GM Engenharia prometeu entregar hotel em novembro de 2012 e investidores estão esperando até agora

Os apartamentos foram vendidos pela GM-SPE-03 Empreendimentos Imobiliários, mas, decorridos vários meses, ainda não foram entregues.

Publicada em 15 de August de 2013 às 16:27:00

Da reportagem do TudorondoniaPorto Velho, Rondônia - Clientes das construtoras Gafisa e GM engenharia, que se sentiram lesados pelas duas empresas, procuraram o Tudorondonia para reclamar que também foram enganados em relação aos prazos de entrega de  imóveis em outros empreendimentos (além do Reserva do Bosque) e que por isso estão tendo de recorrer à justiça para que seus prejuízos sejam ressarcidos.

Leia também: GM Engenharia e Gafisa enganam clientes e justiça é abarrotada de processos contra as duas empreiteiras

Estes clientes desmentiram uma nota de esclarecimento do Grupo Guareschi (GM Engenharia e Welcon Incorporadora) publicada no jornal eletrônico no dia 10 deste mês, a pretexto de contestar a matéria intitulada " GM Engenharia e Gafisa enganam clientes e justiça é abarrotada de processos contra as duas empreiteiras" .

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Na nota, o Grupo Guareschi diz que os casos citados na reportagem eram "isolados", o que não é verdade, pois, segundo os clientes desta empresas, praticamente todos os empreendimentos imobiliários da GM na capital apresentaram e apresentam problemas de atraso injustificáveis na entrega dos imóveis.

A própria justiça, ao julgar dezenas de ações de reparação de danos morais e de lucros cessantes, tem reconhecido que estes atrasos vão além do tempo tolerável nesses tipos de contratos.

A GM e a Gafisa tiveram que ser acionadas pela justiça pelos clientes que se sentiram prejudicados e a maioria teve sua pretensão acolhida pelo judiciário, que condenou as responsáveis pelos empreendimentos a pagarem várias indenizações aos que adquiriram os imóveis e não receberam dentro do prazo contratual.

Além do Condomínio Residencial Reserva do Bosque, fonte de conflitos judiciais , um outro empreendimento da GM na capital tem sido causa de transtornos e prejuízos a quem adquiriu imóveis nele.

Trata-se do Hotel Holliday In, que está localizado nos cruzamentos das avenidas Lauro Sodré com Costa e Silva, em Porto Velho. Centenas de pessoas investiram no empreendimento como um negócio que prometia lucros na época em que começou a ser construído.

A capital estava crescendo, havia uma demanda por novos hotéis em função das usinas do Madeira, mas o sonho virou pesadelo para  investidores que pagaram mas não receberam os imóveis.

A obra estava prevista para começar em junho de 2010 e deveria ser concluída em novembro de 2012, mas, até agora, continua em construção sem prazo definido para a entrega dos imóveis.

Os apartamentos  foram vendidos pela GM-SPE-03 Empreendimentos Imobiliários, mas, decorridos vários meses, ainda não foram entregues.

Ao julgar sucessivos casos envolvendo o Condomínio Reserva do Bosque, a justiça tem rechaçado, de forma enfática, todas as tentativas da Gafisa e da GM de escaparem da responsabilidade pelos atrasos.

Em juízo, na tentativa de justificar os atrasos, as empresas usaram, em relação ao reserva do Bosque, uma velha desculpa já surrada de tanto que é utilizada por prefeitos em Rondônia: as chuvas no inverno amazônico teriam atrasado a entrega das chaves do imóvel. E adicionaram também, ao rol de desculpas, a falta de mão-de-obra.

"Esta matéria é trazida pelas construtoras em sua defesa há muitos anos e sempre são afastadas pela inteligência dos julgadores, tanto nos Tribunais Superiores, como no nosso TJ/RO", anotou um juiz de primeiro grau numa sentença condenatória. E acrescentou: "...não parece razoável que um problema conjuntural do mercado de construções possa servir de justificativa para a exclusão de responsabilidade contratual, pois a vinda de grandes empresas para a construção das usinas hidrelétricas não foi surpresa, mas propalada pelos Governos Federal, Estadual e Municipal através da mídia".