A transição, vereadores glutões, a situação do Coronel, as panelinhas na OAB e outras notas políticas

Passada as eleições e com a chegada dos temporais, a coluna intui que ventos fortes sobre a política e os políticos estão na iminência de fecharem os céus de Rondônia

Fonte: Robson Oliveira - Publicada em 01 de novembro de 2024 às 08:26

A transição, vereadores glutões,  a situação do Coronel, as panelinhas na OAB e outras notas políticas

TRANSIÇÃO

Não tem motivo para o prefeito Hildon Chaves não acolher o pedido do prefeito eleito Leo Moraes para adiantar a transição. Leo precisa de todos os dados da municipalidade para que possa anunciar as primeiras medidas a serem implementadas no início de sua gestão e começar a cumprir com as promessas de campanha. Hildon prometeu uma transição republicana e deveria ser o primeiro a agilizar todo o processo para que seja a mais transparente possível. Não há justificativa para procrastinação.

PRESSÃO

Somente alguém muito ingênuo não previa pressão dos vereadores eleitos sobre o novo prefeito. Não é nada novo na política rasteira e nojenta. Com o caminhão de votos que recebeu por não ceder a grupos nem facções, Leo Moraes tem toda legitimidade para frear o apetite daqueles edis mais glutões. Pelo menos nos próximos três meses. Se acerta na gestão, o calendário passa a ser seu principal aliado.

AFASTAMENTO

Ao anunciar unilateralmente rompimento com a candidatura de Mariana Carvalho (UB) e o apoio a Leo Moraes (Podemos), no segundo turno, o deputado federal Coronel Crisóstomo, então presidente do Diretório Municipal do PL de Porto Velho, infringiu sim dispositivos internos da agremiação partidária cuja fidelidade começa a ser contestada. A decisão poderia ter sido de caráter pessoal e unilateral sem tornar pública a divergência e nem  com mensagens de aliciamento nos grupos internos de WhatsApp destinados à comunicação interna dos filiados.

AVAL

Não se discute aqui as razões do rompimento, mas não é normal um presidente de um partido que presidiu uma convenção e indicou o vice-prefeito para compor numa coligação romper sem discutir internamente os motivos pelos quais estaria desembarcando da canoa furada que afundou a candidatura majoritária do União Brasil e PL na capital. Conhecido pelo temperamento áspero e belicoso, o coronel terminou afastado da presidência municipal do partido sem que o capitão (Bolsonaro), seu líder maior, esboçasse uma única palavra ao seu favor. É possível então deduzirmos que o afastamento tenha tido supostamente o aval do ídolo que o deputado federal tanto vocifera adular.

EXPULSÃO

Embora um filiado tenha requerido também a expulsão do PL, Marcos Rogério, presidente estadual da legenda, sobrestou o desligamento e instaurou um processo interno para a averiguação da conduta e para que com a apuração dos fatos a situação seja esclarecida. Os elementos para o enquadramento de  infidelidade em tese existem, mas vai depender muito mais do denunciado do que dos fatos que motivaram o afastamento. Isso porque, em casos similares, a situação política interna de convivência fala mais forte do que os elementos eventualmente disciplinares que motivaram os pedidos. Portanto, a expulsão do PL vai depender muito mais da postura do parlamentar daqui pra frente do que o ato de infidelidade em si, mesmo que o seu afastamento definitivo da presidência do Diretório Municipal seja fato consumado.

DESAUTORIZADO

O vídeo que o coronel Crisóstomo divulgou nas redes sociais com os argumentos de que desembarcaria da campanha de Mariana Carvalho, sob a justificativa de quem acompanhava uma suposta manifestação do ídolo capitão contra o apoio da “esquerda” à candidata, foi o principal motivo da vinda de Michelle Bolsonaro a Porto Velho na reta final da eleição para reafirmar o apoio da família a Mariana e deixar claro a desaprovação do capitão em relação a posição assumida pelo coronel.

PROTAGONISTA

Já entre os dirigentes do União Brasil não há qualquer movimento contra a decisão do deputado federal Fernando Máximo em apoiar exaustivamente o candidato da oposição Léo Moraes (Podemos). É importante lembrar que Máximo foi o parlamentar mais votado da legenda e saiu da campanha mais forte do que entrou. É um protagonista que tende a alçar voos maiores em 2026, mas terá antes que limpar ‘esqueletos’ judiciais dos armários investigativos ainda pendentes para não ser abatido antes de voar. Limpando, passa a ser um  nome forte ao Senado.

