Quer saber? Melhor não cassar Sérgio Moro!
Se o ex-juiz não ajuda nem atrapalha, pra quê trocar por alguém mais capaz?
Só para incomodar: você, petista, acredita realmente haver algum benefício eleitoral para o PT ou Gleisi Hoffmann no encontro em Havana com o presidente cubano Miguel Diaz-Canel? Será que ela conquista algum voto no Paraná numa imaginada campanha para o Senado, com a eventual cassação de Sérgio Moro? Confesso não crer que haja um mínimo de seriedade na postulação anunciada.
Devaneios à parte, os números indicam que Sérgio Moro obteve, pelo União Brasil, 1.953.188 votos (33,50%). O segundo colocado, Paulo Martins, do PL, conseguiu 1.697.962 votos (29,12%) e Álvaro Dias, do PODE, ficou em terceiro com 1.396.089 votos (23,94%). Só com esses três a direita abocanhou 86,56% dos votos válidos para o Senado. A esquerda conquistou, com Laerson Matias, do PSOL, 17.953 votos (0,31%), em uma honrosa oitava e última colocação.
Pense bem! O que terá mudado por lá desde outubro de 2022? Não seria melhor deixar Moro quieto no Senado, onde não há quem lhe conceda qualquer atenção? Onde já é chamado nos corredores de “ex-senador”? O PT ganharia exatamente o quê com sua substituição pela deputada Rosângela Maria Wolff de Quadros Moro, a “conja”? Ou, pior, com a concessão de um palanque permanente “terrivelmente evangélico” para Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro?
Compare Michele ou a “conja” a Sérgio Moro e responda, com sinceridade: quem ganha com a mudança? Para Paulo Martins, do PL, segundo colocado em 2022, poderia haver alguma esperança de chegar ao Senado com o afastamento de Moro, não fosse a participação anunciada das duas senhoras. Mas o PT? Sem chances, ainda mais com a candidata fazendo pré-campanha em Cuba.
Quanto ao senador Sérgio Moro, ele está em plena atividade para salvar o mandato. Isso ficou demonstrado na visita que fez ao ministro Gilmar Mendes, decano do STF, onde o mínimo que conseguiu foi ser chamado de ladrão de galinhas. O que o senador esperava obter por lá, além da estonteante humilhação? É a pergunta que todos fazem, já que nem Sérgio Moro é assim tão idiota.
Sugiro aplicar aí um raciocínio reverso. O que Gilmar Mendes conseguiu com o verdadeiro espancamento verbal que aplicou? Acho que o ministro conseguiu demonstrar que o senador é, sim, um perfeito pateta, cuja presença no Congresso só pode fazer mal a ele mesmo. Sua cassação somente irá então fortalecer a bancada bolsonarista.
Ponto para o senador!
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