A terra sem grades: a insegurança escancarada e a omissão das autoridades em Rondônia

A pergunta é: há algum controle sobre o sistema prisional de Rondônia? Ou o estado se tornou um corredor livre para facções expandirem seu poder?

Fonte: Tudorondonia - Publicada em 24 de fevereiro de 2025 às 10:14

A terra sem grades: a insegurança escancarada e a omissão das autoridades em Rondônia

Enquanto a população de Rondônia vive assombrada por fugas de presídios, ataques coordenados e execuções de policiais, as autoridades responsáveis pela segurança pública insistem em fingir que a crise não existe. E os órgãos de fiscalização, incluindo o Poder Judiciário, pouco ou nada falam a respeito.

A mais recente tentativa de fuga em massa ocorreu nesse domingo (23), no presídio Urso Panda. A notícia deu conta de que policiais penais realizaram vistoria minuciosa e encontraram as grades de várias celas já serradas. Ou seja, os criminosos daquele pavilhão fugiriam em breve daquele presídio. E por que o Governo do Estado omite informações à imprensa e ao povo? Afinal, quem são os presos que fugiriam? Outros líderes de facção que iriam executar mais policiais, Senhor Governador?

A consequência dessa falência estatal é clara: criminosos cada vez mais ousados e uma população cada vez mais refém da insegurança. O caso de Talisson de Souza Gama, integrante do Comando Vermelho (CV) e condenado a 97 anos de prisão, exemplifica bem esse descontrole. O criminoso escapou de um presídio no Acre em novembro e foi capturado em Porto Velho apenas três meses depois, já envolvido em um plano para assassinar policiais por essas bandas – onde a insegurança impera. A prisão dele e de outro foragido ocorreu pouco após a execução do PM Fábio Martins, morto numa emboscada por um membro do CV no Orgulho do Madeira que, por ironia, havia fugido de uma unidade prisional da Secretaria de Justiça, na Estrada da Penal, em Porto Velho.

Aliás, aqui na capital, não são apenas bairros periféricos que sofrem. Até mesmo condomínios de luxo, onde vivem juízes e promotores, estão vulneráveis às ações dos fugitivos, especialmente aqueles próximos do complexo de presídios.

No interior não é diferente. Dias atrás, no presídio de Ariquemes, nove detentos serraram as grades da cela e três deles quase “ganharam as ruas”. A questão é que não são casos isolados, mas apenas novas cenas de um cenário caótico que só se agrava. 

Aliás, o presídio de Ariquemes já acumula um histórico vergonhoso: mais de uma centena de fugitivos desde sua inauguração, financiada com verbas federais milionárias. Servidores já se cansaram de denunciar a precariedade das instalações e o uso de muito recurso com gambiarras, enquanto a Sejus impõe um silêncio sepulcral sobre o assunto.

A pergunta é: há algum controle sobre o sistema prisional de Rondônia? Ou o estado se tornou um corredor livre para facções expandirem seu poder? As evidências indicam que o crime organizado encontrou um ambiente fértil para crescer.

O recente envio e a atual permanência da Força Nacional pelo Ministério da Justiça reforça a percepção de que o governo estadual falha completamente no combate à crise. Mas até quando? A população não pode mais aceitar que a resposta venha sempre tarde demais, quando a sensação de medo já tomou conta das ruas e o Estado já demonstrou, mais uma vez, sua incompetência em garantir a segurança do povo.

A terra sem grades: a insegurança escancarada e a omissão das autoridades em Rondônia

A pergunta é: há algum controle sobre o sistema prisional de Rondônia? Ou o estado se tornou um corredor livre para facções expandirem seu poder?

Tudorondonia
Publicada em 24 de fevereiro de 2025 às 10:14
A terra sem grades: a insegurança escancarada e a omissão das autoridades em Rondônia

Enquanto a população de Rondônia vive assombrada por fugas de presídios, ataques coordenados e execuções de policiais, as autoridades responsáveis pela segurança pública insistem em fingir que a crise não existe. E os órgãos de fiscalização, incluindo o Poder Judiciário, pouco ou nada falam a respeito.

A mais recente tentativa de fuga em massa ocorreu nesse domingo (23), no presídio Urso Panda. A notícia deu conta de que policiais penais realizaram vistoria minuciosa e encontraram as grades de várias celas já serradas. Ou seja, os criminosos daquele pavilhão fugiriam em breve daquele presídio. E por que o Governo do Estado omite informações à imprensa e ao povo? Afinal, quem são os presos que fugiriam? Outros líderes de facção que iriam executar mais policiais, Senhor Governador?

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A consequência dessa falência estatal é clara: criminosos cada vez mais ousados e uma população cada vez mais refém da insegurança. O caso de Talisson de Souza Gama, integrante do Comando Vermelho (CV) e condenado a 97 anos de prisão, exemplifica bem esse descontrole. O criminoso escapou de um presídio no Acre em novembro e foi capturado em Porto Velho apenas três meses depois, já envolvido em um plano para assassinar policiais por essas bandas – onde a insegurança impera. A prisão dele e de outro foragido ocorreu pouco após a execução do PM Fábio Martins, morto numa emboscada por um membro do CV no Orgulho do Madeira que, por ironia, havia fugido de uma unidade prisional da Secretaria de Justiça, na Estrada da Penal, em Porto Velho.

Aliás, aqui na capital, não são apenas bairros periféricos que sofrem. Até mesmo condomínios de luxo, onde vivem juízes e promotores, estão vulneráveis às ações dos fugitivos, especialmente aqueles próximos do complexo de presídios.

No interior não é diferente. Dias atrás, no presídio de Ariquemes, nove detentos serraram as grades da cela e três deles quase “ganharam as ruas”. A questão é que não são casos isolados, mas apenas novas cenas de um cenário caótico que só se agrava. 

Aliás, o presídio de Ariquemes já acumula um histórico vergonhoso: mais de uma centena de fugitivos desde sua inauguração, financiada com verbas federais milionárias. Servidores já se cansaram de denunciar a precariedade das instalações e o uso de muito recurso com gambiarras, enquanto a Sejus impõe um silêncio sepulcral sobre o assunto.

A pergunta é: há algum controle sobre o sistema prisional de Rondônia? Ou o estado se tornou um corredor livre para facções expandirem seu poder? As evidências indicam que o crime organizado encontrou um ambiente fértil para crescer.

O recente envio e a atual permanência da Força Nacional pelo Ministério da Justiça reforça a percepção de que o governo estadual falha completamente no combate à crise. Mas até quando? A população não pode mais aceitar que a resposta venha sempre tarde demais, quando a sensação de medo já tomou conta das ruas e o Estado já demonstrou, mais uma vez, sua incompetência em garantir a segurança do povo.

Comentários

  • 1
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    Rose Souza Matos 24/02/2025

    O Governador é mesmo policial? E o vice gov Gonçalves que disse que ia resolver tudo da segurança?

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