Pluralidade na Câmara dos Deputados: Sobe para 17,7% o número de deputadas federais, incluindo mulheres negras, trans e indígenas

Em 2018, 77 mulheres foram eleitas ao cargo político e, a partir de 2023, o Congresso Nacional terá 91 mulheres na Câmara dos Deputados

Assessoria
Publicada em 08 de outubro de 2022 às 11:11
Pluralidade na Câmara dos Deputados: Sobe para 17,7% o número de deputadas federais, incluindo mulheres negras, trans e indígenas
Da esquerda para a direita: Luanna Martins, do Vote Nelas, Marina Bragante, foi candidata a vereadora em 2020, Marina Helou, deputada estadual reeleita em 2022 e cofundadora do Vote Nelas, e Karolina Bergamo, também cofundadora do movimento (Crédito: Vote Nelas)

No último domingo (02), o Brasil foi às urnas para escolher seus representantes dos cinco cargos em disputa: presidente da República, governador(a), senador(a), deputado(a) federal e deputado(a) estadual. Com o resultado das eleições, 2023 terá maior representação feminina na Câmara dos Deputados na história brasileira, incluindo mulheres negras, trans e indígenas e, de acordo com a Agência Senado, o Parlamento terá, pela primeira vez na história, duas deputadas trans: Erika Hilton (Psol-SP) e Duda Salabert (PDT-MG).

Com o resultado e a definição das candidaturas eleitas, além da candidatura da bancada feminista ao cargo de Deputada Estadual, será possível também a criação da bancada indígena, com a presença de três mulheres indígenas eleitas a deputada federal: Sônia Guajajara (PSOL) de São Paulo, Célia Xacriaba (PSOL) de Minas Gerais e Silvia Waiãpi (PL) também atuarão na Câmara dos Deputados a partir do próximo ano. Ao todo, 9.892 mulheres pleitearam algum posto nas eleições deste ano, o que representa 34% das candidaturas, de acordo com a Representativa - Consultoria de capacitação e formação de lideranças femininas.

“É uma luta contínua. Estamos muito felizes por essas mulheres eleitas e é por isso que vamos apoiá-las para que consigam aprovar projetos que garantam a seguridade de tantas outras mulheres que sofrem com desigualdade de gênero. É a garantia da continuidade de uma jornada que busca fomentar a pluralidade e o fortalecimento da democracia por meio da ocupação de mulheres nos espaços de poder. É por isso que normalizar a presença dessas mulheres principalmente no Congresso Nacional, que é onde se pode lutar de forma mais efetiva”, afirma Isabela Lustosa, voluntária do Vote Nelas, que é um movimento suprapartidário que mapeia estratégias de inclusão de mulheres na política.

Em 2023, somente dois estados serão governados por mulheres e apenas quatro mulheres farão parte do Senado

De acordo com a Agência Câmara de Notícias, apesar da ainda pequena representação em esferas de poder, as mulheres são a maioria das pessoas aptas a votar nessas eleições, com 52,65% do eleitorado. E para buscar equidade nos cargos, a legislação eleitoral brasileira incentiva o ingresso feminino, dando aos partidos o dever de indicar 30% de mulheres para as candidaturas à Câmara dos Deputados, e garantindo 30% dos recursos do Fundo Eleitoral e 30% do horário eleitoral de rádio e TV.

“Esses incentivos são importantíssimos para a construção do cenário que buscamos. Mulheres com vozes ativas incentivam outras mulheres a falarem também, assim como mulheres que ocupam um cargo público incentivam outras mulheres a ocuparem também”, conclui Isabela.

Conheça o Vote Nelas e ajude a construir uma democracia mais participativa e plural, principalmente votando em mulheres no dia 02 de outubro. Saiba mais aqui!

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