Assistência técnica a agricultores de Rondônia foi essencial para o fortalecimento do setor produtivo durante um ano de pandemia

Autarquia intensificou a jornada na busca das alternativas que viessem ao encontro da nova necessidade da família no campo

Wania Ressutti Fotos: Irene Mendes Secom - Governo de Rondônia
Publicada em 28 de março de 2021 às 08:13
Assistência técnica a agricultores de Rondônia foi essencial para o fortalecimento do setor produtivo durante um ano de pandemia

As atividades voltadas para o segmento produtivo continuaram sendo executadas durante a pandemia

O ano de 2020 foi um ano difícil, marcado pela repentina chegada de um vírus devastador, o coronavírus (SARS-CoV-2), trazendo insegurança em diversos ramos da economia. Mas, em meio às incertezas, a agricultura familiar de Rondônia se manteve fortalecida e produzindo com medidas adotadas e incentivos do Governo de Rondônia.

A Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) buscou alternativas que assegurassem o sustento do produtor rural e sua família, afinal o campo não podia parar. Também era preciso continuar colocando alimento na mesa do cidadão e, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, 70% desse alimento vem da agricultura familiar.

Com total apoio do governo estadual, os órgãos voltados para o segmento produtivo, não mediram esforços para enfrentarem um dos maiores desafios de todos os tempos: sobreviver à pandemia do coronavírus. Assim, a autarquia intensificou a sua jornada na busca das alternativas que viessem ao encontro dessa nova necessidade da família no campo.

MODERNIZAÇÃO E TECNOLOGIA

A Emater, que já vinha trabalhando a modernização e mudança tecnológica dos serviços de assistência técnica e extensão rural (Ater), vislumbrou durante a pandemia, o caminho para intensificar suas ações e superar os obstáculos que estavam se apresentando. Com isso, foram dados os primeiros passos no que viria a ser a implantação de uma nova Emater, uma nova forma de trabalho que beneficiaria a todos, mesmo com a situação crítica devido à proliferação da doença.

Introdução de novas ferramentas tecnológicas e digitais de trabalho foram proporcionadas

Uma das primeiras ações da autarquia foi incentivar a valorização e capacitação do corpo técnico e administrativo mediante uma nova proposta de atendimento ao produtor rural. Foi criado o sistema de Capacitação em Serviços de Ater (Capes) com o objetivo de levar cursos atualizados para todos os colaboradores internos da Emater, promovendo a troca de experiências exitosas em suas atividades, de forma digital, utilizando-se de novas ferramentas como videoconferências e outros instrumentos digitais de fácil acesso e compreensão.

Novas ferramentas tecnológicas e digitais de trabalho foram introduzidas, permitindo uma maior abrangência e intercâmbio entre os profissionais e os agricultores familiares, como por exemplo, o aplicativo “Minha Emater-RO”, disponível para download gratuito por meio de aplicativo (https://play.google.com/store/apps/details?id=br.com.sigmaonline.sigater.ro) para equipamentos com sistema Android. Através desse aplicativo o agricultor pode conversar com seu técnico, solicitar atendimento ou até mesmo agendar uma visita, além de ter acesso, em qualquer momento, aos projetos prioritários que estão sendo desenvolvidos pelo Governo do Estado por meio da Emater, ao calendário agrícola, às notícias e aos endereços e telefones dos escritórios em cada município, entre outros.

Já os extensionistas da Emater terão maior dinamismo com essa ferramenta, permitindo um atendimento personalizado à família rural, além de mais facilidade de acesso às informações das unidades que atende. Para isso bastará acessar o Sistema de Gerenciamento de Ater (Sigater), onde estão cadastradas todas as unidades assistidas pela autarquia.

Essa nova forma de trabalhar trouxe grande perspectiva e esperança de um novo amanhã, com foco em uma agricultura familiar moderna e mais fortalecida. Mesmo neste ano de pandemia, que levou toda a população a um isolamento social para conter a contaminação das pessoas, a Emater-RO manteve a estratégia de assegurar a prestação de serviços de Ater, de forma planejada e reprogramada, contínua, participativa e gratuita aos públicos atendidos pela instituição.

