135 novos Técnicos em Agropecuária foram certificados no último mês
A cerimonia ocorreu no Auditório Central do campus, reunindo familiares, amigos dos alunos concluintes e comunidade interna do IFRO
A cerimônia de certificação de novos técnicos em agropecuária foi realizada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Colorado do Oeste, na noite de 28/12. Foram certificados 123 alunos do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio. Entre os concluintes de 2022, outros 12 alunos receberam a certificação de modo antecipado (em gabinete), totalizando 135 egressos até agora. Mais 8 estão concluindo o curso e serão certificados no fim de janeiro.
Entre os mais de cem novos técnicos da turma Raízes da Esperança, está Vitória Rodrigues Gomes, que ainda em 2018 realizou uma visita ao IFRO Colorado demonstrando seu desejo de estudar na instituição. Na época, ela era aluna da Escola Estadual Paulo de Assis Ribeiro (EPAR), onde cursaria em 2019 o 9º ano do ensino fundamental. A cerimonia ocorreu no Auditório Central do campus, reunindo familiares, amigos dos alunos concluintes e comunidade interna do IFRO. O evento é o coroamento da missão institucional, que prevê a promoção da educação profissional, científica e tecnológica de excelência, por meio da integração entre ensino, pesquisa e extensão, com foco na formação de cidadãos comprometidos com o desenvolvimento humano, econômico, cultural, social e ambiental sustentável.
Após Viviane Huávila da Fonseca Trapp representar sua turma à frente do juramento do curso, foi a vez da outorga de certificação. Nicolly Hermes recebeu a habilitação da reitora substituta Dany Roberta Marques Caldeira em nome de todos os formandos do curso. Em seguida todos os concluintes também foram qualificados como técnicos e técnicas em Agropecuária. Na mesa de autoridades ainda estavam o Diretor-Geral do Campus Colorado do Oeste, Marcos Aurélio Anequine de Macedo, e a Paraninfa do Curso Técnico em Agropecuária, Jéssica Weschenfelder Alexandre. Outra homenageada foi a Patronesse e Coordenadora do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio, Tatiane Alves Pereira Gonçalves.
O orador da turma foi Helisson José Teixeira, que disse ter sido um ano de dádivas, pois vivenciaram momentos únicos, que perpetuariam suas vidas. “Choramos, festamos, passamos noites fazendo aquele AVA, aquela resenha, mas o mais impactável foram as amizades, que nos fortaleceram e nos tornaram mais humanos. Formamos uma família”.
Em sua fala, a Professora Jéssica Alexandre mostrou a crescimento obtido do início do curso até a finalização, na qual os alunos passaram por uma evolução intelectual, emocional e comportamental, até porque passaram por períodos de muita adversidade nos últimos três anos, com aulas remotas, vivenciando os piores e melhores momentos sozinhos, em casa. “Vocês construíram laços com amizades e respeito, participaram de atividades, eventos”, por isso, ela ressaltou: “vocês são muito guerreiros. Vocês estão aqui têm que sentir muito orgulho de vocês, porque essa cadeira aí não é para qualquer um”.
Após três anos de ações virtuais, o Diretor-Geral Marcos Anequine destacou a emoção de estar numa cerimônia de certificação de forma presencial. “É especial, pois simboliza força, dedicação e resiliência do Campus do IFRO em Colorado do Oeste. Esta turma ingressou em 2020, após pouco mais de 30 dias de aulas foram surpreendidos pela pandemia do novo coronavírus e retornaram para suas casas. Foram quase dois anos de atividades remotas. Enfrentamos o desconhecido, nos reinventamos juntos, mostramos à nossa sociedade a força da nossa instituição”. Sobre o retorno à presencialidade, ele resume: “Que alegria foi vê-los no dia 7 de março de 2022”.
