ABANDONO DO FORTE PRÍNCIPE DA BEIRA

Publicada em 00/00/0000 às 07:57:00

 O mais importante monumento histórico de Rondônia, o Real Forte Príncipe  da Beira, permanece em estado de abandono, coberto pela vegetação. 
 
Situado no município de Costa Marques, o Forte foi construído entre 1776 e  1783 pelo governador da província do Mato Grosso Luis Albuquerque de Mello  Pereira e Cáceres, consagrando os atuais limites do Brasil e a Bolívia, no  Rio Guaporé. À construção do Forte deve-se em parte a chegada da população  negra e quilombola na região. 
Depois do abandono do Vale do Guaporé, considerado insalubre pelo homem  branco, existem notícias que o Forte passou a ser comandado por homens de  cor, pelo menos até 1830. Redescoberto o Forte Príncipe da Beira pelo  Marechal Rondon em 1914, em 1940 ele mesmo construiu as primeiras  instalações do atual quartel militar. 

Para entrar na Fortaleza é preciso pedir autorização no quartel e as  visitas são acompanhadas por um soldado. Porém a guarnição do exército  recusa nos últimos anos fazer a limpeza da área, alegando que a missão dos  militares é proteger a fronteira e não zelar do monumento histórico. 

 A população que mora no local desde a época da construção, foi reconhecida  como comunidade quilombola no dia 19 de Agosto de 2005. Em data recente a  localidade foi declarada Distrito do Município de Costa Marques. 
Os moradores de forma voluntária estão roçando uma pequena parte da  Fortaleza para que os visitantes possam entrar no recinto, porém o mato  está tomando parte do resto do local. Eles reivindicam a contratação da  população local como zeladores e guias turísticos para preservar a  Fortaleza que seus antepassados construíram. 
 
Pe. Josep Iborra Plans, Missionário Claretiano 
 
Pastoral Fluvial da Diocese de Guajará Mirim 
 
Comissão Pastoral da Terra