Txai Suruí, Samela Sateré Mawé e o documentário 'O Território' vencem o Prêmio Megafone de Ativismo
Os premiados estão sendo anunciados pelas redes sociais em vídeos protagonizados pela atriz e humorista Nathalia Cruz e receberão um troféu, que é uma obra de arte feita pelo artivista Mundano
O Território, dirigido por Alex Pritz, é o premiado da categoria Documentário da segunda edição do Prêmio Megafone de Ativismo – primeira e única premiação brasileira para iniciativas e pessoas que se destacaram no exercício do ativismo ativa no país. O filme já havia sido premiado no Festival de Cinema de Sundance de 2022, onde venceu as categorias de Prêmio do Público (World Cinema – Documentary) e Prêmio Especial do Júri (Documentary Craft). Outros destaques da premiação deste ano são a líder indígena e ativista Txai Suruí e Samela Sateré Mawé,premiadas nas categorias Megafone do Ano e Perfil de Redes Sociais, respectivamente. A Ministra de Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, recebe o Prêmio do Juri, dedicado ao conjunto da trajetória de luta.
Os premiados estão sendo anunciados pelas redes sociais em vídeos protagonizados pela atriz e humorista Nathalia Cruz e receberão um troféu, que é uma obra de arte feita pelo artivista Mundano.
Dos 14 finalistas, quatro são diretamente relacionados à defesa dos povos indígenas, três à defesa da democracia, três a denúncias de racismo e dois à defesa do meio ambiente. “Embora sejam assuntos diferentes, todos têm relação entre si, uma vez que direitos humanos e a preservação ambiental são intrinsecamente relacionados com regimes democráticos”, ressalta Digo Amazonas, do Megafone Ativismo, organização responsável pelo prêmio, junto a uma coalizão formada por Greenpeace Brasil, Pimp My Carroça, WWF Brasil, Engajamundo, Instituto Socioambiental e Sumaúma Jornalismo. “Democracia, meio ambiente e direitos humanos foram também as áreas mais atacadas pelo governo Bolsonaro. O que o Prêmio Megafone destaca é a reação da sociedade civil em luta por seus direitos assegurados pela Constituição e que estiveram em risco nos últimos anos”, completa.
Este ano houve um aumento de 20% nas inscrições, que vieram de todas as regiões do Brasil, com destaque para as regiões norte e nordeste, que juntas representam 45% das inscrições.
Confira a seguir as categorias e os finalistas:
Ação direta: o premiado é o ato em defesa do rio Arapiuns (PA) feito nas águas, com pequenos barcos comuns na região, chamados de rabetas - uma iniciativa do coletivo Guardiões do Bem Viver, de jovens do PAE Lago Grande. Esta categoria destaca ações ativistas presenciais e diretas, ou seja, que ocupem algum espaço para uma denúncia ou para impedir uma injustiça, por exemplo. Mais da metade (60%) dos finalistas foram das regiões Norte e Nordeste.
Arte de rua: o premiado desta categoria é o CURA - Circuito Urbano de Arte, um dos maiores festivais de arte pública do Brasil. Esta categoria, que teve 40% de mulheres e 50% de inscritos das regiões Norte e Nordeste entre os finalistas, abrange grafite, lambe-lambe, intervenção, performance, projeção em vídeo ou qualquer outra linguagem artística que tenha acontecido na rua.
Cartaz: a arte premiada , de autoria de @crisvector, é sobre o assassinato do ambientalista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. Nesta categoria, 60% dos finalistas eram mulheres.
Cidadão indignado: o desabafo de Dona Lurdinha (@dona_lurdinha_de_acupe) sobre um caso de racismo ambiental é o premiado desta categoria, que visa dar visibilidade a desabafos indignados abordando alguma realidade social ou socioambiental brasileira. Todos os finalistas desta categoria eram negros, 80% das regiões Norte e Nordeste e 80% mulheres.
Documentário: o premiado desta categoria é O Território, dirigido por Alex Pritz. O filme já havia sido premiado no Festival de Cinema de Sundance de 2022, onde venceu as categorias de Prêmio do Público (World Cinema – Documentary) e Prêmio Especial do Júri (Documentary Craft). A obra conta a história da luta do povo Uru-eu-wau-wau para proteger suas terras, em Rondônia, pelo seu próprio ponto de vista. Nesta categoria, 60% dos finalistas eram mulheres.
Foto: a imagem premiada nesta categoria é a que retratou a indignação de passageiros do ônibus contra manifestantes do 7 de setembro, feita por Lola Ferreira, no Rio de Janeiro.
Jovem ativista: a premiada desta categoria, na qual todas as finalistas eram mulheres, é Vitória Rodrigues, jovem ativista de São João de Meriti, na baixada fluminense, que com apenas 18 anos já escreveu um projeto de lei.
Marcha ou manifestação de rua: democracia e direitos humanos dominaram esta categoria, que premiou a marcha contra o assassinato do congolês Moïse Kabagambe no Rio de Janeiro.
Música ou clipe: a premiada é o hit das eleições do ano passado: “Tá na Hora do Jair”.
Meme: eleições e política são os temas da maioria dos memes selecionados como finalistas nesta categoria do Prêmio Megafone na qual a dublagem das bolsonaristas em jogral se sagrou vencedora.
Perfil de rede social: apremiada entre as pessoas que melhor usarem seus perfis de redes sociais em defesa de causas no ano passado é Samela Sateré Mawé, ativista indígena que aborda temas relacionados a direitos indígenas, questões socioambientais, feminismo, entre outros.
Reportagem: a premiada a nesta categoria é a reportagem em formato de história em quadrinhos da Revista Badaró sobre os constantes ataques contra o povo guarani-kaiowá em Mato Grosso do Sul.
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