Alerta epidemiológico da Agevisa recomenda vacinação de gestantes e puérperas sem comorbidades em Rondônia
Continua a recomendação da suspensão temporária do uso do imunizante AstraZeneca/Oxford em gestantes e puérperas, seguindo a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
Alerta epidemiológico da Agevisa recomenda vacinação de gestantes e puérperas independente de comorbidade em todos os municípios do Estado
O Governo de Rondônia, por meio da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) emitiu alerta para todos os municípios do Estado sobre o alto índice de mortalidade materna recomendando o retorno imediato da vacinação de gestantes e puérperas, que tiveram bebês até 45 dias, contra a covid-19, com ou sem comorbidades, devido ao alto índice de mortalidade materna no Estado.
A recomendação para a vacinação de gestantes e puérperas foi discutido e aprovado pela CIB
O alerta segue a recomendação feita pelo Ministério da Saúde (MS), de acordo com a gerente de vigilância epidemiológica da Agevisa, Maria Arlete Baldez. “Nós já repassamos essa orientação as regionais de saúde e prefeituras do Estado, lembrando que o tema já foi amplamente discutido e aprovado pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB), um dos principais fóruns de governança. O que levou a essa decisão foi a mudança no perfil de mortalidade materna em decorrência da doença”.
Em relação ao tipo de vacina que deve ser aplicada, “continua a recomendação da suspensão temporária do uso do imunizante AstraZeneca/Oxford em gestantes e puérperas, seguindo a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sendo autorizada a vacinação desse público somente com as vacinas Sinovac/Butantan e Pfizer tendo em vista que o perfil risco/benefício da vacinação neste grupo é altamente favorável”, alerta a gerente.
MORTALIDADE MATERNA
O monitoramento dessas mortes em Rondônia é feito pela Coordenação Estadual da Vigilância do Óbito Materno. De acordo com a coordenadora Lívia Julienne da Silva Lima “de 2016 a 2020 em Rondônia a ocorrência era uma média de 15 óbitos maternos por ano. Em 2020, o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) detectou 4 mortes maternas por covid-19. Já em 2021, esse número aumentou muito com a mudança no perfil dessas mortes que antes eram hemorragias, embolias e transtornos hipertensivos, e agora são as doenças infecciosas, como causa base da covid-19. Só nos primeiros cinco meses do ano, ou seja, entre os meses de janeiro a maio, foram notificadas 23 mortes maternas distribuídas em dez municípios do Estado”, salienta a coordenadora.
Outro alerta no perfil de saúde é para a faixa etária desses óbitos que “é muito variável, tendo sido detectadas mortes entre adolescentes grávidas. Em um dos casos a mãe tinha 15 e outra 19 anos e sem comorbidades associadas. Em função disso, a Agevisa fez a recomendação para a vacinação contra a covid-19 de todas as gestantes em Rondônia independente de comorbidade”, explica a coordenadora.
RECOMENDAÇÃO
Além da vacinação o alerta epidemiológico da Agevisa inclui, “a recomendação para os municípios do Estado sobre o monitoramento das gestantes com controle para frear a mortalidade materna por covid-19 em Rondônia. Nas ações estão previstos o acompanhamento por profissionais de saúde, através do pré-natal, porque a gente observa nos casos registrados, desde o diagnóstico até a hospitalização a doença evolui muito rapidamente e em alguns casos não tem havido qualquer tipo de monitoramento e nesse caso a reversão do quadro é muito difícil”, salienta a coordenadora.
A Agevisa recomenda ainda aos municípios que “no momento da vacinação, a falta do cartão de pré-natal, não seja um impeditivo para a aplicação do imunizante em gestantes. Nesse caso deve ser emitido um comprovante de vacinação é recomendado que essa mãe que não esteja sendo acompanhada durante a gestação inicie o pré-natal”, ressalta a gerente de vigilância epidemiológica da Agevisa.
PRÉ-NATAL
A orientação da gerência de epidemiologia da Agevisa, recomenda também que todas as equipes envolvidas com o acompanhamento do pré-natal devem ficar atentas para a detecção precoce da Síndrome Gripal (SG) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em gestantes e puérperas, com o objetivo de proceder às normas e recomendações previstas em manuais, normas e protocolos do Ministério da Saúde (MS).
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