Autismo em adultos: causas do aumento e diagnóstico

Embora a avaliação seja mais frequente na infância, muitas pessoas chegam à idade adulta sem ter consciência de que possuem a condição

Fonte: Da redação/Foto: Créditos: Champpixs l iStock - Publicada em 16 de setembro de 2024 às 17:19

Autismo em adultos: causas do aumento e diagnóstico

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), também conhecido como autismo, é uma condição neurológica complexa. Desse modo, não é uma doença única, mas, sim, um espectro de condições com diferentes graus de severidade e uma ampla variedade de sintomas.

Porém, suas causas ainda não são completamente compreendidas. Em 2019, uma pesquisa conduzida pelo cientista Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia, em San Diego, trouxe novas perspectivas sobre a relação entre genética e autismo.

O estudo focou no gene Setd5, que normalmente está presente em duas cópias no organismo. Os resultados indicaram que a presença de apenas uma cópia desse gene pode estar ligada ao desenvolvimento de casos de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Apesar disso, o autismo é influenciado por uma complexa interação de diversos genes, como problemas na gestação.

A condição se evidencia por meio de dificuldades para iniciar uma conversa, entender gestos, expressões faciais e outras formas de comunicação não verbal, além de complicações para adaptar a fala e o comportamento de acordo com diferentes situações.

Ademais, comportamentos como repetição de movimentos ou falas, forte necessidade de manter uma rotina rígida, reações intensas a estímulos sensoriais e interesse fixo em um tema específico também são comuns.

Essa é a realidade de aproximadamente 70 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar da falta de dados precisos no Brasil, o  Controle e Prevenção de Doenças (CDC) nos Estados Unidos oferece outra estimativa significativa.

De acordo com a entidade, em relatório de março de 2023 , a prevalência de TEA entre crianças de 8 anos está em ascensão. O estudo revela que, atualmente, uma em cada 36 crianças nessa faixa etária é diagnosticada com autismo.

Este aumento é significativo, considerando que o relatório anterior, publicado em dezembro de 2021, apontava uma taxa de uma para cada 44 crianças em 2018. Dessa forma, é um crescimento de 22%, que ressalta uma tendência crescente na identificação e diagnóstico do transtorno.

Aplicando essa prevalência ao Brasil, com uma população de aproximadamente 215.902.000 habitantes, conforme dados de julho de 2021 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pode-se estimar que cerca de 5.997.222 pessoas vivam com autismo no país. Nesse sentido, metade delas são adultas, conforme estudos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Esse número alto pode ser atribuído a vários fatores. Por exemplo, o aumento da conscientização e a redução do estigma em torno do autismo encorajaram mais adultos a buscarem avaliação.

Além disso, a melhora na ciência e no acesso aos serviços ampliou a identificação de casos, que antes eram mal compreendidos ou confundidos com outros transtornos.

Diagnóstico de TEA

Assim como as causas, o diagnóstico da condição também é complexo. Isso porque envolve uma avaliação multidisciplinar detalhada que não crava um resultado, apenas aponta atrasos ou dificuldades no desenvolvimento que exigem uma investigação. Normalmente, são feitos ainda em crianças, quando os pais notam alguns comportamentos atípicos.

Contudo, em alguns casos, só é feito tardiamente, quando as pessoas já estão na fase adulta. Nesse sentido, a análise é ainda mais aprofundada, uma vez que alguns dos sintomas podem se assemelhar a outros transtornos, como o de ansiedade ou o do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

Portanto, a formação de profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, é essencial. O diagnóstico preciso do autismo só pode ser realizado por alguém com uma faculdade de psicologia ou medicina com especialização em psiquiatria, capacitado para aplicar os testes necessários.

Afinal, uma avaliação bem-feita é crucial não apenas para confirmar a presença do transtorno, mas também para orientar o tratamento adequado e fornecer apoio contínuo ao paciente, contribuindo significativamente para uma melhor qualidade de vida.

