Abrigado em bunker em Israel, Marcos Rocha vira memes nas redes sociais

O destino da comitiva ainda é incerto, mas os memes, as críticas e a fatura para o contribuinte seguem firmes e prontos para novos capítulos

Fonte: RUBENS COUTINHO/TUDORONDONIA - Publicada em 14 de junho de 2025 às 11:26

A comitiva de "alto nível" que acompanha Marcos Rocha em seu tour por Israel, que está sob bombardeio do Irã. No grupo foi até uma tal de chefe de agenda do governador e um chefe de mídias.   Preço da fatura até este sábado: R$ 430 mil. Tudo pago pelos rondonienses. Quem atira com a pólvora alheia não economiza munição 

PORTO VELHO (RO) – Em tempos de crise política, denúncias de espionagem ilegal e caos na saúde pública, o governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), decidiu embarcar numa jornada internacional que nem a melhor série de streaming se atreveria a roteirizar: uma viagem a Israel, em plena tensão militar com o Irã, ao custo já conhecido de R$ 430 mil aos cofres públicos – e contando. O roteiro inclui bunker, mísseis, lives e memes.

A comitiva oficial conta com cinco acompanhantes "muito bem selecionados": a chefe de gabinete Rute Carvalho Silva Pedrosa, o secretário de Integração Augusto Leonel de Souza Marques, a chefe da agenda do governador Maricleide Lima da Fonseca, o chefe de mídias Renan Fernandes Barreto e o secretário da Casa Militar, Valdemir Carlos de Góes. Uma equipe que, ao que parece, viajou com a missão de... bem, essa parte ainda não ficou clara para os rondonienses.

Até este sábado (14), o valor gasto com passagens e diárias já havia atingido a marca dos R$ 430 mil. Mas como a comitiva foi surpreendida pelo fechamento do espaço aéreo israelense – após o Irã lançar mísseis contra o Estado judeu, em retaliação a ataques anteriores – os custos da epopeia internacional devem aumentar ainda mais. Afinal, mesmo escondidos em bunker com wi-fi gratuitos, as diárias continuam jorrando nas contas dos felizes viajantes. 

Refugiado num abrigo antimíssel na capital israelense, o governador transmitiu ao vivo algumas mensagens nas redes sociais, pedindo aos rondonienses que orassem por ele e seus acompanhantes, em cenas que rapidamente viraram memes. A mistura de espiritualidade com geopolítica e diárias internacionais despertou reações entre o humor e a indignação.

Enquanto isso, em Rondônia, a crise institucional se agrava. O vice-governador Sérgio Gonçalves pediu, em entrevista, a saída imediata do chefe da Casa Civil, Elias Rezende, e denunciou o uso da estrutura do governo para perseguição política. Também vieram à tona acusações de espionagem ilegal envolvendo agentes da Polícia Civil e servidores comissionados. E, claro, a população segue aguardando a prometida melhoria na saúde pública – especialmente no Hospital João Paulo II, símbolo do descaso administrativo.

A viagem internacional ocorre em um momento delicado, quando o governo Marcos Rocha enfrenta seu maior desgaste desde a reeleição. Em meio a tantas urgências locais, a opção de cruzar meio mundo rumo a uma zona de conflito é vista por muitos como, no mínimo, curiosa – para não dizer tragicômica.

O destino da comitiva ainda é incerto, mas os memes, as críticas e a fatura para o contribuinte seguem firmes e prontos para novos capítulos.