FRACASSO

Quem está em plena campanha ao Senado Federal é a deputada federal Silvia Cristina que nas eleições municipais não conseguiu a meta eleitoral que imagina alcançar. Não há um município onde o prefeito venceu o pleito que a deputada possa apresentar como uma fatura pessoal. Nas localidades que subiu nos palanques e os candidatos obtiveram sucesso não foram em razão do seu capital eleitoral. Ainda assim foram poucos os eleitos pelo seu partido.

PERFIL

Sílvia é uma parlamentar obreira, não há dúvida sobre esta virtude pessoal, mas não possui um perfil exigido no imaginário eleitoral que convença o eleitor conservador a votar nela para senadora. É possível que o cenário mude em seu favor, o problema é que vivemos num estado extremamente desigual e intolerante. O perfil senatorial favorece as castas mais privilegiadas. Nem sempre o trabalho vence a intolerância. Aqui e alhures.

TEMPORAIS

Passada as eleições e com a chegada dos temporais, a coluna intui que ventos fortes sobre a política e os políticos estão na iminência de fecharem os céus de Rondônia. Muito barulho vem por aí, não é apenas de trovões.

CÂMARAS

Nem deu tempo para que os eleitos fossem proclamados, os novos vereadores já se articulam para formar as próximas mesas diretoras que ainda vão ser empossadas em 2025. Em Ji-Paraná, por exemplo, uma figura carimbada nas investigações policiais e reeleita, manipula nos bastidores para assumir a Câmara Municipal. As conversas estão avançadas e feitas em surdina para que o eleitor não saiba dos meandros das tratativas. Ao que parece não fizeram uma boa leitura das urnas ji-paranaenses e insistem com as mesmas práticas rechaçadas pelos eleitores. O político malandro não engana mais o cidadão, especialmente aquele que em público expressa uma postura radial de sério e, no escuro das coxias, atua na malandragem.  

FURTO

Apesar de alguns políticos tentarem criticar a Energisa por combater o furto de energia, o que termina afetando o consumidor que paga em dia seus boletos, a polícia militar flagrou proprietários de restaurantes e outros empreendimentos, da capital e do Candeias, abastecendo criminosamente seus comércios de energia elétrica furtada. A ação policial resultou em três prisões em flagrante, comprovando o uso irregular da rede elétrica em estabelecimentos comerciais.

INSPEÇÕES

Em 2024, a Energisa já realizou mais de 130 mil inspeções, nas quais foram encontradas 42 mil irregularidades, resultando na recuperação de 73 gigawatts de energia, o equivalente ao consumo de quase 300 mil residências. As ligações clandestinas representam risco à segurança, sobrecarregam a rede, comprometem a qualidade do fornecimento e causam prejuízos significativos à sociedade, uma vez que afetam a arrecadação do ICMS, imposto que deveria estar destinado aos investimentos de áreas prioritárias à população.

FURTO I

É bom lembra que o furto da energia elétrica reflete também nos aumentos dos preços ao consumidor, visto que é ele na ponta que custeia toda a cadeia produtora e transmissora. O aumento, quando anunciado pela Agência Reguladora, computa todos os gatos e investimentos, não apenas a inflação acumulada. Os problemas climáticos impactaram no consumo e nos preços da energia, e o furto aumenta exageradamente tais impactos nestes custos.

OAB

Assisto com muita tristeza a renúncia do amigo advogado Andrey Cavalcanti à vaga de Conselheiro Federal da Ordem, na chapa 10. Compreendo as razões que o levaram a ‘chutar o pau da barraca’, mas preciso hipotecar minha solidariedade e aproveito a oportunidade para lamentar as panelas que se formaram ao longo dos últimos anos em nossa Seccional. Quem perde com a desistência é a instituição, a mesma que deixou o protagonismo coletivo para alimentar projetos individuais. Sobre estas eleições, onde também voto, abordo com mais tempo e sem bajulação infantojuvenil em colunas próximas. A OAB sempre foi um projeto coletivo de uma categoria profissional combativa, essencial à democracia e aos interesses de uma sociedade desigual. Perder a perspectiva da crítica e a impessoalidade não é um bom caminho a seguir. Isso sim é um baita retrocesso. Embora alguns cabeças de bagre não compreendam para se refestelarem em convescotes. 

