Advogado de policial penal acusado de participar da morte de caminhoneiro questiona depoimento de empresária
Profissional do Direito quer evitar “linchamento moral” do acusado
Após a divulgação da conclusão do inquérito que investigava o envolvimento do policial Penal F. A. M. na morte do caminhoneiro Emerson Valdir Mattes, de 45 anos, executado a tiros no pátio do posto Parada Grande, em Vilhena, na tarde do dia 27 de janeiro deste ano, Rodrigo Batista (FOTO), advogado do servidor público, que já se encontra preso há quase três meses no Centro de Correição, em Porto Velho, à disposição da justiça, entrou em contato com a reportagem do site para apresentar a versão de seu cliente, afirmando que irá comprovar sua inocência (RELEMBRE O CASO)
A princípio, Rodrigo deixou claro que seu cliente está sendo acusado injustamente e que a polícia sempre opta por uma linha de investigação mais fácil, guardando assim o ranço inquisitório, nutrindo uma “paranóia mental”, que não os permite averiguar outros fatos que poderiam mudar o rumo das investigações, que até poderia a levar a inocência do investigado. Fato que poderia facilmente levar a conclusão quanto ao seu cliente.
Em seguida, o advogado afirmou que, antes de tudo, se deve deixar bem claro que o papel de um delegado é investigar autoria e materialidade, jamais tecer conclusões de mérito sobre os fatos, pois isso é papel do poder judiciário, e não da polícia, sob pena de fugir e invadir sua atribuição e competência.
Afirmou, também, que é preciso cautela, a fim de evitar contaminações por parte do julgador, e que é necessário deixar claro que a função da autoridade policial é investigar e não "acusar ou julgar", a fim de evitar “linchamento moral”, seja de quem for.
Dito isto, Rodrigo Batista entrou na versão de seu cliente, que afirma ser a verdadeira, de que ele não tinha motivos algum para matar Emerson, uma vez que nem o conhecia e que a investigação não derrubou nenhum álibi do policial, tendo ocorrido apenas eventuais contradições que não são capazes de apontar pela participação do acusado.
“A pessoa diz que passou a manhã inteira dormindo, porém, levantou, foi à padaria, retornou. Mas isso não é suficiente para colocar ninguém como suspeito na prática de um homicídio”, declarou Rodrigo.
Já com relação ao fato das investigações terem apontado, através da localização do aparelho celular de F., que ele esteve nas imediações do posto onde ocorreu o crime e na residência do atirador, o advogado disse que tais informações não são precisas, uma vez que a triangulação da torre de sinal pode variar em raios de até 1 km e meio e que no momento do crime o sinal do celular de F. apontou que o policial penal estava em casa.
Diante da versão de inocência do suspeito, a reportagem do site questionou o advogado sobre como seu cliente acabou sendo envolvido nessa trama, uma vez que o setor de investigação chegou até ele através do depoimento de uma empresária, a ex-patroa da vítima, que assim como o esposo, foi indiciada no processo, e que atualmente encontra-se cumprindo medida cautelar.
Rodrigo por sua vez, afirmou que durante os primeiros quatro meses de inquérito, através do qual o casal, segundo a Polícia, acusado de ter motivação para a prática do crime, acabou preso, em nenhum momento o nome de seu cliente foi citado, porém, em um ato de desespero, a acusada, que tem dois filhos ainda menores, na intenção de sair da prisão, ou talvez instruída por sua defesa, fez uma espécie de “fofoca” quando, em seu segundo depoimento, fato que ocorreu quase dois meses após o primeiro, envolveu o policial penal, mesmo sem apontar quaisquer provas.
Já ao ser perguntado sobre por que F. foi denunciado, o advogado afirmou acreditar que estas ilações ocorreram em razão da proximidade com o esposo da depoente, por serem amigos de bebedeira, ou seja, nada trouxe de fatos concretos, não passou de "ouvir dizer".
Por fim, ao ser perguntado se o acusado de atirar no caminhoneiro afirma a versão da esposa que envolve seu cliente no crime, este relatou que a princípio o réu negou, afirmando nunca ter relatado tais coisas para a mulher, porém, na segunda vez que foi interrogado, fez uso do direito de permanecer em silêncio.
“No interrogatório da acusada, na audiência de instrução e julgamento, a defesa do policial penal questionou a acusada se ela seria capaz de tudo para estar em casa naquele momento com seus filhos e ela respondeu que sim. Então, uma pessoa que é capaz de tudo, é capaz de construir uma narrativa sob a promessa de sair da prisão”, afirmou o advogado.
Por fim, Rodrigo Batista afirmou que não há dúvidas de que conseguirá inocentar seu cliente, pois acredita fielmente em sua inocência e pelo fato de não haver provas contra ele, apenas ilações, fatos circunstanciais e "boatos".
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