Banco do Brasil bate novo recorde de lucros às custas da saúde dos empregados e da paciência dos clientes
O resultado representa um aumento de 41,2% na comparação com 2018, quando a instituição lucrou R$ 12,86 bilhões
O Banco do Brasil divulgou, há poucas horas, seu lucro líquido contábil de R$ 18,16 bilhões em 2019. O resultado representa um aumento de 41,2% na comparação com 2018, quando a instituição lucrou R$ 12,86 bilhões.
Esse foi mais um ano em que o BB obteve lucro crescente, e mesmo assim continua ignorando completamente o caos que impera dentro das agências, com déficit no quadro de funcionários, agências sucateadas, desvalorização do funcionalismo, adoecimento do trabalhador – que trabalha constantemente sobrecarregado – e, consequentemente, o atendimento cada vez mais precário que, por sua vez, só amplia a revolta de clientes e usuários.
Esse deprimente quadro é a rotina nas agências do Banco do Brasil em Rondônia, em que os funcionários são obrigados a suprir os ‘claros’ (vagas deixadas por ex-empregados, mas nunca preenchidas), trabalhando por dois - ou até três – pessoas, em agências completamente sucateadas, e com uma alta demanda diária de clientes e usuários.
Um exemplo desse caos é a agência do BB de Guajará-Mirim, que atualmente ‘teria’ 21 funcionários (mas que tem oficialmente lotados apenas 15) mas, com as ausências programadas, muitas vezes o atendimento é feito por apenas 11 ou 10 bancários, para um público massivo de Guajará e dos municípios e distritos daquela região.
“Com essa nova reestruturação e todas as decisões do BB rondoniense a cargo da Super Manaus, ficamos ainda mais abandonados. Se antes era ruim agora piorou. É extenuante trabalhar dessa forma, com clientes já exaltados (e com razão, pois levam de 2 a 3 horas para serem atendidos), além da constante cobrança de atingimento de metas. Mesmo com todos os esforços da equipe, não se consegue atender bem, muito menos obter uma boa qualidade de vida no trabalho dessa maneira”, relatou um funcionário do BB ao Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), que não será identificado para não sofrer represálias por parte do banco.
O presidente do Sindicato, José Pinheiro, explicou que caso semelhante ao de Guajará – em nível de gravidade – ocorre também na agência do município de Costa Marques. Ele disse ainda que na última sexta-feira, 7/2, entrou em contato com o superintendente comercial do BB em Rondônia e Acre, Edson da Silva Lemos, cobrando soluções para a questão dos claros em todas as agências do Estado.
Edson disse que o BB tem implementado medidas para amenizar essa questão, com a convocação dos empregados que estão em licença-interesse, mas deixou bem claro que para solucionar o problema, de fato, somente com a realização de concurso público para contratação de novos funcionários, medida que só a direção nacional do banco pode tomar.
“Sabemos também que a política de incentivo financeiro que o banco implementou para que funcionários se transferissem para agências mais distantes e ‘problemáticas’ não funcionou. Enquanto isso o caos permanece nas unidades, os empregados, que são obrigados a trabalhar por três, com tanta sobrecarga e pressão, adoecem física e psiquicamente, e consequentemente há mais afastamentos por doenças. Ou seja, menos funcionários para o atendimento cada vez mais precário e com os clientes ainda mais revoltados, e os funcionários que ficam, cada vez mais em agonia”, mencionou Pinheiro, destacando que esse é um grave problema denunciado – e combatido – pelo Sindicato há mais de cinco anos.
Para piorar ainda mais a situação o Banco do Brasil anunciou, recentemente, mais uma reestruturação que reduz a remuneração nos cargos, congela carreiras e institucionaliza o desvio de função, uma nítida forma de antecipar a reforma administrativa proposta pelo governo federal e, sobretudo, o pontapé inicial para o processo de privatização tão defendido pelo atual presidente do BB, Rubem Novaes.
O Sindicato já ingressou com ação no Ministério Público Estadual e Ministério Público do Trabalho (MPT) denunciando todo esse descaso permanente do Banco do Brasil com o adoecimento dos trabalhadores e a revolta das pessoas diariamente atendidas nas agências sucateadas.
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Esse banco dízima meu pagamento há 23 anos. Numa necessidade de saúde emprestei 18 mil aproximadamente para pagar com mas de 62 mil em 60 parcelas e ninguém faz nada. O sistema bancário é um sistema LADRÃO regulamentado por Lei.
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