Agevisa apoia municípios no combate ao mosquito anofelino

Por determinação da Agevisa, essas ações devem acontecer quando o município não tem condições de eliminar surtos de doenças. Na última terça-feira (31) ele se encontra em Mirante da Serra

Montezuma Cruz Fotos: Arquivo Paulo Sérgio - Arte: Andrey Matheus
Publicada em 01 de abril de 2020 às 13:26
Agevisa apoia municípios no combate ao mosquito anofelino

Lâmina com sangue coletado para diagnóstico da doença

O mundo mira as telas de computadores, vendo sucessivos telejornais e boletins sobre o Covid-19, mas o governo do Estado, por meio da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), não descuida de outras endemias, e intensifica as ações de combate ao anofelino, mosquito transmissor da malária, principalmente nos municípios onde apresentaram um aumento no número de casos este ano.

Em Mirante da Serra, a 389 quilômetros de Porto Velho,  por exemplo, técnicos da Agevisa realizam o bloqueio na zona rural da cidade. Uma medida necessária para o controle do vetor da doença.

O coordenador estadual de Vigilância e Controle da Malária, Valdir França, aponta números em declínio desde 2012, mas alerta para o ataque do anofelino na zona rural e em algumas terras indígenas.

Em 2012 Rondônia teve 23.195 casos notificados, e em 2019 eles diminuíram para 9.419. Mas a curva da doença oferece mais leituras, notadamente, a de causos autócnes, ou seja, aqueles contraídos pelo enfermo na zona de sua residência. Nos garimpos a doença diminuiu 58,2%: em 2018: 292 casos, em 2019, 122.

Mesmo com o vigoramento do decreto da quarentena no Estado, devido à pandemia mundial do novo coronavírus, França recebeu apoio da diretora da Agevisa, Ana Flora Gehardt, e do gerente técnico de Vigilância em Saúde Ambiental, Cesarino Júnior Lima Aprígio, para prosseguir ações de bloqueio nos municípios mais infectados.

Por determinação da Agevisa, essas ações devem acontecer quando o município não tem condições de eliminar surtos de doenças. Na última terça-feira (31) ele se encontra em Mirante da Serra.

Desde a descentralização decretada pelo governo federal, a responsabilidade no cuidado com endemias passou a ser também dos municípios. Na prática, lembra o coordenador Valdir França, equipamentos e pessoal são os itens mais essenciais para o êxito do controle de focos do mosquito.

“Antes não havia barreiras”, ele desabafou. “Dependemos também de um trabalho sólido de gestores municipais”, sugeriu.

“Com os esforços da equipe e se contarmos com maior empenho dos municípios, manteremos as estratégias de vigilância, inclusive, capacitando o pessoal local”, ele Valdir França.

França lembra que a Portaria nº 1.172/2011 tratou das competências da União, Estados, Municípios e Distrito Federal, na área de Vigilância em Saúde.

“Com tudo isso e mesmo com deficiências de alguns municípios, o Ministério da Saúde vem atendendo Rondônia muito bem, repassando insumos (inseticida) e recursos para a compra de outros materiais”, ressaltou.

Fumacê é uma das principais armas contra a proliferação do anofelino

O coordenador se refere à Portaria nº 2.565/2016, do MS, autoriza esses repasses específicos para o combate e controle da malária no âmbito dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e dos Municípios de Aripuanã (MT), Colniza (MT), Juína (MT), Nova Bandeirantes (MT) e Rondolândia (MT).

O montante de R$ 1,07 milhão, por exemplo, possibilitou a aquisição de duas camionetes Hilux para Porto Velho e Candeias do Jamari, e 23 microscópios distribuídos na Capital e no Interior; quatro barcos-lancha com motor 90HP e 165 pulverizadores Guarani.

Conselho de Secretários Municipais de Saúde, gestores, e Comissão Intergestora Bipartite de formalizaram um pacto para a destinação dos recursos e de sobras. Uma delas, R$ 211 mil, será investida na compra de sete barcos 30HP.

FUMACÊ E MOSQUITEIROS                                                                                

A Coordenação Estadual de Controle da Malária borrifa ,  casas e ambientes, faz a termonebulizacão (com fumacê), e instala mosquiteiros impregnados em áreas de surtos epidêmicos, o que ocorreu recentemente em Candeias do Jamari, a 18 quilômetros da Capital, e Pimenteiras do Oeste, a 730 Km.

No ano passado, a Coordenação promoveu ações complementares em áreas indígenas dos municípios de Guajará-Mirim e Nova Mamoré, na faixa de fronteira Brasil-Bolívia.

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