Atlas Intel aponta vitória de Lula no 1º turno

Pesquisa mostra o presidente com 51,3% dos votos totais e ampla vantagem sobre Tarcísio de Freitas, principal nome da direita

Fonte: Miguel do Rosário/Foto: © Marcelo Camargo/Agência Brasil - Publicada em 25 de outubro de 2025 às 08:30

Atlas Intel aponta vitória de Lula no 1º turno

Se as eleições fossem hoje, Lula ganharia com folga no primeiro turno, aponta levantamento divulgado hoje pela Atlas Intel. O presidente teria 51,3% dos votos totais no cenário 1, em que o principal candidato da direita é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

Siga o Brasil 247 no Google e receba as principais notícias do Brasil e do MundoSeguir no Google

Convertido em votos válidos, esse índice poderia chegar a 55,04%.

Play Video

Nessa simulação, que não inclui mais Bolsonaro (dada a sua inelegibilidade), o voto na direita se concentra especialmente em Tarcísio. Os números mostram o governador de São Paulo com 30,4%, Caiado 6%, Ratinho 3% e Romeu Zema 2,5%. Mesmo que o candidato da direita herdasse todos os votos dos demais, o petista ainda venceria no primeiro turno. Além disso, é esperado que uma parcela desses votos, mesmo que marginal, possa migrar para o petista.

A importância desta sondagem, a mais de um ano da eleição, reside principalmente no fato de ajudar Lula a atrair setores importantes do centro, como PSD e MDB.

O instituto também simulou uma hipótese com os mesmos candidatos de 2022. Nessa situação, Lula teria 49%, Bolsonaro 41,3%, Ciro Gomes 3,1% e Simone Tebet 2,3%.

A solidez dos números de intenção de voto de Lula é acompanhada por uma melhora estável em sua aprovação, que subiu para 51,2%, segundo o levantamento. De acordo com Antonio Lavareda, um dos principais especialistas em pesquisa do país, uma aprovação acima de 51% sinaliza o favoritismo do incumbente.

Outro fator de consistência é o fortíssimo apoio popular às principais iniciativas do governo. Isso indica que Lula está finalmente consolidando uma personalidade própria. Entre as medidas mais populares estão: a gratuidade para medicamentos com Farmácia Popular, a isenção de Imposto de Renda para pessoas com renda mensal acima de R$ 5 mil, a retirada dos garimpeiros das reservas indígenas, a retomada do Minha Casa Minha Vida, a PEC da Segurança Pública, a retomada do Programa Mais Médicos e a assinatura do Acordo de Livre Comércio do Mercosul com a União Europeia.

Em contrapartida, a oposição, associada ao bolsonarismo, tem sido ligada a pautas profundamente negativas, como a “PEC da bandidagem” e o apoio ao “tarifaço”. A isso se soma a atitude bizarra do senador Flávio Bolsonaro de apoiar um bombardeio americano na Baía de Guanabara para explodir barcos de traficantes.

Há um ano antes da eleição, ou seja, mais ou menos na mesma época que estamos hoje, Bolsonaro tinha 14% de avaliação positiva e 60% negativa (considerando a aprovação do governo e não do presidente, que são números diferentes), e mesmo assim foi competitivo. Hoje, Lula tem 48% de avaliação positiva e 46% negativa na mesma pesquisa.

Entretanto, o indicador mais importante para a avaliação popular de um governo, mais do que pesquisas, é a inflação de alimentos. E neste ponto, o governo Lula está num momento muito bom. Observa-se uma queda consistente no preço de itens essenciais como café, carne, picanha, arroz, feijão e peixe. A percepção dessa melhora no supermercado é imediata. Além disso, o botijão de gás, acessório fundamental para o preparo dos alimentos, também vem baixando de preço. A redução da inflação de alimentos aumenta drasticamente o poder aquisitivo da classe trabalhadora e da população de baixa renda.

Por fim, o presidente Lula precisa vincular seu projeto e sua marca a obras de infraestrutura urbana que impactem a vida das pessoas, ofereçam visibilidade e um sonho de desenvolvimento. A infraestrutura urbana é um tema crucial. Seria importante que Lula abraçasse a ideia de um grande projeto nacional de modernização do sistema de mobilidade, promovendo um amplo debate sobre as condições para criar um novo marco nacional de ferrovias, para aumentar a produtividade industrial, o turismo interno e a integração nacional.

Com o Brasil se tornando um país mais de classe média, os aeroportos ficarão abarrotados e as estradas, com excesso de caminhões e ônibus, gerando riscos crescentes de acidentes graves. As cidades enfrentarão problemas semelhantes.

Um projeto de mobilidade deve incluir a interligação de grandes cidades por trens de alta velocidade e a criação de grandes redes de metrô e VLT nas áreas urbanas. Outra coisa importante seria a implementação de mobilidade ativa como ciclovias e calçadas boas para pedestres, além da construção de parques verdes. Lula pode lançar a pedra fundamental desse grande projeto nacional de mobilidade urbana, o que o ajudaria a superar a imagem de um governo focado apenas em programas sociais – que são fundamentais, mas precisam ser complementados pela oferta de infraestrutura.

Baixe a íntegra da pesquisa Atlas Intel aqui.

Agora temos uma maneira muito legal de você ajudar o Cafezinho, que é assinando a OMPlay usando esse link. Você paga o preço normal, com desconto, da plataforma de cursos, que é uma das principais do país, com dezenas de conteúdos interessantes, e colabora para a sustentabilidade do Cafezinho e de toda a imprensa independente.

