Asfalto “casca de ovo”

E, por incrível que pareça, ainda tem gente que aplaude esse tipo de iniciativa

Valdemir Caldas
Publicada em 11 de dezembro de 2021 às 15:30
Asfalto “casca de ovo”

Um problema extremamente grave, mas que parece não incomodar nem um pouco políticos e administradores da coisa pública espalhados pelos quatro cantos do Brasil.  Trata-se da questão do saneamento básico, ou melhor, da sua ausência. Entra governo, sai governo, e muito pouco ou quase nada se tem produzido nesse importante setor, apesar de ser uma responsabilidade dos gestores municipais e um direito da população assegurado na Constituição Federal e na Lei nº. 11.445/2007, mas conhecida como “Lei do Saneamento Básico”.

Ao contrário do que muitos imaginam, saneamento básico vai muito além de tratamento de água e esgoto. É uma questão de saúde e qualidade de vida. Por mais óbvio que pareça, não custa realçar que saneamento básico reduz o número de internações, a transmissão de várias doenças e a mortalidade infantil. Os números falam por si sós.

Infelizmente, na hora de preparar os orçamentos, os valores reservados para as obras de saneamento básico são ínfimos, tornando pior o que já é ruim. Investe-se mais em asfalto “casca de ovo”, que não resiste a primeira enxurrada, do que mesmo na melhoria de serviços públicos essenciais à vida da população. E, por incrível que pareça, ainda tem gente que aplaude esse tipo de iniciativa.

Enquanto as obras de saneamento básico, no Brasil, não comporem o mosaico das preocupações de políticos e dirigentes públicos, o país continuará ostentando vergonhosos índices de desenvolvimento humano. Não sem motivo, patinamos e permanecemos, desde 2007, na vergonhosa 85ª posição no ranking de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da ONU (Organização das Nações Unidas). 

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