13 de agosto, dia nacional do Economista Da racionalidade econômica, aos desafios sociais
É crucial para o conjunto de uma dada sociedade, que a mera racionalidade econômica, enquanto instrumento de decisão, não seja o único caminho a ser perseguido, na medida que para além dos aspectos estritamente econômicos, há vidas humanas que pulsam em outras dimensões
Desde quando a economia se firma como um ramo do conhecimento humano, enquanto corpo mais sistematizado, algumas das formulações dos seus postulados, foi na perspectiva de estabelecer nos seus limites, o que deve ser produzido, como produzir, e para quem produzir.
Essa formulação feita devidentemente, traz consequências nos seus aspectos fundantes, considerando a quem deveria caber o papel, no tocante a cada uma dessas atividades. É o que chamamos de circuito, dos bens e serviços a serem realizados, à partir da sua produção, passando pela distibuição, até se chegar ao seu consumo final.
Aqui são suscitados alguns dos dilemas da economia. Nesse sentido, vimos escolas de pensamento, sendo criadas no tempo histórico, como instrumentos para responderem a esses dilemas. O principal deles, diz respeito a escassez de recursos disponíveis na natureza, e as necessidades humanas, que são ilimitadas. Como estabelecer a alocação ótima desses recursos, de tal sorte que eles saciem as necessidades básicas das pessoas? Reside aqui, um outro dilema da economia.
Nos primórdios da nossa civilização, esses elementos não estavam colocados, considerando o tamanho da população existente na face da terra, e o estado rudimentar das suas estruturas. Na medida que as sociedade foram evoluindo, suas estruturas se modificando, a populção aumentando, novas demandas foram surgindo.
À medida que as sociedades vão ficando mais complexas, mais difícil vão ficando as respostas, para os desafios que se colocam, numa dinâmica que se estabelece nas relaçoes dos diversos atores, agentes, instituições, que atuam nessas sociedades.
Voltando ao foco inicial. São essas as condicionantes dadas, que exigem da economia enquanto ciência, formulações no campo do conhecimento, na promoção de instrumentos de políticas econômicas, visando estabelecer o equlibrio entre a demanda dos bens e serviços produzidos, e a repartição desses bens e serviços, com as firmas e os indivíduos que compõem uma estrutura social em sua totalidade.
É nesse contexto que surge e assume importância, o profissional da área da economia. Um imenso campo de atuação, bem como de realidades extremamente complexas. Imenso pela ampla dimensão dos elementos que o constitui, complexo, pela gama de relações que se dão, tanto na esfera das ações do público, como nas atividades da esfera privada, com suas múltiplas determinações em abrangência e intensidade.
Nessa perspectiva, cabe ao economista, com a sua sólida formação teórica, e o sentido prático das decisões, contribuir com o seu conhecimento, para um proceso, em que possam ser formuladas alternativas, visando a intervenção através de ações, políticas, planos e programas, elaborados de forma consistente, através de análises criteriosas, que sejam capazes de responderem aos graves desafios, que se impõem à realidade da vida econômica de uma sociedade devidamente organizada, considerando as questões conjunturais, bem como as de ordem estruturais que a determinam.
Importante ressaltar, nos marcos das dimensões econômicas, que o desempenho do economista, no âmbito da microeconomia, como também dos agregados macroeconômicos, é de fundamental importância, nas ações a serem imprimidas, e que deva levar em conta, a sua sensibilidade individual. Isso necessariamente implica estar atento, às propostas que lhes cabe formular, em termos de decisões, no processo da sua intervenção, na medida que as consequências advindas dessas intervenções, impctam outros campos da atividade humana, principalmente o social. É crucial para o conjunto de uma dada sociedade, que a mera racionalidade econômica, enquanto instrumento de decisão, não seja o único caminho a ser perseguido, na medida que para além dos aspectos estritamente econômicos, há vidas humanas que pulsam em outras dimensões.
Isso posto, do ponto de vista do concreto, penso que o profissional de economia, quando tenha que fazer escolhas, levando em conta os instrumentos que disponha, diante dos desafios que lhes são colocados, deva sopesar mais o seu espírito de consciência social, de humanidade, para além do cálculo frio das equações econômicas. Dito de outra forma bem objetiva, num mundo profundamente desigual, onde as necessidades básicas de um povo, estão distante do seu alcance, e onde a riqueza está concentrada nas mãos de alguns poucos, entre a racionalidade econõmica que salva a economia, opto pela sensibilidade humana que estabeleçam políticas que salvem vidas.
Um Feliz dia do Economista!!!
Bibliografia consultada:
- Princípios de Economia - Roberto Martins Passos Otto Nagomi
- Economia dos conflitos Sociais - João Bernardo
- Ensaios sobre Economia política Moderna: teoria e história do pensamento econômico - vários autores - J. Amadeo Edward (org)
- Introdução à Economia: uma abordagem estruturalista - A. Castro; C. Lessa
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