Autismo em adultos: causas do aumento e diagnóstico

Embora a avaliação seja mais frequente na infância, muitas pessoas chegam à idade adulta sem ter consciência de que possuem a condição

Da redação/Foto: Créditos: Champpixs l iStock
Publicada em 16 de setembro de 2024 às 17:19
Autismo em adultos: causas do aumento e diagnóstico

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), também conhecido como autismo, é uma condição neurológica complexa. Desse modo, não é uma doença única, mas, sim, um espectro de condições com diferentes graus de severidade e uma ampla variedade de sintomas.

Porém, suas causas ainda não são completamente compreendidas. Em 2019, uma pesquisa conduzida pelo cientista Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia, em San Diego, trouxe novas perspectivas sobre a relação entre genética e autismo.

O estudo focou no gene Setd5, que normalmente está presente em duas cópias no organismo. Os resultados indicaram que a presença de apenas uma cópia desse gene pode estar ligada ao desenvolvimento de casos de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Apesar disso, o autismo é influenciado por uma complexa interação de diversos genes, como problemas na gestação.

A condição se evidencia por meio de dificuldades para iniciar uma conversa, entender gestos, expressões faciais e outras formas de comunicação não verbal, além de complicações para adaptar a fala e o comportamento de acordo com diferentes situações.

Ademais, comportamentos como repetição de movimentos ou falas, forte necessidade de manter uma rotina rígida, reações intensas a estímulos sensoriais e interesse fixo em um tema específico também são comuns.

Essa é a realidade de aproximadamente 70 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar da falta de dados precisos no Brasil, o  Controle e Prevenção de Doenças (CDC) nos Estados Unidos oferece outra estimativa significativa.

De acordo com a entidade, em relatório de março de 2023 , a prevalência de TEA entre crianças de 8 anos está em ascensão. O estudo revela que, atualmente, uma em cada 36 crianças nessa faixa etária é diagnosticada com autismo.

Este aumento é significativo, considerando que o relatório anterior, publicado em dezembro de 2021, apontava uma taxa de uma para cada 44 crianças em 2018. Dessa forma, é um crescimento de 22%, que ressalta uma tendência crescente na identificação e diagnóstico do transtorno.

Aplicando essa prevalência ao Brasil, com uma população de aproximadamente 215.902.000 habitantes, conforme dados de julho de 2021 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pode-se estimar que cerca de 5.997.222 pessoas vivam com autismo no país. Nesse sentido, metade delas são adultas, conforme estudos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Esse número alto pode ser atribuído a vários fatores. Por exemplo, o aumento da conscientização e a redução do estigma em torno do autismo encorajaram mais adultos a buscarem avaliação.

Além disso, a melhora na ciência e no acesso aos serviços ampliou a identificação de casos, que antes eram mal compreendidos ou confundidos com outros transtornos.

Diagnóstico de TEA

Assim como as causas, o diagnóstico da condição também é complexo. Isso porque envolve uma avaliação multidisciplinar detalhada que não crava um resultado, apenas aponta atrasos ou dificuldades no desenvolvimento que exigem uma investigação. Normalmente, são feitos ainda em crianças, quando os pais notam alguns comportamentos atípicos.

Contudo, em alguns casos, só é feito tardiamente, quando as pessoas já estão na fase adulta. Nesse sentido, a análise é ainda mais aprofundada, uma vez que alguns dos sintomas podem se assemelhar a outros transtornos, como o de ansiedade ou o do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

Portanto, a formação de profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, é essencial. O diagnóstico preciso do autismo só pode ser realizado por alguém com uma faculdade de psicologia ou medicina com especialização em psiquiatria, capacitado para aplicar os testes necessários.

Afinal, uma avaliação bem-feita é crucial não apenas para confirmar a presença do transtorno, mas também para orientar o tratamento adequado e fornecer apoio contínuo ao paciente, contribuindo significativamente para uma melhor qualidade de vida.

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