Projeto impede interferência das Forças Armadas em ações do Ibama na Amazônia Legal

Governo alega que o objetivo do projeto é combater o desmatamento ilegal e focos de incêndio

Fonte: Agência Câmara de Notícias
Publicada em 13 de maio de 2020 às 13:30
Projeto impede interferência das Forças Armadas em ações do Ibama na Amazônia Legal

Tabata amaral questiona parte do decreto que submete órgãos de proteção ambiental ao comando militar - Luis Macedo/Câmara dos Deputados

O Projeto de Decreto Legislativo PDL 206/20 impede as Forças Armadas de assumirem a coordenação de órgãos e entidades de proteção ambiental durante operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na área da Amazônia Legal. A proposta anula parte do decreto presidencial 10.341/20 e está sendo analisada pela Câmara dos Deputados.

Autora do projeto, a deputada Tabata Amara (PDT-SP) questiona especificamente a parte do decreto que submete órgãos e entidades de proteção ambiental ao comando militar durante a vigência da GLO. "O comando militar pode atuar de modo auxiliar e complementar à fiscalização e não sobrepondo-se a ela, sob pena de violar o que está definido em lei”, defende a deputada.

Assinado pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 6 de maio, o decreto autoriza o emprego das Forças Armadas em operações de GLO na área da Amazônia Legal no período entre 11 de maio e 10 de junho de 2020. Segundo o governo, o objetivo é combater o desmatamento ilegal e focos de incêndio.

A chamada Amazônia Legal reúne Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão. Os nove estados abrigam áreas de fronteira, terras indígenas e unidades de conservação ambiental. Na região vivem 55,9% da população indígena brasileira, cerca de 250 mil pessoas.

Na prática, o decreto concede provisoriamente aos militares o direito de exercer poder de polícia na região até o restabelecimento da normalidade. Ou seja, ações do Ibama e do ICMBio passam a ser coordenadas por militares. "O trecho que pretendemos sustar com o projeto extrapola o poder regulamentar do executivo, que deve sempre se sujeitar às leis”, reforça a deputada.

Segundo ela, a Política Nacional do Meio Ambiente prevê que os órgãos do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama) são responsáveis pela fiscalização ambiental e a Lei de Crimes Ambientais define que “são autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo os funcionários de órgãos ambientais integrantes do Sisnama”.

Comentários

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    GILMARQUERSON CENA SANTOS 14/05/2020

    Se os órgãos como Ibama e etc estão sendo tão competentes e não estão sendo talvez corrompido com conluios entre madeireiros e outros donos de grandes terras porquê que a mídia diz que estão acabando com a Amazônia? O ideal realmente é ter durante a GLO O exército ou PF total independência para que não haja interferência desses órgãos que muitas das vezes podem estar corrompidas como anos atrás onde se obtiam licença fraudulenta com apoio de funcionários destas instituições ambientais, daí o que seria interessante realmente é eles apenas darem apoio as forças armadas sem quaisquer possível interferência evitando assim que haja interferência inlegal e atrapalhar o combate aos incedios na Amazônia.

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