Vacinação é a medida mais eficaz contra a variante Delta do coronavírus, aponta a professora doutora Soraya Smaili, farmacóloga da Escola Paulista de Medicina/Unifesp

A especialista ressalta que é essencial tomar as duas doses da vacina

Profª. Drª. Soraya Smaili
Publicada em 29 de julho de 2021 às 16:54
Vacinação é a medida mais eficaz contra a variante Delta do coronavírus, aponta a professora doutora Soraya Smaili, farmacóloga da Escola Paulista de Medicina/Unifesp

A vacinação é a forma mais eficaz de combate contra a variante Delta do coronavírus. É o que considera, com base em estudos divulgados recentemente, a professora doutora Soraya Smaili, farmacologista da Escola Paulista de Medicina, reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) no período 2013-2021 e coordenadora do Centro de Saúde Global da instituição. Soraya também é coordenadora do Centro de Estudos SOU_CIÊNCIA, que reúne pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, pertencentes a diversas universidades públicas brasileiras. 

Segundo a especialista, tomar as duas doses da vacina, independentemente da fabricante, é a melhor maneira de prevenir a forma grave da covid-19 e proteger a população contra a variante Delta, que já registra casos no Brasil. 

“A variante Delta do coronavírus se alastrou rapidamente pelos Estados Unidos e no Reino Unido, entre outros países, pois é muito mais transmissível. Porém, nestes países já há uma boa porcentagem da população vacinada, o que coincide com dados que mostram que, apesar do aumento de casos, não está havendo aumento dos óbitos", detalha a professora. “Além disso, dados recentes de levantamentos realizados nos EUA mostraram que o número de casos da variante Delta está aumentando muito mais entre os não-vacinados do que entre aqueles que receberam a vacina. Esses dados mostram mais uma vez o quanto devemos vacinar”, afirma Soraya. 

A variante Delta chegou recentemente ao Brasil e o número de casos vem aumentando. Porém, a vacinação no Brasil ainda não atingiu a maioria da população com duas doses. "Por isso, as pessoas não devem escolher as vacinas e não devem perder a oportunidade de se vacinarem, pois é a única forma de se protegerem. E ainda, quanto menos o vírus circular ou encontrar pessoas vulneráveis para infectar, menor vai ser a probabilidade de surgirem novas variantes", comenta a professora. 

Segunda dose da Pfizer e importância de completar o esquema vacinal

Nesta segunda-feira, 26 de julho de 2021, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou que a pasta talvez anunciasse a redução do intervalo entre a primeira e a segunda dose da vacina da Pfizer no país. Neste caso, a segunda dose seria dada com intervalo de 21 dias, em vez de 90 dias, e seguiria a bula do fabricante. Porém, em reunião com secretários de Saúde no dia 27 de julho, o Ministério decidiu que o prazo de 90 dias continuará sendo aplicado. “Teria sido interessante se o Brasil pudesse aplicar a segunda dose com intervalo de 21 dias, pois avançaríamos mais rapidamente nos esquemas de vacinação, trazendo mais segurança também contra novas variantes”. 

De qualquer maneira, "é fundamental que as pessoas continuem seguindo os cronogramas e que tomem a segunda dose da sua vacina (daquelas que necessitam de segunda dose), seguindo o esquema e calendário da sua cidade, pois a segunda dose é fundamental para garantir uma imunização mais efetiva e maior segurança", frisa Soraya.

Enquanto isso, o uso de máscaras é fundamental, também contra a disseminação da variante Delta

Pesquisa recente encomendada pela OMS indicou de 83% da população no Brasil deseja continuar usando máscara, mesmo após a vacinação. A professora comenta que "por enquanto é uma medida necessária, já que as vacinas existentes, não impedem a transmissão, apesar da proteção contra a doença. Agora com a variante Delta, essa medida é ainda mais necessária.".

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