Aline Cristina Menezes, 31, do Acre/Rio Branco, Uilian Oliveira, 33, morador de Candeias do Jamary e Felipe Teodoro, 26, de Porto Velho, estão entre os 50 jovens beneficiados pelo Programa Geração Energia, que nasceu há um ano, através da parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o Serviço Social da Indústria (SESI), o Grupo Energisa e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). A iniciativa atende jovens de 16 a 29 anos em situação de vulnerabilidade social de Rondônia e Acre, que estão recebendo qualificação profissional e acesso ao Educação Livre (EduLivre). O pioneirismo da iniciativa conta com o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
 
O Geração Energia é a convergência dos projetos Escola de Energia – em que Energisa e SENAI são parceiros para formar profissionais para o setor elétrico, que já funciona em outros estados onde a empresa atua – e o Educação Livre, da UNESCO, que concede a jovens em situação de vulnerabilidade social qualificação profissional seguida de inserção no mercado de trabalho.
 
Iniciado em setembro deste ano, o curso de Assistente Administrativo tem carga horária de 160 horas e conta com duas turmas de PCDs (Pessoas com Deficiência). Participam 50 alunos - sendo uma em Rondônia e outra no Acre -, selecionados entre pessoas de baixa renda, com deficiência física. São muitos os atores envolvidos nesta importante ação inclusiva. A ideia é que a Energisa contrate esses novos profissionais, principalmente aqueles que se destacarem ao final do curso, que pela primeira vez o SENAI disponibiliza na modalidade EAD (Ensino a Distância) com o acompanhamento da Energisa e uma central de tutoria e monitoria do CTA SENAI de Goiás. 
 
Reconhecido como a melhor instituição de educação profissional e soluções tecnológicas para indústria, o SENAI também se destaca através de ações e parcerias de responsabilidade social e inclusão, colaborando para transformar indivíduos que vivem à margem da vida econômica em cidadãos participativos. Com a educação para o trabalho, o SENAI gera oportunidade de ingresso ou reingresso na vida produtiva a jovens em situação de risco social, pessoas com deficiências, trabalhadores excluídos da vida produtiva, indígenas, presidiários, menores, candidatos ao primeiro emprego, entre outros grupos.
 
Educação Livre (EduLivre)
 
A responsável pela acessibilidade do projeto Geração Energia, Cristiane Oliveira, que atua no Movimento Educação Livre (EduLivre), conta do entusiasmo e dedicação dos alunos do curso. “Inclusive gravamos depoimentos de alguns dos participantes e percebemos nas mensagens o quanto essa oportunidade tem sido fundamental para cada um deles. Alunos como a Aline Cristina Menezes, Uilian Oliveira e o Felipe Teodoro, por exemplo, fizeram questão de relatar sua satisfação”, comentou. 
 
Aline Cristina agradece a parceria da Geração Energia, SENAI, EduLivre e Unesco. “Quero agradecer porque é importante entrar para o mercado de trabalho e o curso Assistente Administrativo significa uma oportunidade. Torcemos para o sucesso do projeto de inclusão social porque irá para mais dez ou doze estados. São os planos da Energisa, além de contratar aqueles que se destacarem no curso”. 
 
Já Uilian Oliveira recordou que ao começar no EduLivre, o curso do SENAI o ajudou a se desenvolver. “É muito bom interagir com os demais alunos, com os professores e os intérpretes. Aprendi muito, consegui realizar muitos projetos e consegui passar no curso de Assistente Administrativo. Continuarei no curso da Geração Energia. O SENAI é excelente e estou muito feliz por participar e perceber meu desenvolvimento e aprendizado. Vamos continuar aprendendo para um futuro trabalho. Nós nos esforçamos por causa do curso, pois aprender é bom e importante. Nossa turma tem ouvintes e surdos incluídos. A todos meus agradecimentos”. 
 
Outro jovem participante do curso, Felipe Teodoro, falou da felicidade por estar no curso do Geração Energia. “É maravilhoso que nós de todo o Brasil possamos interagir, os surdos unidos e também os ouvintes. Agradeço aos professores do SENAI e intérpretes. Fico emocionado porque é importante esse aprendizado. Estou feliz porque é muito bom compartilhar. Torço para que o Geração Energia disponibilize novos cursos beneficiando mais jovens com deficiências de todo o país”, finalizou.  
 
De acordo com o superintendente do SESI-IEL e diretor regional do SENAI-RO, Alex Santiago, é importante trabalhar a inclusão das pessoas com deficiência. A sociedade tem passado por muitas transformações, que também afetaram a indústria. A noção de uma organização apenas ligada a questões financeiras ficou para trás e deu lugar a ideias bem mais amplas. “Ou seja: a empresa passou a ter uma responsabilidade social, um dever com a coletividade, e trabalhar a inclusão é uma maneira de cumprir esse dever. Integrar as pessoas com deficiência é possibilitar que esse grupo tenha acesso aos direitos que são garantidos pela Constituição”, explica o diretor.
 
