Rodrigo Pacheco é eleito o novo presidente do Senado
Com formação jurídica, o novo mandatário garantiu a defesa intransigente do estado democrático de direito e um trinômio de saúde pública, desenvolvimento social e crescimento econômico
O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) foi eleito em primeiro turno nesta segunda-feira (1º), para a presidência do Senado e do Congresso Nacional pelos próximos dois anos. Com formação jurídica, o novo mandatário garantiu a defesa intransigente do estado democrático de direito.
“Criar uma sociedade justa e livre, desprovida de preconceito e discriminações de quaisquer naturezas. Atuar com vista no trinômio saúde pública, desenvolvimento social e crescimento econômico, com o objetivo de preservar vidas humanas, socorrer os mais vulneráveis e gerar emprego e renda aos brasileiros. Livrar o Brasil dessa avassaladora e trágica pandemia”, declarou o senador em seu discurso de vitória.
Pacheco foi eleito com 57 votos. A vaga foi disputada com a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que teve 21 votos. O plenário do Senado é composto por 81 parlamentares, mas apenas 78 votaram. O senador Chico Rodrigues (DEM-RR) está licenciado do mandato e os senadores Jacques Wagner (PT-BA) e Jarbas Vasconcellos (MDB-PE) disseram se ausentar por motivos médicos.
O senador é afilhado político do então presidente da casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP). É apoiado tanto pelo presidente Jair Bolsonaro quanto por partidos de esquerda, como o PT. Segundo ele, pretende conciliar interesses diversos e promete um mandato independente. “Asseguro, com toda a força do meu ser, o meu propósito de independência com relação aos demais poderes, em relação às demais instituições, buscando sempre harmonizar o poder legislativo com os demais poderes da república”, afirmou.
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Pacheco tem 44 anos e está em seu primeiro mandato como senador. Nascido em Porto Velho, Rondônia, ele se elegeu por Minas Gerais, onde sua família é dona de empresas de transporte rodoviário.
Antes do Senado, o parlamentar teve um mandato como deputado federal pelo MDB. Foi presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Câmara, entre 2017 e 2018. Pacheco é formado em Direito pela PUC-Minas e atuava como advogado em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ele foi também conselheiro estadual e federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Para o cientista político mestre em Ação Política, Márcio Coimbra, o cenário no senado com Rodrigo Pacheco parece ser muito instável, com ele tendo se mostrado um dos senadores mais ponderados. “Tendo uma sólida e firme formação jurídica, eu acredito que ele possa ser um grande pilar de sustentação da democracia no Senado Federal e também na defesa das instituições à frente do Congresso Nacional”, avaliou.
Pautas prioritárias
A análise de várias pautas e reformas estruturantes estão atrasadas em função da pandemia de Covid-19. Saúde pública, desenvolvimento social e o crescimento econômico do Brasil são as prioridades defendidas pelo senador eleito para a presidência da casa. Ele declarou apoiar também a discussão do auxílio emergencial para os mais afetados pela pandemia.
De acordo com Pacheco, o Senado precisa buscar, o máximo possível, evitar que o teto de gastos seja rompido. Entretanto, o novo presidente afirma que não se pode deixar de lado um estado de necessidade no país, de pessoas que precisam ser assistidas para não morrer e não passar fome. Ele defende o avanço da reforma tributária como uma das maneiras de solucionar a questão.
Segundo o cientista político, sua gestão deve ser marcada pela legalidade e estabilidade das regras, sem muitos acordos de bastidores. “Nós veremos pautas importantes, se chegarem à mão dele, certamente avançarem, porque ele é um reformista e ele entende o quanto as reformas são importantes para o Brasil. Mas como Casa revisora, o Senado precisa esperar primeiro para que essas reformas passem pela câmara dos deputados e depois sejam votadas no Senado”, afirmou Coimbra.
Durante seu mandato, o presidente eleito conduzirá as Eleições Presidenciais em 2022 e não será candidato no próximo pleito, com o término de seu mandato como senador apenas em 2026.
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