Para finalizar, desejou sucesso a todos: “mantenham acessa em seus corações a chama do amor pelo que se faz, da esperança por dias melhores, o amor à vida e a responsabilidade com consigo mesmo e com o próximo, com a natureza, com a ciência e com a nossa instituição. Sim, vocês sairão hoje deste campus formados, mas lembrem-se que seus professores e técnicos administrativos, sua família IFRO, estarão sempre aqui de braços abertos e torcendo por vocês”.
No discurso de Dany Caldeira, Pró-Reitora de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação e representante do reitor na cerimônia, foram parabenizados professores, técnicos administrativos e pais, pelo trabalho que foi feito com tanto carinho e competência. Já para os alunos, estrelas da noite, ressaltou: “esse momento é muito especial para o Instituto, pois é o momento do encerramento de uma etapa que se iniciou em 2020. Agora a sociedade recebe o retorno do investimento feito pela instituição. Qualificamos pessoas que sabem o que e o porquê de estarem fazendo. Vocês têm a possibilidade de continuar os estudos em cursos de graduação, mas também podem iniciar os trabalhos no mercado de trabalho como técnicos em agropecuária. O número de pessoas que tem o curso técnico integrado ao ensino médio no Brasil é muito pequeno e vocês fazem parte dessas pessoas. Parabéns pela dedicação ao curso e pelas relações estreitadas. Desejo todo sucesso do mundo a vocês! Foquem nos seus objetivos, pensem de forma coletiva e não desistam, mesmo que os desafios pareçam inalcançáveis!”, finalizou antes de declarar encerrada a cerimônia.
Sonho realizado
Vitória Rodrigues Gomes concluiu o Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio e deve retornar ao Campus Colorado do Oeste em 2023, já que foi aprovada em primeira chamada para o Curso de Bacharelado em Zootecnia. Deficiente visual de nascença, a estudante havia demonstrado seu sonho de se formar na área técnica anos antes da aprovação em 2020 no curso de nível médio da unidade em Colorado. “Falavam muito bem do IFRO, que era um colégio bom e que saía de lá pronto para faculdade”.
Sobre o sonho realizado em 2020, Vitória diz ter dito um aprendizado ótimo, “apesar de no início os professores terem um pouco de dificuldade, mas com o passar dos meses foram se adaptando à minha especialidade. Desde então, minhas tarefas eram adaptadas foi que facilitou o meu aprendizado”. Relembrando o período de distanciamento social, ela diz que na pandemia foi um período complicado, e que com o tempo foi aprendendo a entrar nos sistemas e fazer suas tarefas. Após os dois anos de distanciamento, a felicidade de estudar novamente no presencial, de ter terminado o ano e ter a formatura.
Ao concluir o curso técnico, resume: “foi muito vitorioso. Inclusive fui muito aplaudida porque fui a primeira aluna com deficiência visual total a entrar no IFRO. Minha formação foi ótima, nestes três anos”. Agora a ideia é cursar Zootecnia, onde está aprovada e deve iniciar os estudos neste primeiro semestre de 2023, verticalizando sua formação do ensino médio ao superior no Instituto Federal de Rondônia. “Sempre fui muito incentivada para continuar seus estudos”, relembra do apoio que recebeu na instituição.
O Coordenador do Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas (Napne/IFRO/Colorado), André Luis Monteiro Ferreira Lopes, ressalta que no atendimento à Vitória muitas barreiras precisaram ser transpostas, porque a unidade nunca teve uma aluna com deficiência visual, então, foi uma grande adaptação que precisou ocorrer nestes três anos. “O campus, da melhor maneira possível, foi se organizando. A equipe pedagógica, que o Napne também integra, foi se adaptando, porque não é o aluno que tem que se adaptar à escola, mas o Campus Colorado do Oeste que tem que se adaptar às necessidades específicas da Vitória. Foram ao mesmo tempo barreiras e dificuldades, como também superação, da parte do campus e da Vitória, que cresceu bastante desde que chegou até terminar o ensino médio”.