O coordenador de Educação Básica e Profissional SESI-SENAI-IEL-RO, Jair Coelho ressalta que a iniciativa vem ao encontro das metas do SENAI como instituição inclusiva, cujo objetivo final é a inserção destes jovens no mercado de trabalho. “O SENAI está integrado ao projeto para dar oportunidade a jovens de baixa renda e PcD, que através do curso de Assistente Administrativo, poderá integrar a equipe de uma empresa como a Energisa. O SENAI em sua trajetória sempre enxergou com bons olhos esse tipo de parceria voltada a ações sociais e inclusivas com o objetivo de desenvolver competências visando a inserção de jovens no mercado de trabalho”, garante.
 
O SENAI dispõe de ampla experiência na formação profissional de jovens e sua inserção no mercado de trabalho, inclusive em parceria com o Grupo Energisa em outras regiões do Brasil. A parceria é uma oportunidade de conciliar desenvolvimento econômico e social, já que há uma demanda por profissionais qualificados para trabalhar no setor elétrico em Rondônia e no Acre. E não há nada melhor do que dar oportunidades aos jovens. 
 
“Energisa, SENAI e Unesco acreditam que os jovens podem e devem ser atores do seu próprio processo de desenvolvimento, para que possam encontrar igualdade de oportunidades, contribuir para a erradicação da pobreza e para soluções que melhorem o seu futuro”, destaca a diretora e representante da UNESCO no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto. 
 
Segundo o mobilizador social do EduLivre, Fábio Quinderé, “a Energisa trocou o pátio tecnológico e os computadores foram destinados para os alunos o curso tem sido tranquilo para eles, pois além dos instrutores e professores do SENAI, os alunos contam ainda com o apoio motivacional e acompanhamento semanal, se o aluno não estiver indo bem, então o pessoal do SENAI faz contato para conversar e orientar, procura saber o que está acontecendo, se é a falta de um computador, problema de internet ou de acesso à plataforma”. 
 
A seleção dos alunos começou com a divulgação nos meios de comunicação e visitas em 27 escolas. Depois veio a parte da plataforma digital da Unesco e EduLivre, parceria com o SENAI, onde os interessados teriam de fazer um cadastro e fariam trilhas de conhecimento. Conforme eles faziam as atividades adquiriam pontuações e ao final foram selecionados todos que terminaram todas as trilhas e tiveram boa pontuação. Outros critérios é que os alunos teriam de ter idade entre 16 a 29 anos, vulnerabilidade, sendo a maioria moradores de bairros periféricos como o Orgulho do Madeira, Ulisses Guimarães, Marcos Freire, Mariana, JK. O mobilizador social disse que começou a mobilização pela última escola estadual da Zona Leste chamada Marcos Freire de Barros. Porque geralmente estas ações não chegam nas escolas localizadas nas extremidades da cidade. Então, trabalhou indo no sentido contrário ao que é feito. 
 
Quinderé lembra que são muitas histórias destes alunos que vivem muitas dificuldades. São inúmeros os desafios, que eles, com dedicação conseguem superar. “A importância do projeto é inquestionável, pois está capacitando estes jovens, que sonham com a chance do primeiro emprego. A maioria mesmo não sendo contratado, sairão preparados para o mercado de trabalho, afinal se trata de uma entidade que é referência em qualificação profissional, não apenas no Brasil, mas no exterior. Em meu ponto de vista não existe melhor lugar para adquirir conhecimento e uma profissão do que no SENAI. Acredito muito no êxito da iniciativa e que vai acontecer novamente no ano que vem, e vai impactar de forma positiva centenas de jovens de Rondônia e de outros estados”, exulta. 
 
O mobilizador social acrescenta que o resgate da cidadania e da autoestima servem como motivação. Por exemplo, alguns alunos que trabalham para uma empresa de Porto Velho, como catadores de lixo, estão tirando notas excelentes. Eles tinham parado de estudar e ao participar do projeto tem sido tudo para cada um deles, pois significa a oportunidade de mudar o futuro para melhor. “Estudar é sempre transformador e o projeto está mudando a situação de jovens em situação de vulnerabilidade, que nesta pandemia passaram por momentos difíceis, perderam parentes, foram contaminados, mas não desistiram e foram contemplados com este curso do SENAI. Mais que merecido. São alunos guerreiros, com belas e emocionantes histórias de superação. O SENAI e a Energisa através deste projeto ajudaram no resgate da esperança e o sonho de melhorar de vida”, finalizou. 
 
Segundo a gerente de Educação Profissional SENAI/Acre, Geane Reis Farias, é louvável a iniciativa da empresa Energisa de proporcionar oportunidade de qualificação para os jovens com deficiência nessa turma. "Esta ação é gratificante em função dos aprendizados, das oportunidades e da inclusão. Todos os profissionais envolvidos e, principalmente os alunos estão de parabéns. O SENAI está cumprindo seu papel de incluir todas as pessoas e dar oportunidade de um futuro emprego em um mercado de trabalho excludente. As perspectivas de futuro para esses jovens são promissoras, tanto pela qualificação que estão recebendo a oportunidade de ingresso no mercado de trabalho", disse.