Benefícios da atividade física para Pessoas com Deficiência

O estímulo à atividade física, à educação e ao lazer ativo são pressupostos para uma vida com mais saúde e qualidade, defende Educadora Física do CEUB

Assessoria
Publicada em 14 de dezembro de 2022 às 11:06

No mundo, 1 bilhão de adultos e crianças possuem algum tipo de deficiência – aponta relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), que institui dezembro como o Mês Internacional das Pessoas com Deficiência. Como mecanismo de inclusão e acessibilidade, a especialista em Pedagogia da Educação Física para Pessoas com Deficiência do Centro Universitário de Brasília (CEUB) Hetty Lobo destaca a importância da prática de atividade física no desenvolvimento humano e social dessas pessoas. Ela defende uma ampliação consistente de políticas públicas e do acesso a iniciativas que estimulem a prática de atividade física desse grupo da população.

Hetty afirma que as necessidades, aspirações sociais e pessoais desse grupo são as mesmas das demais pessoas, acrescidas de peculiaridades próprias de cada tipo de deficiência. Para além de aumentar o condicionamento físico, o aprendizado, aprimoramento das habilidades, auxílio na formação da personalidade e a convivência, a professora afirma que a atividade física com acessibilidade pode transformar a vida do praticante, pois o processo inclusivo predispõe considerar e respeitar as diferenças individuais, criando a possibilidade de aprender sobre si mesmo e sobre os outros em uma situação de diversidade de ideias, sentimentos e ações.

“A atividade física com acessibilidade desenvolve e reconhece as diferenças entre as crianças, adolescentes ou adultos, considera os valores e as experiência de cada um, o respeito mútuo, pelo afeto e pela confiança, além de promover autonomia, espírito crítico, criatividade, responsabilidade de cooperação. Desta forma, o processo de inclusão se estabelece de forma natural”, considera Hetty Lobo.

Sobre os esportes mais praticados e com modalidades paralímpicas, a educadora física destaca o Goalball, o Atletismo e o Futebol de cinco. Ela avalia que as opções podem ser variadas de acordo com cada patologia, considerando os contextos em que atividade física pode atuar. “Precisamos considerar o ser humano na sua totalidade, incluídos os domínios cognitivos, motor, emocional e social. Um exemplo é a síndrome de Down, condição na qual iniciamos a estimulação precoce a partir do primeiro mês de vida”, explica.

Já para incluir a atividade física na vida de crianças com Deficiência Visual, a professora propõe que seja feito um programa de atividade motora adaptada, fundamentado na compreensão do processo de desenvolvimento do praticante. Com especial recomendação para o judô, natação, atletismo e a equitação. A especialista destaca a necessidade de projetos que envolvam organizações esportivas, de dança, de jogos e de ginástica para ampliar as possibilidades de participação de quem apresenta diferentes e peculiares condições.

Outro ponto essencial é ampliar políticas públicas de acessibilidade, com ênfase na inclusão social através do paradesporto. “Promover qualidade de vida de pessoas com deficiência vai muito além da assistência médica ou da prevenção de doenças. Deve, sempre, favorecer o aprimoramento pessoal e o bem-estar, derrubando barreiras e facilitando a vida produtiva em sociedade”, recomenda.

Direitos das Pessoas com Deficiência
De acordo com a Lei nº 13.146/15, a pessoa com deficiência é aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu em 1992 o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. Desde então, todos os anos, os países membros comemoram a data com o intuito de gerar conscientização, compromisso e ações que promovam os direitos das pessoas com deficiência (PcD). Pelo menos 45 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência, o que representa cerca de 24% da população do país, segundo informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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