Prédio-sede do MPRO será tela para obra do artista Eduardo Kobra

Diversidade da Amazônia e de seu povo são inspirações para o mural

Gerência de Comunicação Integrada (GCI)
Publicada em 23 de novembro de 2023 às 14:38
Prédio-sede do MPRO será tela para obra do artista Eduardo Kobra

O edifício-sede do Ministério Público de Rondônia (MPRO) em Porto Velho será tela para uma obra do artista e muralista Eduardo Kobra. A arte, que será a primeira com a assinatura dele no Estado de Rondônia, começa a ser feita nesta quinta-feira (23/11).

O mural, que se chamará “Brasileiras e Brasileiros”, deve ocupar uma área de 35 (trinta e cinco) metros de altura e quase 7 (sete) metros de largura e é uma contribuição do MPRO para embelezar a capital rondoniense, promovendo o incentivo à cultura. A obra deve ser realizada no prazo de até 10 (dez) dias úteis, dependendo das condições climáticas.

A composição da arte foi pensada para exaltar a diversidade, pluralidade, força, a história e as muitas belezas da população. Cada rosto foi inspirado em variadas faces contemplando idades, gêneros e etnias. Além das imagens hiper-realistas, o estilo marcante de muralismo de Kobra é caracterizado por cores vibrantes e contrastantes, e sua habilidade em retratar personalidades e fatos históricos, e questões sociais em murais gigantescos.

Durante coletiva à imprensa na manhã desta quinta-feira (23/11), o Procurador-Geral de Justiça, Ivanildo de Oliveira, comentou que as mensagens retratadas nas obras de Kobra ecoam por todo o mundo com referências ao iminente colapso climático, problemas causados pela poluição da água, do ar e desmatamento, evidenciando as desigualdades sociais e a necessidade de lutar pelo acesso a direitos básicos como alimentação e segurança. Ou seja, a arte feita por ele se assemelha e harmoniza com a atuação diária do Ministério Público pela melhoria da sociedade.

“A nossa ideia é traduzir aquilo que o Ministério Público tem como missão: ser o defensor da sociedade. Temos ligações, enquanto Instituição, com os direitos fundamentais, questões ambientais, sustentabilidade e povos tradicionais. Queremos retratar na nossa estrutura física uma obra de arte que represente o nosso povo. Queremos que as pessoas olhem e se identifiquem na arte, que percebam esse “caldo cultural” que existe no Estado de Rondônia”, disse o Procurador-Geral de Justiça.

O artista adiantou, durante a coletiva, que o mural será composto por rostos que simbolizam cidadãos que formam o Estado e com os quais o Ministério Público se relaciona em suas atividades diárias.

“Obviamente nos preocupamos com toda a parte técnica de luz e sombra, questões de perspectiva, mas o principal é sempre a mensagem que colocamos na pintura: a sociedade, a proteção dos povos indígenas, da floresta, dos mananciais, a defesa da História e da memória. Esse é meu primeiro trabalho no Estado de Rondônia, estou muito feliz por estar aqui, é um grande privilégio e uma grande responsabilidade. Desejo que esta arte aumente a autoestima do morador de Porto Velho e faça com que ele sinta ainda mais orgulho da cidade”, disse.

O artista — Nascido na periferia de São Paulo em 1975, Eduardo Kobra se tornou um renomado artista global. Ele detém recordes, incluindo o maior mural grafitado do mundo, e feitos como um painel de quase 500 metros quadrados instalado na sede da ONU, em Nova York. Além disso, ele é reconhecido por galerias e museus.

Em 2016 o mural "Etnias", feito por Kobra no Rio de Janeiro, foi reconhecido como o maior grafite do mundo pelo Guinness World Records, o livro dos recordes. A obra, com 15 (quinze) metros de altura e 170 (cento e setenta) de comprimento, reproduz rostos de indígenas.

Com mais de três décadas de atuação, hoje é considerado um dos artistas mais importantes da cena contemporânea, com obras espalhadas por mais de 36 países, entre eles Estados Unidos, Espanha, Itália, Noruega, Inglaterra, Índia, Japão e Emirados Árabes Unidos.

Edifício-sede — O prédio do MPRO foi inaugurado em 2000 reunindo, em um único local, as atividades administrativas e finalísticas da Instituição, que, até então, ocupava cinco imóveis diferentes na cidade. Na época a obra representou uma inovação arquitetônica na capital com o prédio vertical, e agora, com a intervenção artística na composição urbana do município, se espera criar uma conexão ainda maior com a população por meio das cores e representatividade expostas no edifício.

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