Doutores Sem Fronteiras atendem indígenas de 42 aldeias nos estados de Rondônia e Mato Grosso
Em 2019, o trabalho voluntário das equipes médicas envolveu aproximadamente 100 profissionais e contou com a Funai para o fornecimento de alimentação e apoio de servidores da Coordenação Regional Cacoal
(fotos: Distrito Sanitário Especial Indígena de Vilhena-RO / Ministério da Saúde)
Mais de 300 indígenas dos municípios de Cacoal-RO, Vilhena-RO, Juína-MT e Aripuanã-MT receberam a equipe dos Doutores Sem Fronteiras entre os dias 11 e 16 de julho. A missão contou com dois consultórios médicos e outros nove consultórios odontológicos para o atendimento realizado em 42 aldeias nos estados de Rondônia e Mato Grosso.
Em 2019, o trabalho voluntário das equipes médicas envolveu aproximadamente 100 profissionais e contou com a Funai para o fornecimento de alimentação e apoio de servidores da Coordenação Regional Cacoal. O Ministério da Saúde participou dos atendimentos ao mobilizar o Distrito Sanitário Especial Indígena de Vilhena/RO com seus quatro polos-bases nas cidades de Cacoal, Vilhena, Juína e Aripuanã. A iniciativa também contou com a parceira da Kanindé Associação de Defesa Etnoambiental e com a participação de profissionais e estudantes da Faculdade Ciências Biomédicas de Cacoal (Facimed).
Entre os principais atendimentos odontológicos, destaque para os procedimentos de odontopediatria, tratamento de canal, prótese, coroas em cerâmica e pino de fibra de vidro. Já na área médica, foi grande a demanda por especialidades de ginecologista, exames laboratoriais e clínica geral com foco no atendimento de hipertensos e diabéticos. Em Rondônia, esta é a terceira edição feita pelos Doutores Sem Fronteiras na região, onde já estiveram nos anos de 2017 e 2018.
(fotos: DSEI de Vilhena-RO / Ministério da Saúde)
"A iniciativa é importante porque abrange atendimentos que são realizados dentro das aldeias, e que dificilmente o indígena conseguiria ter acesso. Como, por exemplo, o implante dentário. Esse tipo de atendimento acaba desafogando o DSEI na questão de agendamento no Sistema Único de Saúde. Uma pessoa que ficaria esperando por uma prótese dentária por um longo tempo, consegue fazer essa mesma prótese na aldeia com a ajuda dos equipamentos (como as impressoras 3-D) levados pelas equipes do Doutores Sem Fronteiras", explica Lilian Felix Borges, chefe da Divisão Técnica da Coordenação Regional Cacoal/Funai.
Após atenderem indígenas das etnias Paiter Suruí, Cinta Larga, Rikbatsa e Apurinã nesses últimos seis dias, as equipes de saúde vão prestar atendimento médico-odontológico na Terra Indígena Iguarapé Lourdes, entre os dias 25 e 28 de julho. Nas aldeias do território vivem atualmente quase mil indígenas dos Povos Ikolen e Karo (senso: Secretária Especial de Saúde Indígena/2013).
Saiba mais
De acordo com o portal do Ministério da Saúde, o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) "é a unidade gestora descentralizada do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS). Este modelo de organização de serviços é orientado para delimitar um espaço etnocultural dinâmico, geográfico, populacional e administrativo, que contempla um conjunto de atividades técnicas, visando medidas racionalizadas e qualificadas de atenção à saúde.
Tem o objetivo de promover a reordenação da rede de saúde e práticas sanitárias, bem como desenvolver atividades administrativas necessárias à prestação da assistência, com o Controle Social. No Brasil, são 34 DSEIs divididos estrategicamente por critérios territoriais, tendo como base a ocupação geográfica das comunidades indígenas. Além dos DSEIs, a estrutura de atendimento conta com postos de saúde, com os Polos-Base e as Casas de Saúde Indígena (Casais)".
Doutores Sem Fronteiras
Conforme apresentação da página oficial da instituição, a Associação Doutores Sem Fronteiras, fundada em 2013, "é uma entidade sem fins lucrativos que tem como objetivo fomentar a retribuição das conquistas profissionais, por meio da colaboração, utilizando o conhecimento técnico de seus associados com o intuito de erradicar a falta de acesso de determinadas populações às premissas básicas de saúde, educação e bem estar, sem interferir na cultura, religião e características sociais das localidades atendidas".
com informações da Coordenação Regional Cacoal
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