EMATER EM NÚMEROS

A Emater possui a maior capilaridade dentro do Estado, abrangendo os 52 municípios de Rondônia. Sua estrutura conta hoje com um centro gerencial, sete escritórios regionais, 73 escritórios locais (municípios e distritos), uma subunidade que deverá ser transformada brevemente em escritório local para melhor assistir aos produtores da região do 5º BEC, um centro de treinamento e duas usinas de nitrogênio para implementação da bovinocultura.

70% dos produtos que vão à mesa do consumidor provém da agricultura familiar

No que tange às atividades de Ater, a Emater atua em três dimensões: econômica, desenvolvendo projetos nas áreas animal e vegetal; social; e ambiental. Apesar dos tempos difíceis com a chegada do coronavírus, as atividades desses projetos continuaram sendo executadas e desenvolvidas excepcionalmente em caráter de “home office”. Embora limitados, os extensionistas se empenharam em manter contato com os produtores rurais, prestando-lhes a assistência técnica necessária. Em grande parte, os atendimentos foram (e continuam sendo) feitos através das ferramentas digitais e, quando necessário, deslocam-se de forma segura até a propriedade, a fim de melhor prestar a assistência técnica requerida.

Essas limitações impostas pela pandemia não superaram a vocação para a inovação e assim a Emater-RO deu prosseguimento à execução dos serviços de Ater, atendendo 93,60% da meta de atendimento prevista para o ano de 2020 (previsão: 131.658 famílias – atendidas: 123.228 famílias). As metodologias mais utilizadas foram: visitas à propriedade, que chegou a 34.839, atendimento virtual e aplicativo de mensagem (24.296) e atendimento nos escritórios, onde foram prestados 22.495 atendimentos.

Outra metodologia que chama a atenção, e que foi incluída no ano de 2020, é a videoconferência. Foram realizadas 162 videoconferências para participação em reuniões técnicas e capacitações, alcançando um público de 6.790 pessoas.

PROJETOS DESENVOLVIDOS

O setor produtivo também demonstrou grande evolução, mesmo durante a pandemia. A área vegetal, por exemplo, importantíssima para o agricultor familiar, pois permite maior diversidade de produção, é um projeto que, sob orientação dos técnicos da Emater, visa melhorar a produtividade e desenvolver produtos seguros, com a qualidade exigida pelos mercados, entre outras metas. Dentre as principais culturas cultivadas no Estado, destacam-se: mandiocultura, cacauicultura, cafeicultura, olericultura, fruticultura, urucum e inhame.

A mandioca, segunda cultura de maior importância para a agricultura familiar, é uma das atividades que mais cresceram nos últimos anos. No ano passado, foram atendidas pela Emater 2.653 famílias em todo o Estado. Hoje, o maior produtor de mandioca é o município de Porto Velho, com 169 mil toneladas, seguido por Machadinho d’Oeste, com 106 mil toneladas. Além da mandioca, o cacau, cultivado em 78% dos municípios rondonienses, também recebeu grande incentivo durante a pandemia, com distribuição de 214.500 sementes e 5.000 hastes para produção de um fruto mais resistente.

O agronegócio do café, atividade que tem destaque histórico na balança comercial brasileira, é também a que representa maior expressão econômica e social dentro do Estado. Rondônia conta atualmente, com 18 mil produtores de café, em sua maioria, agricultores familiares que cultivam a variedade Conilon (Coffea canéfora), por ser uma das mais adaptadas às condições locais. Em 2020, a Emater prestou assistência técnica a 3.371 propriedades.

O setor produtivo demonstrou grande evolução, mesmo durante a pandemia

O programa “Mais Calcário”, que incentiva a aplicação de calcário para correção da acidez do solo associada a outras tecnologias de fertilização da terra, é a prática que mais contribui para a melhoria da renda familiar. O governo estadual, por intermédio da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) e Emater, transportou gratuitamente, em 2020, 19.488 toneladas de calcário adquiridas pelos agricultores familiares a um preço bem mais acessível.

Dentro da área animal, o projeto de bovinocultura leiteira é a principal fonte de renda dos produtores da agricultura familiar. O Estado conta hoje, com um rebanho de 2.939.818 (dados da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril – Idaron/2020) cabeças de gado leiteiro, produzindo em média, 5,68 litros de leite/vaca/dia, com 608.117 milhões de litros de leite/ano. Em 2020, foram assistidas em todos os projetos que envolvem a bovinocultura leiteira, 9.066 famílias. É importante frisar que devido à pandemia da Covid-19, as orientações e medidas de biosseguridade no manejo com a ordenha, utilização de utensílios foram redobrados quanto à manipulação da atividade leiteira.

