Renúncia, por quê?

Que o presidente tem lá seus momentos de fraqueza – alguns até condenáveis, sob todos os aspectos, não se discute -, mas daí pretende pedir a sua renúncia é, no mínimo, uma insensatez, para não dizer coisa pior

Valdemir Caldas
Publicada em 06 de janeiro de 2021 às 15:58
Renúncia, por quê?

Tempos difícil favorecem toda sorte de confusão. Há os que confundem liberdade com libertinagem, caridade com espírito público e esperteza com inteligência, mesmo aparentando conhecerem perfeitamente essas diferenças, incorrem em condutas destrutivas que em nada contribuem para ajudar o país a encontrar a saída para os problemas contra os quais a sociedade se debate. 

Em recente artigo, publicado no jornal eletrônico Tudo Rondônia, o petista Aloizio Mercante, pede a renúncia do presidente Jair Bolsonaro, por “inviabilizar o acesso do povo à vacina, estimular fake news e o ódio, defender a tortura e as milícias e ameaçar as instituições democráticas". Se isso é suficiente para Mercadante pedir a cabeça do presidente, que sentença ele pediria para o governante acusado de comandar o maior esquema de corrupção da história mundial? Que o presidente tem lá seus momentos de fraqueza – alguns até condenáveis, sob todos os aspectos, não se discute -, mas daí pretende pedir a sua renúncia é, no mínimo, uma insensatez, para não dizer coisa pior.

A humanidade está vivendo um dos períodos mais difíceis da sua história, com uma pandemia global, que já matou centenas de milhares de pessoas. Em vez de procurar aumentar o fogaréu, por simples ambição politica, como faz Mercante, urge buscar fórmulas que superem as atuais dificuldades, devolvendo ao povo um pouco mais tranquilidade, e não tentar deslocar o centro de gravidade da politica do interesse nacional para o de grupos políticos, em boa hora varridos do mapa pela força democrática e soberana do voto popular.

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