Silvio Santos, o fim de uma era na TV brasileira!

"Um comunicador fenomenal, que conhecia muito o povão brasileiro"

Fonte: Arnóbio Rocha - Publicada em 17 de agosto de 2024 às 12:18

Silvio Santos (Foto: Reprodução)

É o maior personagem da  televisão brasileira, não apenas pela longevidade, 60 anos "no ar", fez tudo que se possa pensar, os programas criativos e bizarros, escatológicos, tudo junto e misturado.

Um comunicador fenomenal, que conhecia muito o povão brasileiro, para bem ou para o mal, extremamente carismático, inteligente, ágil e capaz de gafes incríveis, estilo "tio do pavê".

Antes dos bispos, ele entendeu a importância de comprar espaços nas televisões, lá do começo, Globo, Tupi, sempre tentando emplacar uma TV própria, mais ou menos uns 15 anos, até que os milicos cederam o canal para Silvio Santos e ele criou a segunda rede mais importante do Brasil. 

Talvez a maior lembrança dele tenha sido o "Domingo no Parque", o "Cidade contra Cidade", a sua capacidade de reciclar fórmulas e trazer programas estrangeiros que funcionavam com seu toque próprio, vide o primeiro BBB, foi justamente no SBT, antes da Globo comprar a marca.

Silvio Santos era uma máquina de fazer, ganhar e perder dinheiro, seus múltiplos negócios sempre sofreram problemas de gestão, coisa de família, sem profissionalismo, o que de certa forma explica a necessidade dele sempre estava no ar.

A idade, 93 anos, parece muito, mas a vitalidade dele, jogava o tempo para frente, nunca se sabia ao certo, o quanto estava envelhecido ou doente, muitos episódios controversos, como o "sequestro", as relações com o elenco do SBT.

A partida de Silvio Santos é um fechamento da televisão do século XX, dificilmente o modelo de negócios e de fazer TV na intuição, no carisma pessoal terá vez, neste um quarto de século. 

Sobra a figura histórica, os que detestam, os que amam, será um debate sobre Silvio Santos para sempre.

Arnóbio Rocha

Advogado civilista, membro do Sindicato dos Advogados de SP, ex-vice-presidente da CDH da OAB-SP, autor do Blog arnobiorocha.com.br e do livro "Crise 2.0: A taxa de lucro reloaded".

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