Amianto ameaça vida dos brasileiros
Vale lembrar que o amianto é proibido em 60 países, em virtude dos riscos à saúde e à vida.
Dias atrás, fui surpreendido com a notícia de que foi ressuscitado no mundo político um lobby pela liberação do amianto, fibra que mata 100 mil pessoas ao ano por causar câncer e outros tumores. Fazem parte do grupo os senadores Vanderlan Cardoso (PP-GO), Luiz do Carmo (MDB-GO), Chico Rodrigues (DEM-RR), além do próprio presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre.
Vale lembrar que o amianto é proibido em 60 países, em virtude dos riscos à saúde e à vida. No Brasil, o impedimento só se deu há dois anos, quando o Supremo Tribunal Federal (STF)tornou ilegal a comercialização e a distribuição da variedade crisotila.
Por incrível que pareça, o retrocesso para a saúde pública tem também à frente um médico: o governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Ele e seus demais colegas tentam liberar a produção da Sama Minerações, com o discurso de que há gente perdendo emprego, que o Estado ganhará em geração de riquezas e por aí vai.
Ora, é obrigação de qualquer médico ter a vida do ser humano em primeiro lugar, sempre. Se o fim da produção acaba com postos de trabalho, cabe à classe política de Goiás e do Brasil, criar alternativas para a absorção dessa mão de obra em funções que não tragam perigo à saúde.
O amianto do tipo crisotila é base para a fabricação de diversos produtos, principalmente de telhas e caixas d’água. Trata-se de mineral que podem durar até 70 anos.
Em caso de inalação, provoca mutações celulares, muitas vezes originando tumores, câncer de pulmão e a asbestose, doença incurável resultante do depósito de amianto nos alvéolos pulmonares. A contaminação é lenta e seus danos são conhecidos desde a década de 30.
Essa é mais uma demonstração de que a saúde, no Brasil, não é minimamente levada a sério. Ao contrário, vivemos tempos de predadores, como já estamos cansados de ver na rede suplementar. Hoje, os planos e seguros saúde representam um setor biliardário em nosso País. São cerca de 50 milhões de pacientes que pagam, desde bebês, sendo que jamais ficaram doentes todos de uma vez.
Os empresários do setor ganham dessa forma rios do dinheiro, sem falar que, quando enviam algum enfermo para a alta complexidade do Sistema de Saúde (ou seja, os procedimentos mais custosos), não ressarcem o Estado, ampliando a crise da rede pública de assistência.
Esses mesmos planos de saúde também buscam sempre formas de ignorar a lei. Desde que, em 1998, a Lei 9656, passou a dar guarida maior aos pacientes, dificultando negativas de cobertura, eles começaram a atacar os prestadores, entre os quais os médicos. Além de praticar remuneração vil, muitos pressionam para que sejam reduzidos exames, uma série de procedimentos e até internações.
Pior é que todo mundo sabe, mas ninguém faz absolutamente nada para moralizar a saúde suplementar, para defender os pacientes e resguardar os profissionais.
Enquanto situações desse gênero forem recorrentes no Brasil, a população permanecerá em grave risco. Como quem deveria nos representar dá a impressão de não ter interesse, vamos nós abrir os olhos e manter, via conscientização, a esperança de mudanças positivas.
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Comentários
Se uma telha cair na cabeça pode ameaçar a vida mesmo.
Cara percebi ao longo da sua matéria, que, você não sabe o que fala! O amianto em Minaçu parou de ter contato direto com o trabalhador há muitos anos, hoje em dia a empresa é quase toda robotizada e além disso, ela trabalha com os melhores equipamentos e EPI`S necessários para manejar o mesmo. Sou nascido e criado em Minaçu e no condomínio da SAMA (que fica ao lado da empresa), em todos meus anos de vida NUNCA vi nenhum caso de morte por causa do amianto e olha que moro aqui há muito tempo! TODOS os trabalhadores da empresa e moradores da cidade de Minaçu DEFENDEM o uso consciente do amianto, pois, sabem que o mesmo sendo usado adequadamente não expõe nós humanos a riscos. O Amianto possui demasiadas variedades que podem sim causar mal à saúde se usado e manejado de maneira inadequada, mas o tipo aqui extraído é o Amianto Crisólita, onde, o mesmo não é tão prejudicial à saúde como os demais (anfibólios)! A decisão foi sim equivocada, visto que, não há nenhum ESTUDO RECENTE que comprove tal afirmativa, DENTRO DAS ATUAIS CONDIÇÕES DE TRABALHO! Além do mais, a decisão não é pela liberação do amianto no país novamente e sim para a EXPORTAÇÃO do mesmo para o EXTERIOR. E quanto aos seus substitutos, não chegam nem perto de ser tão eficientes quanto o amianto. O exemplo mais próximo que posso te dar sobre o seu uso consciente é da minha própria família, que, já trabalhou na empresa SAMA durante 73 ANOS sem apresentar NENHUM sintoma relacionado a doenças provenientes do amianto. Essa desculpa de “há, o amianto mata” é passado! Vivemos em um século em que 10 milhões de pessoas morrem por ano por conta do álcool e cigarro, se for para proibirmos aquilo que mata, vamos começar pela cabeça do problema, que está longe de ser o amianto!
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