Rondônia: Seminário abre semana de enfrentamento à Alienação Parental

Os casos são frequentes nas Varas de família, por isso o Poder Judiciário propõe à sociedade uma semana de conscientização e mobilização contra o fenômeno da alienação parental.

Assessoria/TJ-RO
Publicada em 25 de abril de 2017 às 10:31
Rondônia: Seminário abre semana de enfrentamento à Alienação Parental

Os casos são frequentes nas Varas de família, por isso o Poder Judiciário propõe à sociedade uma semana de conscientização e mobilização contra o fenômeno da alienação parental, que consiste em interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que a tenham sob a sua autoridade, guarda ou vigilância, para que repudie o outro genitor ou que cause prejuízo à manutenção de vínculos.

"Esta difamação causa danos irreversíveis à criança e ao adolescente, podendo chegar ao extremo do suicídio", alertou a juíza Jaqueline Cherulli, palestrante do Mato Grosso convidada para o evento.

Como titular de vara de família, ela utilizou a própria experiência de atuação na área para traçar um paralelo entre os casos reais e a legislação. Em sua palestra “A Nova Lei da Guarda Compartilhada e a Lei da Alienação Parental”, a juíza da 3ª Vara de Família e Sucessões da Comarca de Várzea Grande- MT esclareceu que ogenitor que cometer alienação parental pode ser multado, ter a guarda alterada ou até mesmo ser declarada a suspensão da autoridade parental, porém, segundo ela, o mais importante é conscientizar e prevenir.

Ao final de palestra, a magistrada fez uma dinâmica, propondo a interpretação de uma situação por pessoas da plateia. O resultado foi comovente, sobretudo pela reação emocionada de uma das pessoas, que interpretava justamente a filha alienada por um dos genitores.

 

Abertura

O Seminário marca o início de uma semana de programação para combater e enfrentar a alienação parental, tema que segundo o vice-diretor da Escola da Magistratura, Guilherme Baldan, é de absoluta relevância, sobretudo por envolver crianças e adolescentes. O magistrado abriu o evento dando boas vindas aos palestrantes e desejando um trabalho profícuo aos presentes no auditório do TJRO, nesta segunda-feira, dia 24.

Também participaram da mesa de abertura o psicólogo Fredson dos Santos Batista.do núcleo psicossocial e juízes da Vara de Família de Porto Velho, Adolfo Naujorks, Tania Mara Guirro e João Adalberto Castro Alves. "Temos que nos voltar para o caso não como processo, mas como famílias enfrentando dificuldades. Por isso nosso olhar atento, sobretudo para com os filhos", destacou João Adalberto.

Também na abertura do evento houve a apresentação de crianças do coral do Centro de Ensino Batista, todas trajadas com camisetas da campanha de enfrentamento à alienação parental. O coral apresentou a canção "Fico assim sem você", de Cacá de Moraes e Abdullah, imortalizada por Claudinho e Buchecha e mais recentemente pela cantora Adriana Calcanhoto. A letra, se pensada no contexto da alienação parental, traz uma bela mensagem de compaixão e apelo de carinho e cuidado dos pais para com os filhos.

Falsas denúncias

A palestrante Denise Maria Perissini, psicóloga clínica e jurídica em São Paulo, abordou, pela parte da tarde, o tema "as implicações das falsas denúncias de abuso sexual no desenvolvimento psicossocial da criança no litígio dos pais", ocorrências cada vez mais frequentemente detectadas pelos profissionais da área. 

"Seja falsa ou verdadeira é sinal de que a família está desestruturada, passando por sérios problemas. E as implicações para os filhos é exatamente igual em ambas situações", alertou.

Para a psicóloga, tratar toda a denúncia como verdadeira é um perigo. Há que se analisar a conjuntura, principalmente se há situações de litígio entre os pais.

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