Os pequenos animais também não foram esquecidos durante esse ano de tantas dificuldades. Geralmente produzidos para consumo da família, costuma ter seu excedente vendido nas feiras, comércios e programas de governo, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

A assistência técnica prestada a estas famílias atende às necessidades técnicas das atividades e incentivo às ações que visam melhorar a qualidade nutricional e sanitária do plantel animal. A avicultura é a atividade mais comum, principalmente na criação de galinhas poedeiras e a Emater-RO tem procurado, através de seus técnicos, promover uma assistência técnica continuada, integrando a família nas atividades e orientando para ações que visam o aumento da renda familiar.

Na piscicultura, o Governo, por meio das ações da Seagri e Emater, tem desencadeado ações visando o fortalecimento da cadeia produtiva no Estado, o que tem levado Rondônia ao topo dos maiores produtores nacionais. De acordo com os dados do Anuário Peixe BR 2020, Rondônia ocupa há cinco anos a liderança como maior produtor de peixes nativos e o tambaqui é a principal espécie produzida em cativeiro.

O programa “Peixe Saudável”, que institui o “Programa Nacional de Sanidade de Animais Aquáticos de Cultivo”, foi inserido em Rondônia em 2017 e tem contribuído muito para a manutenção da qualidade e produtividade local, auxiliando os pequenos piscicultores nas análises de água e na manutenção sanitária por meio de boas práticas de manejo. Em 2020, para melhor atender esse programa, foram promovidos cursos de capacitação continuada voltados para os técnicos dos escritórios locais que prestam atendimento direto ao piscicultor.

DESENVOLVIMENTO SOCIAL

No ano de 2020, o Governo de Rondônia realizou a primeira compra referente ao “Programa Estadual de Aquisição de Alimentos do Estado”, o PAA/Rondônia. O processo de elaboração e encaminhamento das propostas de agricultores que demonstraram interesse em concorrer ao chamamento público foi realizado por meio de contatos telefônicos e comunicação via aplicativo de mensagem, tendo em vista o período de pandemia da Covid-19.

Foram disponibilizados recursos no valor de mais de R$ 1,7 milhões para os 52 municípios do Estado e 1.395 propostas foram recebidas e avaliadas nesse ano de 2020. Entre as classificadas, foram beneficiadas dez cooperativas da agricultura familiar em mais de R$ 698 mil e 177 produtores individuais no valor de aproximadamente um R$ 1 milhão em 29 municípios.

O programa de fomento garante à família rural possibilidade de investimento em seus projetos produtivos

O “Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais”, que atua na inclusão produtiva das famílias menos abastecidas que vivem na zona rural, é executado por meio de um acordo de cooperação técnica entre Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF), do Governo Federal, Secretaria Especial da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), Seagri e Emater e combina duas ações: o acompanhamento social e produtivo e a transferência direta de recursos financeiros não-reembolsáveis às famílias de extrema pobreza, no valor de R$ 2,4 mil ou R$ 3 mil. Durante a pandemia, foram feitos assessoramento a 600 famílias contempladas, garantindo a elas a possibilidade de investimento em seus projetos produtivos.

Já o programa “Previna-se”, realizado em parceria com a Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas), prestou atendimento a 83.850 pessoas e realizou a entrega de 167.700 máscaras, sempre com orientação acerca dos cuidados necessários para proteção contra o vírus da Covid-19.

Essas e outras atividades executadas pela Emater foram de extrema importância para a agricultura familiar, durante o ano de 2020, garantindo a sobrevivência da família rural que, além de manter a produção de alimentos para seu consumo com uma nutrição saudável, também contribuiu para que não faltasse alimentos à mesa da população. E, todas essas ações só foram possíveis devido à credibilidade que o Executivo Estadual tem nos serviços de assistência técnica e extensão rural da Emater, incentivando e fomentando a reestruturação física e material da autarquia; aos parceiros, que têm sido primordiais para o desenvolvimento das atividades junto aos técnicos e produtores rurais; e aos parlamentares que têm disponibilizado emendas para fortalecimento do setor produtivo em Rondônia.

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