Renan e Humberto Costa afirmam que Onyx comete "crime de coação de testemunha" e advertem que ele pode ser preso

A abertura da sessão da CPI da Covid desta quinta-feira foi marcada pelo impacto das denúncias dos irmãos Miranda de corrupção na aquisição das vacinas Covaxin e das ameaças do governo Bolsonaro contra os dois

Brasil 247
Publicada em 24 de junho de 2021 às 18:02
Renan e Humberto Costa afirmam que Onyx comete

Renan Calheiros e Onyx Lorenzoni (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado | Carolina Antunes/PR)

247 - O caso da denúncia dos irmãos Miranda de corrupção no caso da compra das vacinas Covaxin explodiu na sessão da CPI da Covid desta quinta-feira (24), especialmente as ameaças feitas contra eles na tarde desta quinta pelo ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni. O senador Humberto Costa solicitou a convocação de Lorenzoni pela CPI por “coação de testemunha” e  o relator da comissão, Renan Calheiros advertiu que se o ministro continuar a fazer ameaças, "não temos outra coisa a fazer senão requisitar a prisão dele”.

Humberto Costa afirmou que a CPI precisa convocar Lorenzoni “por conta das ameaças explícitas que ele fez contra testemunhas que deverão depor amanhã (sexta). O ministro chegou ao ponto de dizer ao deputado Luís Miranda: ‘deputado Luis Miranda, Deus tá vendo. Mas o senhor não vai se ver só com Deus. Vai se ver com a gente também’. Isso é claramente um jargão mafioso, miliciano”.

Para Renan Calheiros, Lorenzoni é “um estafeta acrítico que fez despudorada coação de duas testemunhas, além de intromissão indevida em investigação de outro Poder. Ele comete um crime, um caso clássico de coação de testemunha”.

Nesta quarta-feira,  Renan Calheiros, já havia classificado como "criminosas" as declarações do secretário-geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, contra o deputado Luís Miranda, que denunciou o escândalo de corrupção na compra da vacina Covaxin.

Em entrevista à Globonews, Calheiros disse que a fala do ministro "interfere nas investigações" e "coage testemunhas". "São fatos gravíssimos, que precisam ser apurados, investigados. Uma coisa gravíssima, sobre todos os aspectos. Essa declaração do secretário-geral da Presidência da República é uma declaração criminosa, porque interfere no Poder, interfere na investigação, coage a testemunha. Nós vamos convocá-lo, como consequência de tudo isso, e se ele continuar a coagir a testemunha, nós vamos requisitar a prisão dele. Para que essa gente entenda que é preciso respeitar a instituição da CPI", afirmou o relator da CPI da Covid. 

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