A transição, vereadores glutões, a situação do Coronel, as panelinhas na OAB e outras notas políticas

Passada as eleições e com a chegada dos temporais, a coluna intui que ventos fortes sobre a política e os políticos estão na iminência de fecharem os céus de Rondônia

Robson Oliveira
Publicada em 01 de novembro de 2024 às 08:26
A transição, vereadores glutões,  a situação do Coronel, as panelinhas na OAB e outras notas políticas

TRANSIÇÃO

Não tem motivo para o prefeito Hildon Chaves não acolher o pedido do prefeito eleito Leo Moraes para adiantar a transição. Leo precisa de todos os dados da municipalidade para que possa anunciar as primeiras medidas a serem implementadas no início de sua gestão e começar a cumprir com as promessas de campanha. Hildon prometeu uma transição republicana e deveria ser o primeiro a agilizar todo o processo para que seja a mais transparente possível. Não há justificativa para procrastinação.

PRESSÃO

Somente alguém muito ingênuo não previa pressão dos vereadores eleitos sobre o novo prefeito. Não é nada novo na política rasteira e nojenta. Com o caminhão de votos que recebeu por não ceder a grupos nem facções, Leo Moraes tem toda legitimidade para frear o apetite daqueles edis mais glutões. Pelo menos nos próximos três meses. Se acerta na gestão, o calendário passa a ser seu principal aliado.

AFASTAMENTO

Ao anunciar unilateralmente rompimento com a candidatura de Mariana Carvalho (UB) e o apoio a Leo Moraes (Podemos), no segundo turno, o deputado federal Coronel Crisóstomo, então presidente do Diretório Municipal do PL de Porto Velho, infringiu sim dispositivos internos da agremiação partidária cuja fidelidade começa a ser contestada. A decisão poderia ter sido de caráter pessoal e unilateral sem tornar pública a divergência e nem  com mensagens de aliciamento nos grupos internos de WhatsApp destinados à comunicação interna dos filiados.

AVAL

Não se discute aqui as razões do rompimento, mas não é normal um presidente de um partido que presidiu uma convenção e indicou o vice-prefeito para compor numa coligação romper sem discutir internamente os motivos pelos quais estaria desembarcando da canoa furada que afundou a candidatura majoritária do União Brasil e PL na capital. Conhecido pelo temperamento áspero e belicoso, o coronel terminou afastado da presidência municipal do partido sem que o capitão (Bolsonaro), seu líder maior, esboçasse uma única palavra ao seu favor. É possível então deduzirmos que o afastamento tenha tido supostamente o aval do ídolo que o deputado federal tanto vocifera adular.

EXPULSÃO

Embora um filiado tenha requerido também a expulsão do PL, Marcos Rogério, presidente estadual da legenda, sobrestou o desligamento e instaurou um processo interno para a averiguação da conduta e para que com a apuração dos fatos a situação seja esclarecida. Os elementos para o enquadramento de  infidelidade em tese existem, mas vai depender muito mais do denunciado do que dos fatos que motivaram o afastamento. Isso porque, em casos similares, a situação política interna de convivência fala mais forte do que os elementos eventualmente disciplinares que motivaram os pedidos. Portanto, a expulsão do PL vai depender muito mais da postura do parlamentar daqui pra frente do que o ato de infidelidade em si, mesmo que o seu afastamento definitivo da presidência do Diretório Municipal seja fato consumado.

DESAUTORIZADO

O vídeo que o coronel Crisóstomo divulgou nas redes sociais com os argumentos de que desembarcaria da campanha de Mariana Carvalho, sob a justificativa de quem acompanhava uma suposta manifestação do ídolo capitão contra o apoio da “esquerda” à candidata, foi o principal motivo da vinda de Michelle Bolsonaro a Porto Velho na reta final da eleição para reafirmar o apoio da família a Mariana e deixar claro a desaprovação do capitão em relação a posição assumida pelo coronel.

PROTAGONISTA

Já entre os dirigentes do União Brasil não há qualquer movimento contra a decisão do deputado federal Fernando Máximo em apoiar exaustivamente o candidato da oposição Léo Moraes (Podemos). É importante lembrar que Máximo foi o parlamentar mais votado da legenda e saiu da campanha mais forte do que entrou. É um protagonista que tende a alçar voos maiores em 2026, mas terá antes que limpar ‘esqueletos’ judiciais dos armários investigativos ainda pendentes para não ser abatido antes de voar. Limpando, passa a ser um  nome forte ao Senado.

