Samu simula abordagem a paciente com ebola no Aeroporto Internacional Gov. Jorge Teixeira
A enfermeira ressaltou ainda que dentre os indícios para o levantamento de suspeita estão o quadro febril do passageiro e sua vinda de áreas endêmicas do ebola
Com a primeira suspeita de caso de ebola no Brasil, que ocorreu recentemente na cidade de Cascavel – PR, a mobilização das entidades públicas responsáveis torna-se necessária para preparar o país caso a doença se instale de fato. Na tarde da última sexta-feira, 10 de outubro, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Porto Velho realizou uma simulação de transporte de possível paciente infectado pelo vírus ebola no Aeroporto Internacional Gov. Jorge Teixeira.
Segundo Luciene Carvalho, enfermeira do Samu, a simulação ocorrida em parceria com a Infraero, Corpo de Bombeiros e Agência Estadual de Vigilância Sanitária, foi a primeira dentre outras que deverão acontecer nos próximos dias. As etapas seguem o plano de contingência de paciente suspeito de ebola que inclui o protocolo operacional de transporte do mesmo. “Os profissionais do Samu são os primeiros a prestarem atendimento à pessoa possivelmente contaminada pelo vírus, por isso são os mais propensos ao contágio. Esse é o motivo pelo qual devemos nos preparar, colaborar para o aperfeiçoamento das técnicas e entender cada etapa no manuseio desse paciente para evitar qualquer tipo de complicação”, frisou Luciene.
A enfermeira ressaltou ainda que dentre os indícios para o levantamento de suspeita estão o quadro febril do passageiro e sua vinda de áreas endêmicas do ebola, como os países da África ocidental que sofrem com a epidemia.
A primeira simulação serviu para preparar os profissionais de saúde, do aeroporto, operadores de voo, tripulantes do avião e bombeiros quanto às etapas de suspeita, isolamento e transporte do paciente suspeito até o Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron). O Centro disponibilizará um leito preparado para acolher o paciente até que este seja conduzido ao Instituto Fiocruz, na capital do Rio de Janeiro.
Inicialmente as orientações aconteceram no auditório da Infraero com o superintendente do aeroporto, Vicente Oliveira, o encarregado de segurança operacional, Juscelino Moraes, e o gerente de operações e segurança da Infraero, Marco Crespo, que explicaram como se dará o fluxo dentro do aeroporto e que medidas devem ser adotadas caso detectem algum paciente suspeito ainda em voo.
No início da simulação um médico do Samu demonstrou passo a passo como vestir o Equipamento de Proteção Individual (EPI), que é a vestimenta padrão do Ministério da Saúde para lidar com pacientes contaminados pelo vírus ebola. Até o momento 100 kits EPIs foram encomendados pela Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho para os atendentes do Samu e Unidades de Pronto Atendimento 24h. É esperado que nos próximos dias o Cemetron promova um treinamento sobre as técnicas de manuseio dos EPIs.
Durante cerca de uma hora, vinte e cinco profissionais do Samu fizeram o percurso padrão até o avião, conheceram os portões de saída e emergência do aeroporto, analisaram os procedimentos padrões de abordagem ao paciente, remoção até a ambulância totalmente envelopada e transporte ao Cemetron. A simulação foi realizada em um avião modelo Boeing 737-700 com autorização do Centro de Operações Aeroportuárias.