O prazo final para tirar o primeiro título de eleitor acaba nesta quarta-feira (8). O número de eleitores com idade menor que 18 anos, para os quais o voto é facultativo, cresceu em 2024 e interrompeu uma sequência de queda em eleições municipais. A última atualização do portal de Estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostra que o eleitorado com faixa etária de 16 a 17 anos aumentou 14,22% em comparação ao último pleito municipal. Dados de uma pesquisa recente da Justiça Eleitoral, revelou que nesta eleição de 2024, existem mais de 1 milhão e 200 mil jovens com essa idade aptos a votarem e que ainda não tirou o título.
Especialistas apontam que algumas questões acabam afastando a participação deste público, entre os pontos citados por estudiosos da área é que a maioria dos jovens enxergam a política como algo estático e ultrapassado, isso na maior parte das vezes por conta dos legisladores e gestores públicos que acabam afastando a participação desses eleitores que só votam a partir do momento da obrigação.
A advogada eleitoral, Fernanda Viotto, explica que é preciso atrair os jovens para a participação política. “É preciso que os jovens façam parte do processo eleitoral para que, desde cedo, estabeleçam uma relação entre os aspectos da sociedade, cultura e economia com o jogo político, tendo uma percepção a respeito da importância do voto consciente”.
Pela lei brasileira, adolescentes de 16 a 17 anos não são obrigados a votar, mas são permitidos. O voto facultativo foi estabelecido em 1988 pela Constituição Federal após a democracia ter se restabelecido no país.
Quando se trata de jovens aptos a votar nesta faixa etária, os números contabilizam 2.116.781 em 2022, contra 1.400.617 em 2018. Segundo o TSE, o número de comparecimento de pessoas com essa idade aumentou 52,3% neste período.
Embora dados sobre a participação revelem um aumento, o número de filiações partidárias entre jovens de até 24 anos é baixo, representando apenas 1% do total das agremiações partidárias. Após as eleições de 2022, ainda houve uma queda de 14% na filiação entre os eleitores.
Existem obstáculos que dificultam o interesse dos mais novos pela política, o desconhecimento sobre as formas de participação é um deles. “As informações sobre como praticar cidadania e integrar as decisões políticas precisam ser disseminadas, porque é um dos impedimentos da integração dos jovens, outro aspecto é a falta de representatividade, há um choque cultural entre eles e as questões tradicionais defendidas por políticos, isso acaba gerando um distanciamento”, argumenta Viotto.
Para os jovens que desejam usar a política como ferramenta de transformação, a orientação é “requerer o título eleitoral no cartório mais próximo, onde o cadastro será feito, assim como a coleta biométrica. Mas antes, consultar o site do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para checar a necessidade de agendamento na região em questão. É bom lembrar que o jovem que tiver 15 anos, mas que no primeiro turno das eleições já tiver completado 16 anos, poderá também tirar o título de eleitor”, conclui Viotto.
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