Inicialmente foram realizadas parcerias com instituições estaduais para empréstimo de máquina Braile e notebook para ter acesso a tecnologias assistivas desde o primeiro ano. “Os professores também foram se adaptando e entendendo as necessidades da Vitória, e foi organizado de maneira que ela pudesse aprender cada um dos conteúdos”, relembra o Professor André. A instituição ainda contou com editais para mediadores virtuais para atendimento e assessoria de alunos atendidos pelo Napne, cuidadoras pedagógicas e aulas com acessibilidade para melhor entendimento.
No período de pandemia, em toda a instituição precisou ocorrer adaptação do trabalho em forma remota, gravação de aulas, áudios e Whatsapp, AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem), entre outros modos encontroados. “A Vitória tem um conhecimento das tecnologias assistivas, leitores de tela, celular bem adaptado a isso para se comunicar, mesmo assim foi bem difícil. Porque todos estávamos acostumados ao presencial e preciso ter que se adaptar a esse ensino remoto. Quando ela foi para o IFRO Campus Colorado, nós nos organizamos para dar o suporte que ela necessitava”, relembra falando das outras adaptações que foram necessárias a partir da suspensão das aulas presenciais. E completa dizendo que “apesar de todas as dificuldades que nós passamos, das questões psicológicas e emocionais que todos nós fomos alvo nesta pandemia, mas a Vitória teve êxito estudando neste processo remoto também com todo auxílio que ela teve”.
O Napne também obteve muito aprendizado neste período, da mesma maneira que foi importante para toda a instituição. “Da mesma maneira que a Vitória recebe o ensinamento e a formação por parte das disciplinas, nós do Napne recebemos também esse aprendizado de como lidar, porque o setor tem que estar sempre atento”, diz o Coordenador. Para o Napne, a presença da Vitória no campus só somou e trouxe um crescimento. “Agora temos um caminho, quando tivermos um aluno/a com necessidade específica, com cegueira ou baixa visão, já tem o conhecimento de como atuar. Apesar de que cada pessoa especificamente diferente uma da outra, mesmo tendo a mesma deficiência. Enfim, o setor cresceu bastante com a presença da Vitória, precisamos nos formar, até mesmo em instituições municipais e estaduais, e essa parceria foi muito importante. Até mesmo na Direção de Ensino, esse crescimento é bem evidente. Algo que começou há três anos, com o campus sem saber como lidar e depois já temos aí a primeira aluna cega a se formar Técnica e Agropecuária. E agora ela passou para o curso de Zootecnia e a Vitória vai continuar com a gente em 2023 e os demais anos do curso. Pensamos que vai ser um caminho diferente, uma graduação, é outro aprendizado”.
Atendendo a uma média anual de 20 estudantes, o Napne Colorado está passando de comissão para ser um setor. O Núcleo busca constantemente ampliar mais esse fortalecimento da inclusão, em parceria com as demais equipes e servidores, contra as barreiras informacionais, atitudinais, arquitetônica, físicas, comunicacionais e outras. “Precisamos de todos para poder funcionar de maneira eficiente, em que o interesse principal seja efetivado e seja realidade de fato”. Para este ano, as ações nunca param e estão aumentando, pois além dos que já compõem o quadro de estudantes, estão aprovados outros três alunos surdos, e outros que ainda podem ser convocados no processo de matrícula em andamento resultante da seleção aberta no final de 2022.
Ainda no ano passado foi realizada a primeira edição da Semana de Inclusão. “Foi um evento muito importante não só para o campus, mas para a cidade de Colorado do Oeste. Tivemos participação de escolas municipais e estaduais. Trouxemos profissionais para falar de várias necessidades específicas, várias deficiências, de autismo, cegueira. Foi a primeira vez que o campus realizou a semana de inclusão, que é algo que traz um fortalecimento para a inclusão dentro do campus, que precisa ser muito trabalhada”.
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