Senadores condenam declarações de Bolsonaro sobre covid-19 e EUA

“Lamentável a obsessão do presidente em minimizar 162 mil mortes de brasileiros na pandemia, agredir homossexuais e atacar a imprensa

Agência Senado/Foto: Marcio James/Semcom
Publicada em 12 de novembro de 2020 às 11:19
Senadores condenam declarações de Bolsonaro sobre covid-19 e EUA

A pandemia de coronavírus, que já matou mais de 160 mil brasileiros, deve ser enfrentada de "peito aberto", segundo Bolsonaro

Vários senadores reagiram às declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, durante cerimônia no Palácio do Planalto na terça-feira (10). Pelas redes sociais, os parlamentares criticaram afirmações como a que o Brasil tem que deixar de ser um "país de maricas" e que é preciso enfrentar a pandemia de coronavírus de "peito aberto". O presidente ainda acrescentou: "Olha que prato cheio para a imprensa, prato cheio para a urubuzada que está ali atrás."

Fabiano Contarato (Rede-ES) condenou as palavras de Bolsonaro.

“Lamentável a obsessão do presidente em minimizar 162 mil mortes de brasileiros na pandemia, agredir homossexuais e atacar a imprensa. Nosso repúdio a esse comportamento medieval, que nega avanços civilizatórios, desrespeita a vida e causa estragos ao país”, disse.

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) também criticou as declarações do presidente.

“Jair Bolsonaro acha que o Brasil tem que deixar de ser um país de maricas? Errado. O Brasil precisa é deixar de ser um país de inocentes que confiam em qualquer boçal que se apresenta como mito. São mais de 160 mil famílias de luto, honre sua faixa, seja adulto e mostre respeito!”, pediu o senador.

Kátia Abreu (PP-TO) retuitou críticas a Bolsonaro feitas por Vanda Célia, uma brasileira que há quase um mês perdeu o marido, Alberto Coura, "que enfrentou a doença com valentia durante 84 dias na UTI. Desde então, sofro que nem cachorro e luto para ver se também não morro", disse a viúva, que completou o post com um palavrão contra o termo "maricas" usado pelo presidente. 

“Valentes e maricas. Merecido! [O presidente Bolsonaro] Pediu, na verdade”, disse a senadora.

Já Paulo Rocha (PT-PA) postou uma charge na sua conta na internet que faz referência ao curto período, equivalente a menos de um dia, em que o presidente teria passado sem cometer crime de homofobia, desrespeitar as vítimas da covid-19, comemorar a morte de alguém ou colocar vidas em perigo.

“Os recordes do governo”, apontou o senador.

Pólvora

Senadores também se manifestaram sobre outra declaração de Bolsonaro ao se referir indiretamente e sem citar nome ao presidente eleito dos Estados Unidos,  Joe Biden, que já sinalizou a possibilidade de adotar sanções econômicas ao Brasil por causa dos incêndios na Amazônia.

"E como é que podemos fazer frente a tudo isso? Apenas a diplomacia não dá. Quando acaba a saliva, tem que ter pólvora”, comentou o presidente.

Humberto Costa (PT-PE) lamentou a repercussão negativa causada pela declaração de Bolsonaro sobre os Estados Unidos, que teria feito os militares da ativa avaliarem que o Brasil virou motivo de piadas.       

“Esse é o tipo de notícia que você lê sobre esse desgoverno. Até quando? Enquanto Bolsonaro desrespeita os brasileiros e atua firmemente ao lado do vírus, o desemprego aumenta e as UTIs continuam recebendo pacientes graves infectados pela Covid-19. Em qual momento Bolsonaro vai resolver trabalhar?”, questionou.

Randolfe Rodrigues (Rede-AP) foi outro parlamentar a censurar a fala do presidente.

“Enquanto isso, o Amapá e os 800 mil brasileiros que aqui vivem sofrem pelo oitavo dia consecutivo um apagão de energia, de água, de ausência de condições dignas de vida; o país agradeceria se o presidente Jair Bolsonaro passasse pelo menos um dia governando”, registrou o senador pela internet.

Para o líder do PT, Rogério Carvalho (SE), as declarações polêmicas são uma “cortina de fumaça”, uma forma de o presidente desviar a atenção das pessoas sobre os problemas do governo.

“O ilusionismo de horrores do Bolsonaro promove uma avalanche de notícias para distrair e esconder a verdade do fracasso econômico do governo, das 162 mil mortes, dos crimes da família do presidente, da crise que estamos vivendo. Chega de espetáculos baratos!”.

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