade de ouro para governo extinguir o GSI

"O GSI é um enclave conspirativo dos militares no centro do poder civil. Sua existência conflita com uma institucionalidade democrática", defende Miola

Jeferson Miola
Publicada em 20 de abril de 2023 às 15:14
Oportunidade de ouro para governo extinguir o GSI

Presidente Lula e comandantes das Forças Armadas (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Muitos militares lotados no Gabinete de Segurança Institucional [GSI] ainda pelo general Augusto Heleno continuavam nos mesmos cargos durante a gestão do general Gonçalves Dias [GDias] quando aconteceram os atentados criminosos no 8 de janeiro.

comprovação documental da cumplicidade desses militares com os criminosos que invadiram e depredaram o Palácio do Planalto oferece uma chance de ouro para o governo extinguir o GSI.

O GSI é um enclave conspirativo dos militares no centro do poder civil. Sua existência conflita com uma institucionalidade democrática e republicana.

Ainda na transição o governo Lula começou o esvaziamento do órgão, retirando dele atribuições relevantes. Primeiro, substituiu o GSI pela PF na segurança presidencial desde antes mesmo da posse. E, depois do 8 de janeiro, transferiu a ABIN para o comando da Casa Civil.

Se ainda faltava algo para o sepultamento definitivo do GSI, as imagens de militares tratando criminosos – muitos deles fardados – com espantosa cortesia, urbanidade e camaradagem, foi a pá de cal. Não faz absolutamente nenhum sentido o governo manter o GSI; é preciso extingui-lo.

A existência do GSI só interessa aos militares, que o instrumentalizam para fortalecer o poder fardado no controle, espionagem, vigilância e perseguição política da sociedade. Este órgão tem importância estratégica para o exercício da tutela militar sobre a democracia e o poder civil.

Não por acaso, um dos primeiros atos administrativos do usurpador Michel Temer foi a recriação do GSI, em 12 de maio de 2016 [Medida Provisória nº 726], quando a máfia golpista se instalou no Planalto.

Para o cargo de ministro do GSI, foi nomeado o general-conspirador Sérgio Etchegoyen, aquele que junto com o também conspirador Villas Bôas traiu a presidente Dilma, que os havia designado respectivamente para a chefia do Estado Maior e para o Comando do Exército, e conspiraram com Temer para derrubá-la.

Etchegoyen rapidamente dotou o GSI do poder e influência que pavimentou o caminho para a materialização do projeto – ainda secreto, à época – de poder dos militares com Bolsonaro.

Como analisado em artigo de 24/12/2022, foi na gestão do general Etchegoyen no GSI que teve início a colonização generalizada do aparelho de Estado por militares, fenômeno depois exponenciado no governo militar nominalmente presidido por Bolsonaro.

Com Etchegoyen, a ABIN retornou para o GSI e foram reconfigurados os dispositivos de inteligência, espionagem,  vigilância, sabotagem, chantagem e controle nos moldes do SNI, da ditadura militar.

A permanência do GSI representa um retrocesso democrático e uma ameaça permanente à governabilidade que só não continuou extinto como decidido pela Dilma em 2015 em consequeência do golpe oligárquico-militar de 2016.

No contexto da desmilitarização do Estado e da sociedade brasileira, a extinção do GSI é um requerimento fundamental; “é um passo vital que precisa ser dado na perspectiva de desmilitarização e desfascitização do Estado brasileiro”.

Jeferson Miola

Articulista

Comentários

  • 1
    image
    OBSERVADOR 22/04/2023

    É sim uma oportunidade de ouro mas para o Brasil se livrar desse ex-presidiário e chefe da maior ORCRIM das Américas, quiçá do mundo, do Luladrão, isto sim. O ex-chefe do GSI e amicissimo do ex-presidiário foi ouvido pela PF ontem pela manhã, por quase 6h e sublinarmente entregou toda corja palaciana deste desgoverno do seu mestre e pai dos jumentos teleguiado esquerdeopatas como vc, jornalista. O general Gonçalves Dias declarou que a responsabilidade não era do GSI e sim do MJ Dinossauro e MD José Mucio, bem como que, o ex-presidiário Luladrão tinha total conhecimento das imagens e que, ficou surpreso quando assistiu o seu chefe e ex-presidiário dizer que não teve nem tinha conhecimento das imagens da parte interna das dependências do Palácio do Planalto, ou seja, perante o delegado da PF e em depoimento o general Gonçalves Dias desmentiu o ex-presidiário. Portanto, é sim uma excepcional oportunidade de expulsar o maior chefe de ORCRIM das Américas, quiçá do mundo do Palácio do Planalto juntamente com todos seus comparsas da cleptocracia que se estabeleceu dentro do Palácio do Planalto. Estamos com um desgoverno de ladrões, uma cleptocracia do ex-presidiário, chefe-mor da ORCRIM PTralha. Que excepcional oportunidade de expurgar, expulsar o ex-presidiário do Palácio do Planalto, ah que oportunidade!! É isso. Agora vá chorar embaixo do chuveiro, esquerdeopata.

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