Apoio de Bolsonaro virou abraço de afogado

"Apoio de Bolsonaro em 2024 virou abraço de afogado. Imagine então em 2026", aponta

Alex Solnik
Publicada em 10 de fevereiro de 2024 às 12:22

Jair BolsonaroJair Bolsonaro (Foto: Reprodução Youtube)

Já se começa a discutir, nas campanhas a prefeito, à luz dos últimos acontecimentos, até que ponto ter o PL na coligação e o apoio de Bolsonaro vai fazer bem ao candidato.

O futuro do partido de Bolsonaro é incerto. O presidente Valdemar Costa Neto está preso por tempo indeterminado. A busca e apreensão na sede  já encontrou elos com a conspiração contra o estado democrático de direito. 

Cassação do registro e pena longa para Valdemar não são possibilidades fora do radar.   

Bolsonaro, o principal garoto-propaganda do PL, está em maus lençóis. 

Seu futuro também é incerto, mas há algumas certezas.

Seu prestígio sofreu um forte abalo com a exibição da infame reunião ministerial de 5 de julho de 2022 em todos os meios de comunicação.

Os bolsonaristas mais empedernidos podem não ter sido afetados, mas o eleitor de classe média, sim. Não é possível avaliar ainda o tamanho do prejuízo, mas ele tende a crescer com o passar do tempo.

Tudo indica que Bolsonaro será assunto negativo na imprensa - e nas redes sociais - por muito tempo, durante toda a campanha. 

Daqui até junho novas provas poderão surgir a partir das buscas e apreensões de anteontem. Espaço na imprensa não vai faltar para elas.

Em junho deverão terminar as investigações. Haverá repercussão.

A seguir as investigações vão seguir para a PGR. Mais repercussão.

E depois para o STF. O mais importante julgamento da nossa geração.

 A pergunta do ano será “quando Bolsonaro será preso”? É só disso que vão falar nos becos e nos botecos.

Associar o candidato ou o partido a um político prestes a ser julgado por golpe de estado vai dar voto? Ou tirar? Imaginem como as campanhas dos adversários vão se aproveitar disso. Vão colocar neles o rótulo de aliados do golpista.

O prefeito de São Paulo vai topar ser apadrinhado por um ex-presidente que tentou incendiar o país e está sujeito a cumprir pena por golpe de estado?

Vai aceitar que o ex-presidente que tentou dar um golpe de estado indique o seu vice?    

Vai deixar se associar a um partido investigado por golpe de estado?

Se a resposta dele for sim, melhor para Boulos.

Leva no primeiro turno.

Apoio de Bolsonaro em 2024 virou abraço de afogado.

Imagine então em 2026.

Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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