Anistia-2025 é um presente para golpistas

"Nada se investiga, ninguém é punido e os golpistas de sempre estarão a postos para qualquer eventualidade", adverte Paulo Moreira Leite

Fonte: Paulo Moreira Leite - Publicada em 18 de março de 2025 às 15:27

Anistia-2025 é um presente para golpistas

Ato pró-anistia aos golpistas do 8 de Janeiro em Copacabana, Rio de Janeiro-RJ - 17/03/2025 (Foto: Reuters)

Em 1979, a resistência democrática contra a ditadura militar impôs uma anistia que abriu a porta de prisões para homens e mulheres que haviam lutado contra o regime.

Encarada como um momento de pacificação num país dilacerado por um regime que censurava, perseguia e matava, a anistia fez história numa sequência de duas faces. Foi capaz de abrir a porta da cadeia para milhares de brasileiros condenados por um sistema violento e arbitrário, que torturava militantes e desaparecia com seus corpos. A outra face era vergonhosa. Suas regras e definições contribuíram para bloquear qualquer investigação oficial sobre a violência e a ilegalidade que fizeram escola nos organismos de repressão. Ali, os choques elétricos eram um método de investigação e o assassinato clandestino uma opção para os casos mais difíceis.

Em 2025, quando se trata de investigar e condenar golpistas que trabalharam noite e dia contra uma democracia reconquistada após um quarto de século no qual nosso país foi submetido a governos tutelados pela força militar, o plano é uma nova ação entre amigos. Nada se investiga, ninguém é punido e, como se sabe, os golpistas de sempre estarão a postos para qualquer eventualidade.

Alguma dúvida?

Paulo Moreira Leite

Colunista e comentarista na TV 247

1249 artigos

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"Nada se investiga, ninguém é punido e os golpistas de sempre estarão a postos para qualquer eventualidade", adverte Paulo Moreira Leite

Paulo Moreira Leite
Publicada em 18 de março de 2025 às 15:27
Anistia-2025 é um presente para golpistas

Ato pró-anistia aos golpistas do 8 de Janeiro em Copacabana, Rio de Janeiro-RJ - 17/03/2025 (Foto: Reuters)

Em 1979, a resistência democrática contra a ditadura militar impôs uma anistia que abriu a porta de prisões para homens e mulheres que haviam lutado contra o regime.

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Encarada como um momento de pacificação num país dilacerado por um regime que censurava, perseguia e matava, a anistia fez história numa sequência de duas faces. Foi capaz de abrir a porta da cadeia para milhares de brasileiros condenados por um sistema violento e arbitrário, que torturava militantes e desaparecia com seus corpos. A outra face era vergonhosa. Suas regras e definições contribuíram para bloquear qualquer investigação oficial sobre a violência e a ilegalidade que fizeram escola nos organismos de repressão. Ali, os choques elétricos eram um método de investigação e o assassinato clandestino uma opção para os casos mais difíceis.

Em 2025, quando se trata de investigar e condenar golpistas que trabalharam noite e dia contra uma democracia reconquistada após um quarto de século no qual nosso país foi submetido a governos tutelados pela força militar, o plano é uma nova ação entre amigos. Nada se investiga, ninguém é punido e, como se sabe, os golpistas de sempre estarão a postos para qualquer eventualidade.

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