Seca na bacia do rio Madeira já é a segunda pior do histórico em Porto Velho

Neste período do ano, o Serviço Geológico do Brasil do Brasil (CPRM) realiza o monitoramento da vazante em rios das regiões Norte e Centro-Oeste, nas bacias dos rios Madeira, Paraguai (no Pantanal) e na Amazônia Ocidental

Assessoria
Publicada em 19 de outubro de 2020 às 09:57

O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) atualizou nesta sexta-feira, dia 16/10, os dados de monitoramento e previsão para o comportamento dos rios da Bacia do rio Madeira em Rondônia no período de seca de 2020. Nesta última semana, com o atraso no início do período de chuvas, foi observada a continuidade da vazante. Em Porto Velho e Príncipe da Beira, os rios encontram-se na mínima histórica para o período do ano. Na capital do estado de Rondônia, o nível do rio Madeira superou a seca de 2016 e passou a ser a segunda mais intensa do histórico de monitoramento da região.

Segundo o engenheiro hidrólogo da CPRM Marcus Suassuna, desde o início do período de vazante, o rio Madeira apresentava níveis abaixo do normal. O prognóstico divulgado em junho previa que ao final do período de estiagem o rio continuaria apresentando cotas numa faixa de níveis bastante baixos, o que se confirmou. Ainda de acordo com a avaliação inicial, a data provável para registro da cota mínima em Porto Velho deveria ocorrer entre 24 de agosto e 26 de outubro, mas o que está sendo observado nos últimos dias é um prolongamento do período de vazante na capital de Rondônia.

Devido ao atraso do início das chuvas, a previsão feita para Porto Velho foi superada, atingindo a cota de 1,88 m na data de hoje. A cota atual é 2,23 metros abaixo da mediana (4,11 m), que representa o comportamento normal para o rio. De acordo com a série histórica, o nível mais baixo registrado para este período de outubro havia sido de 2,32 m, fazendo com que a cota observada hoje seja a mínima do histórico para esta data. Mesmo cenário para Príncipe da Beira, que registra hoje 3,48 m.

Situação mais confortável em Ariquemes e Ji-Paraná, onde os rios já saíram da zona de atenção para mínimas em razão de chuvas observadas na transição para a estação chuvosa. Na bacia de drenagem de Porto Velho foram observadas chuvas de 16 mm nos últimos 7 dias, de acordo com estimativas de chuvas feitas pelo MERGE/INPE. Nos rios Tabajara e Mamoré chuvas mais volumosas foram observadas.

A previsão de chuvas sugere precipitações abaixo do normal praticamente em toda a bacia do Madeira para os próximos 15 dias. Contudo, há chuvas previstas, o que pode sugerir que são prováveis que se observem elevações dos níveis dos rios da bacia, ainda que de forma lenta, caso as chuvas previstas para a bacia se confirmem.

Um dos principais impactos da vazante extrema em Rondônia refere-se às restrições na navegação. Quando o rio atinge nível inferior a quatro metros, a Delegacia Fluvial de Porto Velho passa a adotar restrições, o que está ocorrendo desde a segunda semana do mês de agosto.

O Serviço Geológico do Brasil opera o Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Madeira (SAH Rio Madeira), Amazonas (SAH Rio Amazonas) e Paraguai (SAH Rio Paraguai). Os dados hidrológicos utilizados são provenientes da Rede Hidrometeorológica Nacional de responsabilidade da Agência Nacional de Águas (ANA), operada pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e demais parceiros. As previsões realizadas pelos engenheiros da CPRM são baseadas em modelos hidrológicos e estão sujeitas às incertezas inerentes aos mesmos.

Mais informações pelo whatsapp 55 99122

Comentários

  • 1
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    Nelson Reis 20/10/2020

    A importância sobre os períodos de cheias ou vazantes dos principais rios da Amazônia fundamenta-se no descontrole de ocupação de suas várzeas, levando os ribeirinhos a sofrer as ações da mãe-natureza. Se existissem políticas públicas voltadas ao monitoramento de pessoas nessas áreas, certamente os impactos seriam menores. Permitir que pessoas residam em áreas de risco permanente ou temporário é empurrar a sujeira para debaixo do tapete.

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