Miguel do Rosário

Jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje

Atlas Intel aponta vitória de Lula no 1º turno

Pesquisa mostra o presidente com 51,3% dos votos totais e ampla vantagem sobre Tarcísio de Freitas, principal nome da direita

Miguel do Rosário/Foto: © Marcelo Camargo/Agência Brasil
Publicada em 25 de outubro de 2025 às 08:30
Atlas Intel aponta vitória de Lula no 1º turno

Se as eleições fossem hoje, Lula ganharia com folga no primeiro turno, aponta levantamento divulgado hoje pela Atlas Intel. O presidente teria 51,3% dos votos totais no cenário 1, em que o principal candidato da direita é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

Siga o Brasil 247 no Google e receba as principais notícias do Brasil e do MundoSeguir no Google

Convertido em votos válidos, esse índice poderia chegar a 55,04%.

Play Video

Nessa simulação, que não inclui mais Bolsonaro (dada a sua inelegibilidade), o voto na direita se concentra especialmente em Tarcísio. Os números mostram o governador de São Paulo com 30,4%, Caiado 6%, Ratinho 3% e Romeu Zema 2,5%. Mesmo que o candidato da direita herdasse todos os votos dos demais, o petista ainda venceria no primeiro turno. Além disso, é esperado que uma parcela desses votos, mesmo que marginal, possa migrar para o petista.

A importância desta sondagem, a mais de um ano da eleição, reside principalmente no fato de ajudar Lula a atrair setores importantes do centro, como PSD e MDB.

O instituto também simulou uma hipótese com os mesmos candidatos de 2022. Nessa situação, Lula teria 49%, Bolsonaro 41,3%, Ciro Gomes 3,1% e Simone Tebet 2,3%.

A solidez dos números de intenção de voto de Lula é acompanhada por uma melhora estável em sua aprovação, que subiu para 51,2%, segundo o levantamento. De acordo com Antonio Lavareda, um dos principais especialistas em pesquisa do país, uma aprovação acima de 51% sinaliza o favoritismo do incumbente.

Outro fator de consistência é o fortíssimo apoio popular às principais iniciativas do governo. Isso indica que Lula está finalmente consolidando uma personalidade própria. Entre as medidas mais populares estão: a gratuidade para medicamentos com Farmácia Popular, a isenção de Imposto de Renda para pessoas com renda mensal acima de R$ 5 mil, a retirada dos garimpeiros das reservas indígenas, a retomada do Minha Casa Minha Vida, a PEC da Segurança Pública, a retomada do Programa Mais Médicos e a assinatura do Acordo de Livre Comércio do Mercosul com a União Europeia.

Em contrapartida, a oposição, associada ao bolsonarismo, tem sido ligada a pautas profundamente negativas, como a “PEC da bandidagem” e o apoio ao “tarifaço”. A isso se soma a atitude bizarra do senador Flávio Bolsonaro de apoiar um bombardeio americano na Baía de Guanabara para explodir barcos de traficantes.

Há um ano antes da eleição, ou seja, mais ou menos na mesma época que estamos hoje, Bolsonaro tinha 14% de avaliação positiva e 60% negativa (considerando a aprovação do governo e não do presidente, que são números diferentes), e mesmo assim foi competitivo. Hoje, Lula tem 48% de avaliação positiva e 46% negativa na mesma pesquisa.

Entretanto, o indicador mais importante para a avaliação popular de um governo, mais do que pesquisas, é a inflação de alimentos. E neste ponto, o governo Lula está num momento muito bom. Observa-se uma queda consistente no preço de itens essenciais como café, carne, picanha, arroz, feijão e peixe. A percepção dessa melhora no supermercado é imediata. Além disso, o botijão de gás, acessório fundamental para o preparo dos alimentos, também vem baixando de preço. A redução da inflação de alimentos aumenta drasticamente o poder aquisitivo da classe trabalhadora e da população de baixa renda.

Por fim, o presidente Lula precisa vincular seu projeto e sua marca a obras de infraestrutura urbana que impactem a vida das pessoas, ofereçam visibilidade e um sonho de desenvolvimento. A infraestrutura urbana é um tema crucial. Seria importante que Lula abraçasse a ideia de um grande projeto nacional de modernização do sistema de mobilidade, promovendo um amplo debate sobre as condições para criar um novo marco nacional de ferrovias, para aumentar a produtividade industrial, o turismo interno e a integração nacional.

Com o Brasil se tornando um país mais de classe média, os aeroportos ficarão abarrotados e as estradas, com excesso de caminhões e ônibus, gerando riscos crescentes de acidentes graves. As cidades enfrentarão problemas semelhantes.

Um projeto de mobilidade deve incluir a interligação de grandes cidades por trens de alta velocidade e a criação de grandes redes de metrô e VLT nas áreas urbanas. Outra coisa importante seria a implementação de mobilidade ativa como ciclovias e calçadas boas para pedestres, além da construção de parques verdes. Lula pode lançar a pedra fundamental desse grande projeto nacional de mobilidade urbana, o que o ajudaria a superar a imagem de um governo focado apenas em programas sociais – que são fundamentais, mas precisam ser complementados pela oferta de infraestrutura.

Baixe a íntegra da pesquisa Atlas Intel aqui.

Agora temos uma maneira muito legal de você ajudar o Cafezinho, que é assinando a OMPlay usando esse link. Você paga o preço normal, com desconto, da plataforma de cursos, que é uma das principais do país, com dezenas de conteúdos interessantes, e colabora para a sustentabilidade do Cafezinho e de toda a imprensa independente.

Miguel do Rosário

Jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje

Comentários

    Seja o primeiro a comentar

Envie seu Comentário

 

Envie Comentários utilizando sua conta do Facebook