A hora está chegando

Olhando para a Câmara Municipal da capital vemos que tem vereador que lá está há vários anos e, até hoje, ainda não disse a que veio

Fonte: Valdemir Caldas - Publicada em 23 de setembro de 2024 às 15:15

A hora está chegando

Costuma-se dizer que o povo tem a força numa democracia, o que não deixa de ser uma verdade. Em termos práticos, porém, muitos são os mecanismos que impedem a participação popular no jogo do poder político. Um desses mecanismos remete à falsa ideia de que o bem-estar de uma sociedade deriva, por exemplo, de algum tipo de super-herói, alguém com poderes mágicos para conduzir o povo a um destino melhor. Pura balela. A maior possibilidade de que isso venha a ocorrer está na maneira como a população se comporta diante de seus representantes, nos três níveis de poder.

Aproveitando que estamos vivenciando uma temporada de campanha eleitoral, não custa lembrar Nicolau Maquiavel, para quem a estabilidade política depende de boas leis e instituições sólidas, e que a energia criadora de uma sociedade livre não é dádiva de heróis. Ela decorre do confronto entre os grandes e o povo. Ou, colocado de outra maneira, entre o povo e aqueles que o povo elege para representá-los, por entender que os conflitos sociais são próprios à natureza mesma da liberdade.

No momento em que o eleitor portovelhense se prepara para participar de mais um dever cívico, seria bom que ele assumisse realmente uma postura conflitante com os políticos que têm responsabilidade direta com os problemas sociais que se manifestam em todos os setores da vida municipal. A Justiça Eleitoral trabalha de modo a preparar o pleito que se aproxima, realizando, assim, a parte dela. Por meio do Programa de Propaganda Eleitoral, os candidatos têm vez e voz, procurando dar o recado deles. Infelizmente, nem todos têm sabido aproveitar o espaço com inteligência, insistindo nos velhos e manjados discursos, que a população já os conhece muito bem. Depois, será a vez de o eleitor, em última análise e na condição de principal fiador e beneficiário da democracia, encarar os seus conflitos sociais, procurando estabelecer, nas urnas, uma postura clara e incisiva nesse sentido. Sem isso, jamais conseguiremos nos livrar das tranqueiras que impregnam a seara política de Porto Velho. Olhando para a Câmara Municipal da capital vemos que tem vereador que lá está há vários anos e, até hoje, ainda não disse a que veio.

A hora está chegando

Olhando para a Câmara Municipal da capital vemos que tem vereador que lá está há vários anos e, até hoje, ainda não disse a que veio

Valdemir Caldas
Publicada em 23 de setembro de 2024 às 15:15
A hora está chegando

Costuma-se dizer que o povo tem a força numa democracia, o que não deixa de ser uma verdade. Em termos práticos, porém, muitos são os mecanismos que impedem a participação popular no jogo do poder político. Um desses mecanismos remete à falsa ideia de que o bem-estar de uma sociedade deriva, por exemplo, de algum tipo de super-herói, alguém com poderes mágicos para conduzir o povo a um destino melhor. Pura balela. A maior possibilidade de que isso venha a ocorrer está na maneira como a população se comporta diante de seus representantes, nos três níveis de poder.

Aproveitando que estamos vivenciando uma temporada de campanha eleitoral, não custa lembrar Nicolau Maquiavel, para quem a estabilidade política depende de boas leis e instituições sólidas, e que a energia criadora de uma sociedade livre não é dádiva de heróis. Ela decorre do confronto entre os grandes e o povo. Ou, colocado de outra maneira, entre o povo e aqueles que o povo elege para representá-los, por entender que os conflitos sociais são próprios à natureza mesma da liberdade.

No momento em que o eleitor portovelhense se prepara para participar de mais um dever cívico, seria bom que ele assumisse realmente uma postura conflitante com os políticos que têm responsabilidade direta com os problemas sociais que se manifestam em todos os setores da vida municipal. A Justiça Eleitoral trabalha de modo a preparar o pleito que se aproxima, realizando, assim, a parte dela. Por meio do Programa de Propaganda Eleitoral, os candidatos têm vez e voz, procurando dar o recado deles. Infelizmente, nem todos têm sabido aproveitar o espaço com inteligência, insistindo nos velhos e manjados discursos, que a população já os conhece muito bem. Depois, será a vez de o eleitor, em última análise e na condição de principal fiador e beneficiário da democracia, encarar os seus conflitos sociais, procurando estabelecer, nas urnas, uma postura clara e incisiva nesse sentido. Sem isso, jamais conseguiremos nos livrar das tranqueiras que impregnam a seara política de Porto Velho. Olhando para a Câmara Municipal da capital vemos que tem vereador que lá está há vários anos e, até hoje, ainda não disse a que veio.

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