Rioterra participa do 1º Encontro Internacional de Viveiros florestais
O evento aconteceu em Viçosa, Minas Gerais, e reuniu especialistas em produção de mudas de seis países
A engenheira florestal Raquel Felberg Jacobson mostra mudas nos tubetes biodegradáveis, tecnologia apresentada no evento.
O Centro de Estudos Rioterra participou do 1◦ Encontro Internacional de Viveiros, realizado em Minas Gerais, com a presenta de especialistas em gestão de viveiros e produção de mudas florestais de todas as regiões do Brasil e de seis outros países, como Chile e Colômbia.
A Engenheira Florestal Raquel Felberg Jacobson, Supervisora de produção de mudas do Viveiro Rioterra, onde a organização ambiental produz mais de 1.2 milhões de mudas anualmente para atender os projetos de restauração florestal em escala e de apoio à agricultura familiar do Estado na recuperação de passivos ambientais, foi uma das participantes que representou a região Norte no evento.
Segundo Raquel, as palestras e painéis de debates realizados focaram em discussões sobre os desafios e perspectivas da gestão de viveiros no panorama mundial, apresentando as novas tecnologias para a produção de mudas, as perspectivas de mercado e o futuro dos setores que necessitam de mudas de qualidade para florestas produtivas e de restauração florestal.
“Alguns casos de sucesso também foram apresentados, como uma nova tecnologia de produção de mudas que elimina a necessidade de uso de um recipiente para a manutenção da muda em seu ciclo inicial de crescimento. Nesse método, apenas uma fina camada de um tipo de papel biodegradável envolve e mantem o formato do torrão da muda, não sendo necessário uso nem do tubete, que é o método utilizado na Rioterra. O Tubete é um método moderno e mais sustentável que modelos antigos”, explicou Raquel Jacobson que já tem feito estudos no Viveiro Rioterra para identificar a viabilidade de implementar a nova tecnologia.
Ao conhecer as tecnologias apresentadas no encontro e as formas de gestão compartilhadas por líderes de outros viveiros presentes no evento, Raquel avalia que a atual estrutura do Viveiro Rioterra e o modelo de gestão implementado pela organização estão no mesmo nível de qualidade e produtividade de viveiros que são referência no Brasil.
Raquel também destacou que o diferencial do Viveiro Rioterra é sua capacidade de produzir grande diversidade de espécies simultaneamente ao longo do ano e ter sua própria equipe para coleta das sementes ao invés de comprar as sementes, como faz a maioria dos viveiros do país.
Em 2022, por exemplo, a Rioterra produziu aproximadamente 1 milhão de mudas de 110 espécies amazônicas entre nativas florestais e frutíferas. Parte dessas sementes para produção são coletadas por uma equipe responsável por gerir um Banco de Sementes com mais de 700 matrizes marcadas na Floresta Nacional do Jamari e entorno, no município de Itapuã do Oeste (RO), em parceria com o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio).
Ação realizada através do Plantar Rondônia, projeto realizado pelo Centro de Estudos Rioterra em parceria em cooperação com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Rondônia, parceria da Secretaria de estado do Desenvolvimento Ambiental de Rondônia, e apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) através do Fundo Amazônia.
“Fazer a gestão do banco de sementes e da produção de tamanha variedade de espécies é o maior desafio e poucos Viveiro no Brasil possuem essa expertise. Requer profundo conhecimento sobre botânica para identificar a árvore, as características do fruto, o tempo de floração. É preciso conhecer o ciclo completo, como se acompanhasse a vida toda da espécie a partir da análise do comportamento de uma única árvore”, completou Raquel.
O encontro aconteceu entre os dias 24 e 25 de novembro, na Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais.
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