FRACASSO

Quem está em plena campanha ao Senado Federal é a deputada federal Silvia Cristina que nas eleições municipais não conseguiu a meta eleitoral que imagina alcançar. Não há um município onde o prefeito venceu o pleito que a deputada possa apresentar como uma fatura pessoal. Nas localidades que subiu nos palanques e os candidatos obtiveram sucesso não foram em razão do seu capital eleitoral. Ainda assim foram poucos os eleitos pelo seu partido.

PERFIL

Sílvia é uma parlamentar obreira, não há dúvida sobre esta virtude pessoal, mas não possui um perfil exigido no imaginário eleitoral que convença o eleitor conservador a votar nela para senadora. É possível que o cenário mude em seu favor, o problema é que vivemos num estado extremamente desigual e intolerante. O perfil senatorial favorece as castas mais privilegiadas. Nem sempre o trabalho vence a intolerância. Aqui e alhures.

TEMPORAIS

Passada as eleições e com a chegada dos temporais, a coluna intui que ventos fortes sobre a política e os políticos estão na iminência de fecharem os céus de Rondônia. Muito barulho vem por aí, não é apenas de trovões.

CÂMARAS

Nem deu tempo para que os eleitos fossem proclamados, os novos vereadores já se articulam para formar as próximas mesas diretoras que ainda vão ser empossadas em 2025. Em Ji-Paraná, por exemplo, uma figura carimbada nas investigações policiais e reeleita, manipula nos bastidores para assumir a Câmara Municipal. As conversas estão avançadas e feitas em surdina para que o eleitor não saiba dos meandros das tratativas. Ao que parece não fizeram uma boa leitura das urnas ji-paranaenses e insistem com as mesmas práticas rechaçadas pelos eleitores. O político malandro não engana mais o cidadão, especialmente aquele que em público expressa uma postura radial de sério e, no escuro das coxias, atua na malandragem.  

FURTO

Apesar de alguns políticos tentarem criticar a Energisa por combater o furto de energia, o que termina afetando o consumidor que paga em dia seus boletos, a polícia militar flagrou proprietários de restaurantes e outros empreendimentos, da capital e do Candeias, abastecendo criminosamente seus comércios de energia elétrica furtada. A ação policial resultou em três prisões em flagrante, comprovando o uso irregular da rede elétrica em estabelecimentos comerciais.

INSPEÇÕES

Em 2024, a Energisa já realizou mais de 130 mil inspeções, nas quais foram encontradas 42 mil irregularidades, resultando na recuperação de 73 gigawatts de energia, o equivalente ao consumo de quase 300 mil residências. As ligações clandestinas representam risco à segurança, sobrecarregam a rede, comprometem a qualidade do fornecimento e causam prejuízos significativos à sociedade, uma vez que afetam a arrecadação do ICMS, imposto que deveria estar destinado aos investimentos de áreas prioritárias à população.

FURTO I

É bom lembra que o furto da energia elétrica reflete também nos aumentos dos preços ao consumidor, visto que é ele na ponta que custeia toda a cadeia produtora e transmissora. O aumento, quando anunciado pela Agência Reguladora, computa todos os gatos e investimentos, não apenas a inflação acumulada. Os problemas climáticos impactaram no consumo e nos preços da energia, e o furto aumenta exageradamente tais impactos nestes custos.

OAB

Assisto com muita tristeza a renúncia do amigo advogado Andrey Cavalcanti à vaga de Conselheiro Federal da Ordem, na chapa 10. Compreendo as razões que o levaram a ‘chutar o pau da barraca’, mas preciso hipotecar minha solidariedade e aproveito a oportunidade para lamentar as panelas que se formaram ao longo dos últimos anos em nossa Seccional. Quem perde com a desistência é a instituição, a mesma que deixou o protagonismo coletivo para alimentar projetos individuais. Sobre estas eleições, onde também voto, abordo com mais tempo e sem bajulação infantojuvenil em colunas próximas. A OAB sempre foi um projeto coletivo de uma categoria profissional combativa, essencial à democracia e aos interesses de uma sociedade desigual. Perder a perspectiva da crítica e a impessoalidade não é um bom caminho a seguir. Isso sim é um baita retrocesso. Embora alguns cabeças de bagre não compreendam para se refestelarem em convescotes. 

Comentários

    Seja o primeiro a comentar

Envie seu Comentário

 
NetBet

Envie Comentários utilizando sua conta do Facebook